Que seja a "nova classe média". Que a chamem de "ralé brasileira". Ou de "batalhadores brasileiros", como nomeou o professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), Jessé Souza. Definições sociológicas à parte, é essa nova classe média-ralé-batalhadora que antecipadamente pauta o debate da sucessão da presidente Dilma Rousseff que só ocorrerá em 2014. Depois que as pesquisas aferiram e os atentos observadores da política observaram que a presidente tem suavizado a empatia que esse eleitorado guarda do PT, o PSDB entrou em campo.
Seu emérito presidente de honra Fernando Henrique orientou a tucanada e demais companheiros de oposição a recuperarem o diálogo perdido. Ainda que seja com uma classe média que nasceu da estabilidade dos governos do PSDB, mas se materializou de fato no lulismo do ex-presidente Luiz Inácio. Há quem enxergue que o PSDB chega tardiamente ao encontro da "nova classe média". Amparada pelo PT, ela será arredia ao PSDB. É o olhar do sociólogo José Arlindo Soares.
Roberto Romano, professor de Ética da Unicamp (SP), relativiza o controle petista sobre essa classe assim como ao "povão". Apega-se ao pouco rigor científico que cerca a definição do setor "classe média" e a decreta presa passível de conquista, do PSDB ao PT. Desde que haja "menos arrogância na exibição de saberes e poderes" E aqui se refere em particular ao PSDB e "maior abertura ao diálogo e simpatia no trato público".