Coligações viram negócio eleitoral para nanicos
Os partidos nanicos, que fora do período eleitoral não têm
importância dentro do processo político, passam a ser protagonistas
quando o assunto é formação das coligações. A proeminência é dada pelo
direito ao tempo de televisão e rádio no horário gratuito de propaganda
eleitoral. Dos 30 partidos, metade do tempo de televisão está nas mãos
destas legendas.
Em Campinas, a troca de última hora fez com que o candidato a
prefeito Pedro Serafim (PDT) abocanhasse dois partidos, PR e o PRB, que
estavam fechados com o seu advsersário Jonas Donizette (PSB). A mudança
fez com que o pedetista conseguisse o maior tempo de televisão:
10min40seg e o pessebista ficou em segundo lugar com 8 minutos para
mostrar o plano de governo.
Além dos dois, estão na disputa Marcio Pochmann (PT), Silvia Ferraro
(PSTU), Arlei Medeiros (PSOL), Dr. Campos (PRTB) e Rogério Menezes (PV).
Serafim tem 11 partidos em sua coligação e Jonas oito. Marcio Pochmann
tem três legendas. Os demais sairam com chapas puras.
Para o professor da Unicamp, Roberto Romano, as alianças são um
negócio eleitoral. “Os partidos pequenos não têm peso político nenhum e
só ganham força quando unidos. É um negócio eleitoral porque não tem
nenhum objetivo programático, ideológico ou doutrinário. O objetivo é
fazer alianças que deem direito a cargos. As alianças são feitas com
candidatos com mais chances de ganhar.”
Romano afirma que é necessário que seja feita uma reforma política
que exija que os partidos sejm espaços democráticos de participação do
cidadão. “Os partidos precisam deixar de ser propriedades de grupos
políticos. Deveria ser obrigatório que as direções fossem mudadas a cada
dois anos. Estou falando das prévias que ocorrem em países como nos EUA
e França. Do jeito que está, os grupos tomam conta das legendas porque
isso é um negócio”, reforçou.
Candidato a prefeito pelo PRTB, o Dr. Campos, diz que o seu partido
não se inclui dentro da leitura do professor da Unicamp. Segundo ele, a
legenda está em crescimento e representa “uma parcela de eleitores
ciosos do seu poder-cidadão, seus direitos e deveres políticos e entende
que a participação qualifica o pleito e fortalece a democracia; Partido
nanico é uma ofensa preconceituosa não ao PRTB, mas à democracia, pois a
lei não faz tal distinção.O PRTB/Campinas entende que composições
políticas, com todos os erros que existem, fazem parte da democracia,
ainda bem.O PRTB/Campinas entende que as negociatas eleitorais têm
natureza diversa e devem ser combatidas, pois constituem verdadeira
fraude ao eleitor e verdadeia ameaça aos cofres públicos, já que em
regra juntam oportunistas de todo naipe, sem qualquer compromisso com o
fortalecimento da República. Basta ver as alianças firmadas pelos
chamados “partidos grandes” em Campinas mesmo, onde é impossível
identificar com clareza quaisquer objetivos programáticos, ideológicos
ou doutrinários.”
Tags: ELEIÇÕES 2012