quinta-feira, 5 de julho de 2012

Band Campinas, publicado no Jornal da Unicamp

Coligações viram negócio eleitoral para nanicos

Os partidos nanicos, que fora do período eleitoral não têm importância dentro do processo político, passam a ser protagonistas quando o assunto é formação das coligações. A proeminência é dada pelo direito ao tempo de televisão e rádio no horário gratuito de propaganda eleitoral. Dos 30 partidos, metade do tempo de televisão está nas mãos destas legendas.

Em Campinas, a troca de última hora fez com que o candidato a prefeito Pedro Serafim (PDT) abocanhasse dois partidos, PR e o PRB, que estavam fechados com o seu advsersário Jonas Donizette (PSB). A mudança fez com que o pedetista conseguisse o maior tempo de televisão: 10min40seg e o pessebista ficou em segundo lugar com 8 minutos para mostrar o plano de governo.

Além dos dois, estão na disputa Marcio Pochmann (PT), Silvia Ferraro (PSTU), Arlei Medeiros (PSOL), Dr. Campos (PRTB) e Rogério Menezes (PV).  Serafim tem 11 partidos em sua coligação e Jonas oito. Marcio Pochmann tem três legendas. Os demais sairam com chapas puras.

Para o professor da Unicamp, Roberto Romano, as alianças são um negócio eleitoral. “Os partidos pequenos não têm peso político nenhum e só ganham força quando unidos. É um negócio eleitoral  porque não tem nenhum objetivo programático, ideológico ou doutrinário. O objetivo é fazer alianças que deem direito a cargos. As alianças são feitas com candidatos com mais chances de ganhar.”

Romano afirma que é necessário que seja feita uma reforma política que exija que os partidos sejm espaços democráticos de participação do cidadão. “Os partidos precisam deixar de ser propriedades de grupos políticos. Deveria ser obrigatório que as direções fossem mudadas a cada dois anos. Estou falando das prévias que ocorrem em países como nos EUA e França. Do jeito que está, os grupos tomam conta das legendas porque isso é um negócio”, reforçou.

Candidato a prefeito pelo PRTB, o Dr. Campos, diz que o seu partido não se inclui dentro da leitura do professor da Unicamp. Segundo ele, a legenda está em crescimento e representa “uma parcela de eleitores ciosos do seu poder-cidadão, seus direitos e deveres políticos e entende que a participação qualifica o pleito e fortalece a democracia; Partido nanico é uma ofensa preconceituosa não ao PRTB, mas à democracia, pois a lei não faz tal distinção.O PRTB/Campinas entende que composições políticas, com todos os erros que existem, fazem parte da democracia, ainda bem.O PRTB/Campinas entende que as negociatas eleitorais têm natureza diversa e devem ser combatidas, pois constituem verdadeira fraude ao eleitor e verdadeia ameaça aos cofres públicos, já que em regra juntam oportunistas de todo naipe, sem qualquer compromisso com o fortalecimento da República. Basta ver as alianças firmadas pelos chamados “partidos grandes” em Campinas mesmo, onde é impossível identificar com clareza quaisquer objetivos programáticos, ideológicos ou doutrinários.”

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