Desculpem a nossa Falha ...
de Roberto Romano: Editorial da Folha. Como é costume no jornalão, o uso da novilingua é perene: injustiça vira justiça, etc. A velha ideologia privatista da Folha, sua opção preferencial pelas universidades privadas (com toda a polissemia do termo), sua falta de respeito pelo saber gerado nas universidades públicas, enfim, a propaganda do capital (no Brasil, quase sempre arrancado dos cofres públicos), faz da Folha a inimiga dos campi. E se for somada a presença, nas suas redações, dos ressentidos com a universidade (os que perderam concursos e foram distilar ódio contra a USP, a Unicamp e outras nas colunas do reinado folhetinesco), bem, ficamos ao par do quanto a união de ideologia com ódio pode ser letal à inteligência. Ah! esqueci de mencionar os lobbies com editoras, as "polêmicas"fabricadas para vender jornal, etc. É muita privataria para o gosto saudável. Causa vômitos, sempre.
São Paulo, segunda-feira, 09 de julho de 2012 |
Editoriais
Universidade justa
Crise nas federais põe a nu (nu?) dilema do financiamento; benefício de renda obtido por egressos deveria contribuir para ampliar oferta de vagas "Universidade gratuita" é um ótimo slogan para manifestações. Mas, no mundo real (mundo real: leia-se mundo dos governos brasileiros e dos empresários), implica um paradoxo. Prédios, professores, funcionários, laboratórios -alguém precisa pagar por eles (e não é a Folha, nem seus empresários).
Só
expandir o sistema oficial, sem criar formas sustentáveis de
financiá-lo, torna recorrentes as crises -como a que ora paralisa as
universidades federais.
Se não é o aluno quem paga, com mensalidades, a conta vai para o conjunto da sociedade, por meio de impostos (impostos de todos, inclusive o meu, dos pais dos alunos...). É mais que legítimo, portanto, discutir qual modelo serve melhor aos interesses do país.
O
primeiro ponto a elucidar é que universidades não servem apenas para
ensinar, mas também para fazer pesquisa. E essa é justamente a parte
mais cara (É
mesmo? Por que? Cadê esses gastos? e se ensinar não é mais cara de que
ensino a FSP fala? É claro, fala do ensino nas privadas onde o professor
recebe de R$ 10,00 h/aula a ...).
Nos
EUA, até instituições estatais cobram anuidades, que chegam a dezenas
de milhares de dólares. Lá, o grosso do financiamento da pesquisa, tanto
das universidades privadas como das oficiais, se faz com recursos
públicos -fomento direto à investigação ou doações filantrópicas (disse
bem, filantrópicos e aqui no Brasil é bom falar de filantropia só temos
a rede de corrupção. Alguém conhece no Brasil um burguês filantrópico?
Aqui só conhecemos classe dominante pendurada no Estado. Aí dona Folha
de São Paulo! ), que envolvem algum tipo de renúncia fiscal.
Não
faria sentido algum exigir que alunos de universidades públicas
brasileiras arcassem com as despesas da instituição com pesquisa,
tampouco com outros itens que pesam bastante em seus orçamentos, como
aposentadorias, hospitais universitários etc.
Ainda assim, resta uma conta diretamente ligada ao ensino, cujo custeio precisa ser debatido.
A "universidade gratuita", afinal, é socialmente regressiva (para
os neoliberais que apesar de quererem uma sociedade de mercado, na hora
da crise querem dinheiro do Estado. Vide a ajuda aos banqueiros).
Embora formar médicos e engenheiros justifique investimento público
(interessa à sociedade pagar para tê-los), é grande a apropriação
privada que ocorre após a graduação.
Um
estudo de 2005 de Marcelo Neri, da FGV, mostrou que a diferença entre o
salário médio de um médico e o de alguém que jamais estudou chegava a
1.500% (que falácia! Por que o
salário mínimo do Dieese é mais do que R$3.000,00. Está falando do
salário ínfimo. E de médico a FSP fala?).
É claro que nem todos os cursos superiores resultam na mesma
desproporção, mas não se pode negar que detentores de títulos
universitários são mais bem remunerados, em geral.
A
cobrança direta de mensalidades é uma possibilidade entre outras. Seu
efeito mais nocivo seria dificultar a entrada de estudantes sem
recursos, mas pode ser mitigado por programas de bolsas de estudo e
empréstimos a juro baixo.
Existem
alternativas, porém, como o pagamento de alíquota adicional do Imposto
de Renda por egressos da universidade pública. Mas o mecanismo seria
muito vulnerável à ocultação de renda e exigiria uma burocracia própria.
Outra
opção seria criar um serviço social compulsório para formados em
instituições oficiais. Um médico formado numa universidade federal, por
exemplo, passaria determinado período trabalhando onde o governo
determinasse.
Essas
são apenas algumas das propostas. O importante é que se discuta o
modelo de financiamento das universidades como forma de promover mais
justiça social.
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FICO
CONSTRANGIDA EM LER UM EDITORIAL DESSE! Quando falamos que nossos
alunos não sabem escrever e não apresentam um texto lógico esqueço que
dirigentes da elite brasileira, donos de jornal também não apresentam
lógica. FICA aqui a patifaria da escrita. Da ideologia mascarada em
jornalismo.
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