sábado, 7 de setembro de 2013
Violência, atentado e irresponsabilidade na Universidade Estadual de Maringá
Na noite de quinta-feira, dia 5 de setembro, alguns jovens alunos
estavam, as 23h, reunindo-se na frente do DCE da Universidade Estadual
de Maringá. Um grupo de 20 vigias, pois sim, VINTE (poderiam ser menos
porque a universidade inteira tem que ser vigiada, mas não os 20 estavam
no mesmo lugar e na mesma hora, estranho?! Não!) atacaram cerca de 10
estudantes e logo foram gritando para eles saírem do campus porque
naquela hora estudante NÃO PODE MAIS FICAR NA UEM.
Imediatamente esses guardas pretorianos do reitor começaram a surrar os
alunos e alunas. Quebraram o nariz do Renan, estudante de Ciências
Sociais, rasgaram a roupa de uma aluna, jogaram pedra em uma aluna das
Artes Cênicas. Luiz André com perna roxa de um chute. Os próprios
estudantes chamaram a polícia. Dois professores foram chamados pelos
alunos (as), Professor Julio Damasceno e Márcio da geografia. A
assistente social Catarina também foi chamada. De madrugada todos
ensanguentados na polícia fazendo boletim de ocorrência. Depois foram ao
hospital.
Fui ao DCE de manhã e lá fiquei até as 22 horas com muito medo dos
guardas que não paravam de rondar a nossa roda de estudantes,
professores (as) e técnicos. Quase uma hora da tarde, duas alunas foram
ao DCE e disseram que tinham sido expulsas de onde estavam, no Museu de
Ciências. Mesmo com a concentração, com o violento atentado à vida dos
estudantes, os vigias continuaram a banir os alunos de seus lugares. As
15 horas uma colega professora relatou que fora assediada e agredida
verbalmente no bloco onde estava, o C 23.Gravou a fala dos vigias no
local. Disseram que os estudantes tinham que apanhar mesmo.
Nesse vídeo que hoje de manhã foi removido, mas postamos novamente,
vemos os vigias com seus rostos e nomes, vemos os estudantes e pais.
Politicamente posso ter uma explicação: os estudantes depois da
OCUPAÇÃO da reitoria em 2011 estão sendo hostilizados dia a dia. Isso
em uma administração que não vem a público dizer para que serve e a quem
serve a Universidade. Uma vazio. Nesse vazio cresce um ninho de
serpentes, que aliás, está na UEM desde antes de 1986 quando entrei para
aqui trabalhar.
Essas serpentes tomam a Resolução 08/2011 que proíbe sarau dos
estudantes e manda bala a qualquer hora. Nada justifica a quase matança
de estudantes no dia 5 de setembro. Mas esse nada nasce do vazio
político, como disse, da atual administração e por que não dizer da
anterior, da anterior e da anterior.
O fato é grave porque poderíamos ter tido uma ou mais mortes de alunos
(as). Não tivemos por mero acaso dada a violência e truculência dos
guardas.
O mais incrível é que na reunião ontem dos estudantes e alguns
professores (as), quando o nome do principal violador da guarda foi
citado ele disse que estava sendo ofendido e saiu da sala. Deixou-nos às
moscas. ou nas mãos dos vigias.
O que eu penso. Que esse vazio político de onde emerge a serpente da
truculência, tem que ser visto pela psicologia. Os vigias parecem sentir
um ódio de casta. Explico: parecem ver os estudantes com raiva. Raiva
da classe social, da suposta vantagem econômica (vejam eu disse
suposta), ódio pela rebeldia com causa dos alunos e alunas, ódio da
juventude bonita. Ora, esses jovens são o maior patrimônio da
Universidade, logo esses guardas estão no lugar errado. Talvez o reitor
também.
Se o reitor se exime da punição dos guardas, será que amanhã não teremos
mortes? Sequestros? Desaparecimentos? se tivermos, diremos,
infelizmente: nós avisamos, senhor reitor. TEMO PELA VIDA DOS
ESTUDANTES. Eu sei o terreno onde piso.
Solicitamos o envio de moção de repúdio ao reitor no e-mail: sec-gre@uem.br ou jspfilho@uem.br
e a mim para endereçar aos estudantes do DCE
Eu acredito na solidariedade!
Vídeo da Ocupação da reitoria por estudantes. Isso gerou a mais escabrosa caçada aos estudantes.