sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Correio Ppopular de Campinas e UOL Notícias 27/09/2013


 

MORTE NO CAMPUS

Em coletiva, Unicamp admite que sabia de festa

Universidade tinha conhecimento da festa, mas não conseguiu prever a dimensão do evento

27/09/2013 - 11h15 | Da redação
faleconosco@rac.com.br

Foto: Shana Maria Pereira/ Correio Popular
Universidade convocou coletiva de imprensa para tratar de assuntos referentes à morte do estudante Denis Papa Casagrande
Universidade convocou coletiva de imprensa para tratar de assuntos referentes à morte do estudante Denis Papa Casagrande







A pró-reitora de Desenvolvimento Universitário da Unicamp, Teresa Atvars, afirmou que a universidade tinha conhecimento da festa realizada no último sábado, mas que não conseguiu prever a dimensão do evento, que atraiu mais de 3 mil pessoas. O estudante Denis Papa Casagrande foi morto com uma facada após uma briga ocorrida no local.

"Quando a gente fala que não sabíamos da festa, a informação correta, é: não tínhamos ideia da dimensão da festa. E por ter conhecimento que a festa se realizaria tomamos conjunto de medidas. Organizamos os nossos vigilantes e os alertamos de que isso ocorreria, para que estivéssemos preparados para a ocorrência de um festa. Quando a dimensão atingiu um tamanho muito acima daquilo que poderíamos prever, acionamos os órgãos de segurança pública."

De acordo com a Unicamp, das 22h45 às 23h10 foram quatro ligações, duas para a Polícia Militar e duas para a Emdec.

Câmeras de segurança

A Unicamp liberou imagens das câmeras de segurança após a agressão. As imagens, de baixa qualidade, mostram, segundo a universidade, o momento em que a vigilância é acionada sobre um homem esfaqueado. Na sequência, viaturas do Resgate do Corpo de Bombeiros e do Samu chegam ao local. A última imagem mostra a ambulância chegando com a vítima no HC. Toda a ação durou 18 minutos.


PM no campus

A reitoria da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) informou nesta quinta-feira (26) que vai aceitar a proposta do governador Geraldo Alckmin (PSDB) de colocar a Polícia Militar (PM) para atuar na segurança do campus.

 

 UOL/Notícias

Unicamp admite saber de festa clandestina; PM entrará no campus

Do UOL, em Campinas


  • Reprodução/Facebook
    Denis Casagrande foi esfaqueado Denis Casagrande foi esfaqueado
A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) admitiu nesta sexta-feira (27) que sabia da realização da festa 'clandestina' em que o estudante Dênis Papa Casagrande foi esfaqueado no último final de semana.

"Nós sabíamos da festa, mas não tínhamos a dimensão", disse a pró-reitora de Desenvolvimento Universitário, Teresa Atvars. Ela comentou ainda que apesar do conhecimento do evento, não foi solicitada autorização à universidade.

"A instituição tem regras claras que disciplinam a realização de festas nos seus três campi Há uma deliberação que procura definir estratégias para a boa realização de qualquer evento, trata da abrangência do evento, localização no campus, número de pessoas, define os responsáveis pela organização, trata de providências que dizem respeito à segurança patrimonial e pessoal e trata da definição de infraestrutura para o conforto dos participantes do evento", afirmou. 

A pró-reitora ressaltou que quando há solicitação e autorização nesses eventos, a instituição fornece infraestrutura. "A preocupação com a segurança é imensa. Temos cerca de 260 vigias, 252 câmeras de vigilância e central de atendimento de ocorrência", afirmou.

PM

Em entrevista coletiva, a instituição afirmou que vai aceitar a ajuda da PM (Polícia Militar) proposta pelo governador Geraldo Alckmin. A polícia poderá entrar e circular pelos três campi da universidade.

O aluno de 21 anos foi morto por volta das 3h30 de sábado (21) em uma festa no teatro de arena da universidade, em Campinas. O estudante de engenharia de controle e automação da instituição chegou a ser levado ao hospital, mas não resistiu ao ferimento.

Segundo a universidade, por volta das 23 horas, assim que os vigilantes perceberam que havia mais de 2.000 pessoas na festa e que a situação estava fora de controle, os vigilantes acionaram a PM e a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas para pedir reforço. Até esta sexta, a PM afirmava que só havia sido acionada após as 3h, quando o estudante já havia sido esfaqueado.

Confissão

Na tarde do dia 24, Maria Tereza Peregrino, 20, confessou à polícia ser a autora da facada que matou o estudante. Maria Tereza alegou legítima defesa para cometer o crime, já que, na versão dela, Casagrande teria tentado agarrá-la. 

O namorado de Maria Tereza, Anderson Mamede, 20, foi inicialmente apontado como suspeito e relatou a versão de que sua namorada teria cometido o crime. Anderson e Maria Tereza não eram alunos da universidade.

"Foi legítima defesa. O cara tentou agarrar ela à força e bateu nela", afirmou o atendente Anderson Mamede, 20, enquanto os dois se dirigiam a um carro. "Infelizmente ele [Casagrande] morreu e não está aqui para poder comprovar nada", disse ele na segunda-feira (23), após depoimento na delegacia de polícia. 

Segundo um amigo que morava com o estudante de engenharia, um grupo de jovens o atacou. "Bateram até com um skate", disse o rapaz, que pediu para não ser identificado. A polícia vai procurar imagens das câmeras de segurança da universidade para a investigação.

A Secretaria Estadual de Segurança Pública de São Paulo confirmou ainda que a jovem entregou a arma do crime, que está na Delegacia Seccional de Campinas e será enviada para análise. Agora, a polícia da cidade irá analisar as imagens do circuito de segurança da Unicamp para confirmar a declaração de Maria Tereza.

'A gente esquece até de comer'

Abalado pela morte do filho, Celso Casagrande disse à Folha que ainda é "muito difícil" aceitar a "barbaridade que fizeram". "Ainda estamos um pouco anestesiados. É muito difícil", afirmou. "A gente ainda não retomou a vida. Até de comer a gente se esquece porque fica pensando nessa barbaridade."

A Unicamp decretou ontem luto oficial de três dias e informou, em nota, que lamenta a morte do estudante e se solidariza com sua família. Segundo a instituição, não havia autorização para a realização da festa.