Papa Francisco expressa apoio a manifestantes na Itália
Italianos protestam contra a alta taxa de desemprego, a recessão e as medidas de austeridade
22 de dezembro de 2013 | 14h 13
Steve Scherer e Gillian Hazell - Reuters
O papa Francisco expressou neste domingo apoio aos
italianos que protestam contra o alto desemprego, a recessão e a
austeridade, mas pediu que resistam à "tentação da violência". O
"Movimento da Forquilha" foi inicialmente inspirado por um grupo de
agricultores sicilianos, mas cresceu e virou uma onda de manifestações
que representa a frustração com a incapacidade governamental de
recuperar a economia.
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Os manifestantes fizeram passeatas em várias cidades, a maioria de
forma pacífica, mas algumas bloquearam ruas e interromperam trens. Houve
confrontos com a polícia em Turim e acusações de que donos de lojas
foram intimidados a fechar as portas e se juntar ao movimento.
Após fazer sua prece semanal na Praça São Pedro neste domingo,
Francisco saudou os manifestantes. "Aos italianos reunidos hoje para
demonstrar seu comprometimento social, espero que façam uma contribuição
construtiva, resistindo à tentação do confronto e da violência, e
sempre seguindo o caminho do diálogo na defesa de seus direitos", disse o
pontífice.
Francisco tem atraído grandes plateias à praça desde que assumiu o
lugar de Bento 16, que renunciou em fevereiro. Ele exortou a Igreja a se
tornar mais próxima dos pobres, mais piedosa e menos punitiva. Depois
de ver um cartaz na praça dizendo: "Os pobres não podem esperar", o papa
disse ser "lindo" e falou de improviso sobre a gravidade do crescente
problema dos sem-teto na Itália.
"Famílias e lares andam juntos. É muito difícil para uma família
sobreviver sem viver em um lar", disse ele durante sua última aparição
na praça antes do Natal. "Nestes dias de Natal, convido todos - cada
pessoa, cada organização social, as autoridades - a fazer tudo que for
possível para que cada família tenha um lar".