segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

JOVEM PAN ON LINE, ONDE EU DIGO QUE A ELEIÇÃO NO CONGRESSO NADA TEM A DIZER Ã CIDADANIA.

Confira no blog do Carlos Belmonte: PMDB favorito nas eleições da Câmara e do Senado 02/02/2009 - 07h39

Publicado Por: Mariana Riscala

Congresso elege novos presidentes nesta segunda

Eleições começaram às 10h; Sarney e Tião Viana dividem o Senado e Temer lidera na Câmara

A Câmara e o Senado iniciam as sessões para votação dos novos presidentes das Casas. Os candidatos disputarão os votos dos colegas após o pronunciamento dos candidatos e líderes. O PMDB busca hegemonia no Congresso para não ser coadjuvante nas eleições de 2010.

O ex-presidente José Sarney é favorito na disputa pela Presidência do Senado e o deputado Michel Temer conta com ampla aliança para vencer na Câmara. Mas ambos sabem que a eleição secreta nas duas Casas deixa aberto o caminho para os acordos de última hora e, conseqüentemente, as traições.

O Senado tem 81 cadeiras e o PMDB garante que tem mais de 50 votos para Sarney, o mínimo necessário são 41 votos. A Câmara tem 513 deputados e são precisos mínimos 257 votos, os peemedebistas contabilizam um apoio de 340 parlamentares a Temer. Os vencedores permanecem no comando pelos próximos dois anos, ou seja, estarão no poder nas eleições presidenciais de 2010.

Pela primeira vez, a base do governo – PT e PMDB – entra dividida na disputa, o que pode deixar sequelas no fim do mandato Lula. O professor de Política e Ética da Unicamp, Roberto Romano, critica o nivelamento da disputa aos meros interesses pessoais e partidários.

A última vez em que o PMDB chefiou o Senado e Câmara simultaneamente foi no biênio 91-92, com Mauro Benevides e Ibsen Pinheiro. O ministro das Relações Institucionais, José Múcio, trabalha para que as eleições não prejudiquem as relações do Congresso com o governo Lula. Não é segredo que o PMDB seguirá dividido seja qual for o resultado, já que o grupo da Câmara não se entende com o do Senado.

O cientista político, professor da PUC e FGV, Cláudio Couto, ressalta a contradição do presidente Lula perder mais com a derrota de Sarney. Ex-presidente da República, de 1985 a 1990, José Sarney é bacharel em direito e já presidiu o Senado de 1995 a 1997 e de 2003 a 2005. Eleito pelo Amapá, o senador quer reforçar seu papel político, no plano estadual e no partido que, em 2010, decide apoio entre o PSDB ou o PT.

Os petistas possuem a quarta maior bancada e o senador Tião Viana lançou seu nome em dezembro, quando o cenário estava indefinido e o PMDB sem candidato. O petista, eleito pelo Acre, obteve o aval formal de sete partidos, dos quais o que mais chama a atenção é o apoio de última hora do PSDB.

Na Câmara Federal, a situação está mais cômoda ao ex-presidente Michel Temer, que conta inclusive com o apoio do PT. Dois outros candidatos estão na disputa: Aldo Rebelo (PC do B-SP) e Ciro Nogueira (PP-PI). O deputado Osmar Serraglio (PMDB) acabou desistindo do pleito na noite deste domingo, após pressão do próprio partido.

Com isso, o líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Alves, garantiu ao repórter Leandro Andrade que Michel Temer sairá vitorioso na disputa. Até então, Serraglio era o único candidato avulso à Presidência da Casa, ou seja, não tinha apoio de nenhum partido. A eleição do Senado ocorre primeiro e Michel Temer sabe que, se não houver reviravolta, sua vitória estará próxima.

Os vitoriosos da disputa assumirão o comando do Congresso, que tem um orçamento de quase R$ 6 bilhões. Os recursos reservados para bancar deputados e senadores são maiores que os orçamentos aprovados por oito Estados do Norte e do Nordeste.


São superiores até mesmo à soma dos orçamentos do Acre e do Amapá, que contam neste ano com R$ 3 bilhões e R$ 2,5 bilhões, respectivamente. Além disso, ao ditar o ritmo de votações e discussões da Câmara e do Senado, os comandantes das duas Casas podem interferir na eleição de 2010.



( atualizado às 10h17 )

Conteúdo relacionado


Imagens