De castelos e de políticos
Do Blog:
I
Eu, que trabalhei na roça,
Aprendi a capinar,
A puxar cobra pros pés,
Arroz e feijão plantar;
Jornalista e Delegado,
Inda não fui contemplado
Com castelo pra morar.
II
Já morei em quitinete,
Em apartamento belo,
Em casa de bairro pobre,
Em quichó pé-de-chinelo (De Asa Sul e Asa Norte),
Mas nunca tive essa sorte
De morar em um castelo.
III
Eu nunca juntei dinheiro,
Mas sempre pude gastar:
Quando recebia salário,
Saía para festejar (Homem ou menino amarelo,
Nunca encontrei um castelo Onde pudesse morar).
IV
Mas eis que surge em Brasília
O grande corregedor
Que corrige os deputados
Ultrajantes do pudor
E põe nos classificados,
Por um valor amuado,
Um castelo tentador.
V
E eu, que sempre sonhava
Em ter um castelo assim,
Fico só me perguntando
Por que a sorte é ruim?
Pra uns é ave agoureira,
Porém pra Edmar Moreira
Deu o que tirou de mim?
VI
São 25 milhões
De dólares americanos,
Que deixam brilhando os olhos
De petistas e tucanos,
DEM e peemedebistas,
Radicais e comunistas,
Não há quem não faça planos.
VII
Uma centena de cômodos (Todos podem se espalhar).
No castelo do Moreira,
Vaga é que não vai faltar:
Do presidente ao prefeito,
Do suplente e do eleito,
Todos podem se arranchar.
VIII
Lula fica na suíte (Se é com Marisa eu não sei),
Temer fica noutro quarto
(Tem até quarto pra gay),
Mas a segunda suíte,
Que é coisa de elite,
Vai ser quarto de Sarney.
IX
Moreira, que é elitista,
Reservou só um quartinho
Para Jeany Mary Córner
Trazer Professor Luizinho
E se juntar com Burati,
Palocci vem de arremate
E ninguém fica sozinho.
X
Se é lavagem de dinheiro,
Disso eu não tenho certeza,
Mas nesse Brasil inteiro
Anda grande a safadeza.
Antes que eu morra de infarto,
Ali só não vai ter quarto Pra Miguezim de Princesa! (*)
Miguezim de Princesa, 42, poeta popular paraibano, radicado em Brasília.