domingo, 3 de maio de 2009

Entre os 400 do G1 e os 1000 do Terra, são 600 não?

Ato contra visita de Ahmadinejad reúne cerca de mil em SP

03 de maio de 2009 • 13h08 • atualizado às 13h45
A comunidade judaica levou várias faixas e cartazes com dizeres contra o presidente iraniano
A comunidade judaica levou várias faixas e cartazes com dizeres contra o presidente iraniano
03 de maio de 2009
Vagner Magalhães/Terra

Vagner Magalhães

Direto de São Paulo


O ato promovido pela Juventude Judaica Organizada contra a visita do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, reuniu cerca de mil pessoas na praça Marechal Cordeiro de Farias, popularmente conhecida como praça dos Arcos, na esquina da avenida Angélica com a avenida Paulista, região central de São Paulo.

No local, foi montado um palanque onde representantes do judaísmo, de homossexuais e grupos de defesa dos direitos humanos e da mulher discursaram contra a vida do presidente do Irã ao Brasil.

O presidente do Irã chega a Brasília na próxima quarta-feira, para um encontro com Luíz Inácio Lula da Silva. Ahmadinejad será acompanhado por uma comitiva de 200 pessoas - o maior grupo que acompanhou o presidente iraniano ao exterior, segundo a embaixada.

Em uma conferência das Nações Unidas (ONU) sobre o racismo, o presidente Ahmadinejad descreveu o governo de Israel como "racista" e o Holocausto como "pretexto" para proteger os judeus.

Um dos discursos mais inflamados foi o do secretário municipal de Esportes de São Paulo, Walter Feldman. Em sua fala - muito aplaudida -, ele afirmou que uma pessoa que questiona o holocausto não pode ser bem recebida no Brasil.

"O povo iraniano se vê sufocado. Esse povo precisa de apoio mundial. A visita do presidente do Irã ao Brasil é um equívoco nas relações internacionais do País", afirmou Feldman. "É inaceitável um governo vindo de origem de perdas (em referêmcia ao presidente Lula) receber alguém que não respeita os direitos humanos, a liberade e a democracia. Somos a maioria. O mundo é a maioria."

O presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Gilberto Ventura, afirmou que não entende o que faz o presidente Lula receber uma pessoa desrespeitada em todas as partes do mundo. "Ele é um falastrão. Uma pessoa que nega o holocausto", disse. "O Lula não pode se sentar ao lado de um beligerante tirano."

O rabino Henry Isaac Sobel, ex-presidente da Congregação Israelita Paulista (CIP), afirmou que "a vinda de Ahmadinejad é uma ofensa frontal à comunidade judaica". "É uma pessoa que não merece nenhuma acolhida do Planalto", completou.

"Não se pode admitir a presença dele aqui no Brasil. Uma pessoa que persegue os homossexuais em seu país não é digna de ser recebida pelo presidente do Brasil", protestou o representante dos homossexuais judeus Ari Teperman.

Além do ato, a comunidade judaica levou várias faixas e cartazes com dizeres contra o presidente iraniano.