"Quero crer que os únicos petistas que se mantiveram fiéis aos ideais que o PT sempre defendeu foram exatamente os que acabaram expulsos do partido! " Comentário de RR : com a devida vênia, caro colega, nem mesmo escapam os que se mantiveram fiéis à retórica, pois tudo não passou disso e de propaganda ordinária no PT, durante 20 anos. Ivan Valente votou na "reforma da previdência" e está alí, firme no PSOPL, usando passagens para a capital luminosa, a bela Paris, com sua esposa. Luciana Genro também usou passagens, para fins "nobres" como levar o policial da Satiagraha para ser aplaudido em eventos alheios às funções do Congresso. Enfim...é triste, mas urge abandonar o apelo a ideais que jamais existiram de fato no PT, mas residiam apenas nos slogans eleitoreiros. Simples assim.
Animal Farm
UMA FÁBULA EXEMPLAR
Por José Augusto Carvalho, Professor de Linguística da Universidade Federal do Espírito Santo.
George Orwell é autor de uma fábula notável chamada Animal farm: os bichos de uma granja, liderados pelos porcos, revoltaram-se contra o que diziam ser a escravidão que o homem lhes impunha, expulsaram o dono da granja e organizaram um governo comandado pelos porcos. A antiga Granja do Solar, como era chamada, passou a ser a Granja dos Bichos. Os porcos, no entanto, após a conquista do poder, dominaram os animais ditatorialmente, desrespeitando os ideais da sua revolução e escravizando seu povo. Como não podiam viver isolados do resto do mundo, os porcos acabaram associando-se aos homens, e a granja retomou o nome antigo de Granja do Solar. Durante um congresso entre porcos e homens, os bichos não conseguiam mais distinguir entre os congressistas quem era porco e quem era homem.
Um dos personagens centrais dessa fábula é um cavalo chamado Sansão. Trabalhava para o governo dos porcos incansavelmente, mas, quando ficou doente, o governo, em vez de aposentá-lo, mandou-o para o matadouro.
A fábula se presta a muitas interpretações, como toda obra literária. Mas uma lição se pode aproveitar dela, à guisa de moral que toda fábula deve ter: quando querem chegar ao poder, os porcos prometem mundos e fundos. Uma vez no poder, traem os ideais que defenderam, oprimem o seu povo, desprezam o trabalhador incansável e ajudam-no a morrer.
Uma deputada federal, Iriny Lopes (PT-ES) declarou publicamente ter votado contra os aposentados em desacordo com as próprias convicções que a levaram a filiar-se ao PT, sob a alegação de que estava cumprindo as decisões do partido. Embora dizendo-se arrependida, tornou a agir em desacordo com a própria consciência, votando novamente contra os aposentados. Agir contra a consciência é não apenas uma violência contra si mesmo, mas também um atentado à ética.
Quero crer que os únicos petistas que se mantiveram fiéis aos ideais que o PT sempre defendeu foram exatamente os que acabaram expulsos do partido.
A vida imita a arte. Por causa de caras-de-pau como a deputada petista acima mencionada, o povo, como na fábula de George Orwell, acaba não conseguindo mais distinguir entre os congressistas quem é porco de quem é gente.
Por José Augusto Carvalho, Professor de Linguística da Universidade Federal do Espírito Santo.
George Orwell é autor de uma fábula notável chamada Animal farm: os bichos de uma granja, liderados pelos porcos, revoltaram-se contra o que diziam ser a escravidão que o homem lhes impunha, expulsaram o dono da granja e organizaram um governo comandado pelos porcos. A antiga Granja do Solar, como era chamada, passou a ser a Granja dos Bichos. Os porcos, no entanto, após a conquista do poder, dominaram os animais ditatorialmente, desrespeitando os ideais da sua revolução e escravizando seu povo. Como não podiam viver isolados do resto do mundo, os porcos acabaram associando-se aos homens, e a granja retomou o nome antigo de Granja do Solar. Durante um congresso entre porcos e homens, os bichos não conseguiam mais distinguir entre os congressistas quem era porco e quem era homem.
Um dos personagens centrais dessa fábula é um cavalo chamado Sansão. Trabalhava para o governo dos porcos incansavelmente, mas, quando ficou doente, o governo, em vez de aposentá-lo, mandou-o para o matadouro.
A fábula se presta a muitas interpretações, como toda obra literária. Mas uma lição se pode aproveitar dela, à guisa de moral que toda fábula deve ter: quando querem chegar ao poder, os porcos prometem mundos e fundos. Uma vez no poder, traem os ideais que defenderam, oprimem o seu povo, desprezam o trabalhador incansável e ajudam-no a morrer.
Uma deputada federal, Iriny Lopes (PT-ES) declarou publicamente ter votado contra os aposentados em desacordo com as próprias convicções que a levaram a filiar-se ao PT, sob a alegação de que estava cumprindo as decisões do partido. Embora dizendo-se arrependida, tornou a agir em desacordo com a própria consciência, votando novamente contra os aposentados. Agir contra a consciência é não apenas uma violência contra si mesmo, mas também um atentado à ética.
Quero crer que os únicos petistas que se mantiveram fiéis aos ideais que o PT sempre defendeu foram exatamente os que acabaram expulsos do partido.
A vida imita a arte. Por causa de caras-de-pau como a deputada petista acima mencionada, o povo, como na fábula de George Orwell, acaba não conseguindo mais distinguir entre os congressistas quem é porco de quem é gente.