Esta charge foi extraída do blog CONTRA A RAISON D'ÉTAT juntamente com um texto (segue abaixo deste meu) que traduzem um retrato nefasto em nossa sociedade, um mal crônico que se arrasta por anos. Poucas pessoas se chocam com violência no trânsito. Só em Campinas, no mês de abril, tivemos 30 atropelamentos de pedestres, sendo que 16 eram idosos que estavam ora na faixa de trânsito, ou ora em calçadas e em pontos de ônibus. A legislação brasileira não ajuda muito, porque ainda se permite a venda de carros que vão até 220 km/h se a velocidade máxima no país é 120 km/h e definitivamente não temos auto-estradas alemãs ou highways norte-americanas que expliquem a venda de carros tão potentes. A moda hoje dos jovens (e de muitos 'velhos') é 'tunar' o seu veículo, com faróis berrantes, aparelhagem de som absurda e o velho desrespeito e imprudência de sempre. Entre o ano passado e o ano retrasado, sofri duas colisões na traseira de meu veiculo, em ambas as vezes estava parado no sinal vermelho. Na primeira, a mais grave, meu carro foi arremessado há 15 metros atravessando o sinal vermelho de uma movimentada avenida da cidade, por uma questão de segundos não sofri uma segunda colisão na porta do motorista. Ao descer do carro, o outro motorista cínicamente me disse: "Não se preocupe, eu tenho seguro". Foi a mão divina que segurou a minha e evitou uma surra homérica no palhaço (e no final ele não tinha seguro).
Tem razão o Roque. Nesta semana ainda, na Rodovia dos Bandeirantes, perto do último pedágio (Campinas/São Paulo) eu seguia a 120 KM, como ordena a lei, na pista da extrema esquerda (hoje em dia, dada a política ordinária da esquerda, nela, só nas rodovias...)quando vejo uma luz intensa de farol chinês (aqueles azulões cafonas e incivilizados) em plena três hora da tarde, atrás de mim. Deu para perceber que a velocidade era superior aos 150 KM. De imediato passei para a pista do meio. Quando entrava naquela pista, o azulão passa à direita e me corta pela mesma direita, passando a centímetros de minha mulher, que viajava no banco da frente dos passageiros, para a pista da extrema esquerda. Pude notar que se tratava de um carro Honda, prateado, nada mais. Tentei ainda ver a placa, mas o canalha sumiu, "empurrando" os demais veículos. Em poucos segundos, desapareceu na estrada, tal maldição volante. Salvei-me graças aos freios ABS do carro japonês que possuo há dez anos. Caso contrário, um segundo a mais, e não estaríamos vivos. Com certeza o f.d.p. de classe média fascista tinha pressa para tirar o pai da forca, ou a mãe do bordel. A sensação de impotência e desânimo tomou conta de nós. Ao chegar em casa, diante de tarefas a serem executadas, inclusive em termos acadêmicos, ficamos paralisados. Passei mal à noite, sem conciliar o sono. No dia seguinte a Rádio Bandeirantes liga de manhã pedindo entrevista sobre a farra das passagens e outras desgraças brasileiras. Minha mulher, que atendeu o telefonema, pediu desculpas e disse que eu passara mal à noite. Fiquei sem condições de fala toda a manhã. Só à tarde pude atender os jornalistas, mas senti ainda problemas de locução. Estava literalmente gago.
Com gentalha assim pelas ruas e estradas, mas que se imagina chique, não podemos ter esperanças em prazo imediato de mudar os costumes (a ética...) brasileira. Com certeza o bandido seguia para compras de última hora na Daslu, ou nalgum Shopping caro. E com maior certeza ainda, votará na Dilma ou no Serra, "contra a corrupção".
Gente feita de excrementos anímicos e de propaganda. Nada mais. Simples assim.
Obrigado Roque, pela sua lucidez!
RR
RR