25.8.2009
|17h22m
Quem disse?
Sobre o Bolsa-Família
Não conheço nenhum político que faça alguma coisa sem pensar em eleição. O que lamento [é que o programa] não tem porta de saída. (...) Até agora ninguém encontrou nenhuma saída.
Sobre a base de apoio ao governo
O governo Lula era o primeiro na história do Brasil que tinha duas pernas de governabilidade: movimentos sociais, que o elegeram, e o Parlamento. Todos os presidentes dependem apenas do Parlamento. Lula poderia ter apoiado sua governabilidade também nos movimentos sociais. Aí teria tido uma força incrível para fazer as reformas que quisesse. Lamentavelmente, o presidente descartou o apoio dos movimentos sociais. Pelo contrário. Até os cooptou. Hoje, a CUT e a UNE não têm nenhuma avaliação crítica. A exceção é o MST.
Sobre a candidatura de Maria Silva à sucessão de Lula
Claro [que ela atrapalha a candidatura de Dilma Rousseff). Divide. Há um grande contingente de eleitores que não votariam em Serra, mas em Dilma. Conheço vários que pensam em votar em Marina.
Sobre o futuro do PT
Acho que o PT tem fôlego para muitos anos. Mas não mais com militantes, e sim com correligionários, o que é diferente. (...) Receio que o PT dos anos 80 tenha sido descertado pelo próprio PT. Seus dois grandes capitais eram a ética e o vínculo com os movimentos sociais. E ele perdeu os dois. Agora, como recuperar não sei.
Sobre o papel de Lula no esfacelamento do PT
Evidente [que esse papel foi determinante] Ele é o fundador, o inspirador. No caso do Senado, tomou uma posição em defesa de Sarney sem querer apurar as denúncias.
Atualização das 18h25 - Foi Frei Betto, ex-assessor especial de Lula, quem disse em entrevista publicada, hoje, pelo Jornal do Commercio, de Pernambuco.