Gianna Xavier
Vale a pena ouvir o áudio do programa Caminhos Alternativos, da rádio CBN, que foi ao ar neste último sábado. Petria Chaves entrevista Roberto Romano, professor de filosofia e ética da Unicamp.
Na entrevista, com duração de 12 minutos, o professor conceitua ética e, vai além, trazendo, num linguajar muito claro, exemplos de comportamentos éticos e não éticos que se repetem no nosso dia a dia.
À luz da questão nacional, o professor lembra que o Brasil tem um padrão ético dos mais tristes e duros no que diz respeito à violência, à quebra das regras, à imposição da riqueza e à transgressão em relação às mulheres, às crianças e aos homosexuais. Ele nos relembra o caso do conhecido jornalista que matou a namorada por motivo de ciumes e continua “saltitante por aí”.
Somos um país onde os comportamentos anti-éticos estão tão enraizados que, se um cidadão que acabasse de ultrapassar um sinal vermelho quase matando um pedreste, fosse chamado de criminoso, não aceitaria a condenação, pois essa violência no trânsito já é padrão para nós.
Por outro lado, não devemos absolutizar o nosso momento histórico, achando que está tudo perdido e que alcançamos o ponto de não-retorno desta violência e impunidade: no nosso passado recente temos episódios em que a sociedade tentou - e conseguiu reinstaurar a ética: movimento das Diretas Já e impeachemnt do presidente Collor. Pena que não tenhamos sabido aproveitar a oportunidade para restruturar nosso sistema político de forma consistente1
Por fim, fica a questão de Kant, para a nossa reflexão pessoal:
Isto que estou fazendo, trará alegria a todos ou só a mim? Se a resposta for ‘”só a mim” há algo errado e é preciso refletir.
Para ouvir a entrevista clique aqui.