Publicado em 26.08.2009
Consultado sempre que o tema é o comportamento ético dos políticos, o doutor em Filosofia e professor de Ética da Unicamp, Roberto Romano, vaticinou: a solução que os senadores apontam para o Conselho de Ética do Senado, numa busca desesperada para reagir à desmoralização a que eles próprios levaram o colegiado, é “absolutamente superficial”, “dá argumentos para os que defendem o fechamento do Senado”, “fere o princípio da representação popular” e “revela que os senadores estão abdicando de parte do poder que lhes foi conferido pelo eleitor”.
Em reação colegiada, ontem, DEM e PSDB renunciaram suas vagas no Conselho e defenderam a recomposição da instância com apenas um representante de cada partido. Hoje, a CCJ analisa o projeto que extingue o Conselho, medida que, aprovada, será o primeiro passo para o Legislativo delegar ao Judiciário a prerrogativa de julgar seus pares. Para Romano, o equívoco na reavaliação do Conselho começa no entendimento de sua concepção.
“O Conselho é uma instância prudencial, um instrumento de melhoria do funcionamento e da legitimidade do Senado. Eles é que o transformaram num campo a mais de briga política”, lamentou. A alternativa de restringí-lo a um senador de cada partido fere, segundo o professor, o princípio da representação popular. “A população votou de modo que um partido tenha mais de um senador. É a regra da Democracia. O princípio de proporcionalidade nas comissões e nos conselhos é próprio da Democracia”, lembrou. Em suma, soluções fáceis, frutos da conjuntura, levam a isso, à lógica da amputação. “O caminho mais fácil para aqueles que não têm a percepção do múnus do Senado e do senador”.
» “TEM DE PARAR MESMO!”
Deputado da bancada do governo Lula, Wolney Queiroz assina embaixo da iniciativa da base de não votar nada enquanto as emendas parlamentares ficarem bloqueadas. “Tem de parar mesmo! Estamos sendo pressionados pelos prefeitos porque esses recursos são a salvação dos municípios”, reagiu o pernambucano.
» Na marra
Wolney revelou que 70% de suas emendas de 2007 e 2008 estão retidas. Por isso, ele decidiu integrar uma frente que se formou na Câmara e que trabalhará pelo orçamento impositivo. “Assim não dá. Isso virou um faz de conta”, reagiu.
» Buraco quente
O clima esquentou segunda no “buraco frio” da Câmara do Recife, o gabinete secreto dos vereadores. Jurandir Liberal e Carlos Gueiros trocaram farpas ao divergirem da ação da Dircon no combate ao fechamento de postos irregulares. Foi feio!
» Revide e sem motivos pra celeuma
O vereador Daniel Coelho reconheceu que a minireforma de João da Costa “não gera debate”. Mas a ausência da oposição nos apartes a Luciano Siqueira, ao tratá-la na tribuna, foi uma resposta “à forma como ele sempre agiu com a gente”. “Ele nunca nos aparteou nem participou de qualquer debate que levantamos aqui. E sobre a reforma, todo mundo está cansado da nossa opinião”, lembrou.
» Dois pra lá...
Essa porção PSDB-DEM para a disputa proporcional anda a ponto de detonar. O DEM de Mendonça Filho não deixou sem resposta a ameaça do PSDB de boicotar à reeleição de Marco Maciel, caso a de Sérgio Guerra seja ameaçada.
» ...Dois pra cá
“Carlos Santana dispensa comentários. Basta ver a capacidade demonstrada por ele em 2006 de mudar de lado”, reagiu o DEM, em nota, descredenciando o porta-voz do PSDB, deputado Carlos Santana, que falou pela bancada.
Agora é pra
valer: saiu no
DO da PCR
A exoneração de Lygia Falcão da gestão de João da Costa saiu ontem no Diário Oficial. Mas com data retroativa à sexta-feira, dia 21.
Derrotar Lula é
o que lhe move,
mais nada...
Jarbistas, da intimidade do senador, garantem. Ele é candidato sim. E movido apenas por um objetivo: o de derrotar o candidato de Lula no Estado.
» Fechou o tripé
Depois da conta de luz e da Copa de 2014, o deputado Eduardo da Fonte ergueu ontem outra bandeira pra 2010: a unificação dos salários dos militares. Patrocinou trio elétrico na passeata da categoria e teve atenção especial do locutor.
» Passa a conta
Delcídio Amaral, aquele petista que se escondeu entre revistas e jornais na hora de votar pela salvação de Sarney, desabafou no twitter: “ Conta cara essa do PMDB. Pelo tamanho do sacrifício, sem dúvida, somos credores dessa aliança”. É pagar para ver.