Terça-feira, 25 de Agosto de 2009
O amor é lindo!
Do Leonardo Ferrari. Para passear no Blog clique aqui
Quando seu maior garoto-propaganda, autor da façanha de torná-lo milionário só com as vendas na América Latina, o recebe calorosamente na porta do palácio presidencial, o abraça efusivamente, diz em público e na frente da televisão que leva consigo vários de seus livros, lhe deseja longa vida, o que você faz? Se você se chama Noam Chomsky, você faz marketing, você faz as vendas triplicarem, você multiplica o patrimônio, você aproveita a oportunidade, você amplia o market share, você realiza as opções, você enriquece mais, você se vende e responde assim:
“Eu acho emocionante que na Venezuela esteja sendo construído esse outro mundo possível e ver um dos homens que inspirou essa situação (...) Falar de paz é, de alguma maneira, fácil (...) o difícil é criar um novo mundo, um mundo diferente”
Noam Chomsky ontem, na Venezuela.
O amor pelo dinheiro não é lindo? Eis aí um homem que entende de negócios, eis aí um homem que sabe como ganhar dinheiro. Por exemplo, e eu admiro esse empreendedor, por que ele não se muda para a Venezuela, pode perguntar um ingênuo leitor. Ora, porque esse homem é um gênio das finanças! O mercado dos Estados Unidos e dos países de língua inglesa é muito maior e mais rico que o mercado venezuelano e de língua espanhola! Há que vender bem em todos os mercados! É verdade que vomitei quando li “novo mundo” e “mundo diferente” em referência à pobre Venezuela. Lembrei de um maravilhoso livro que, em seu capítulo quatro, narra de forma contundente essa paixão doentia da esquerda pelos fascismos. Trata-se de “Pós-Guerra” de Tony Judt, publicado em português no ano passado pela editora Objetiva. É um autor tolinho que não sabe ganhar dinheiro, pois critica tanto a esquerda como a direita. Porém, tirando esse defeito grave, deveria ser leitura obrigatória em todos os jardins de infância e teste para entrada em doutorados de qualquer universidade séria. Mas, alerto já, não é para estômagos sensíveis. Este capítulo narra a paixão dos intelectuais e políticos “de esquerda” ocidentais pela União Soviética de Stálin. É de vomitar o tempo todo. Saí desidratado da leitura. Até ontem. Ontem fui parar no hospital. “Outro mundo possível”, “um dos homens que inspirou essa situação”, “criar um novo mundo”, “um mundo diferente”...desculpem, e, ao contrário de Goethe – estamos em outra época – eu suplico, mais soro, mais soro...
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, durante seu discurso na Assembléia Geral das Nações Unidas em 20 de setembro de 2006. Fotografia de Julie Jacobson/AP.
Quando seu maior garoto-propaganda, autor da façanha de torná-lo milionário só com as vendas na América Latina, o recebe calorosamente na porta do palácio presidencial, o abraça efusivamente, diz em público e na frente da televisão que leva consigo vários de seus livros, lhe deseja longa vida, o que você faz? Se você se chama Noam Chomsky, você faz marketing, você faz as vendas triplicarem, você multiplica o patrimônio, você aproveita a oportunidade, você amplia o market share, você realiza as opções, você enriquece mais, você se vende e responde assim:
“Eu acho emocionante que na Venezuela esteja sendo construído esse outro mundo possível e ver um dos homens que inspirou essa situação (...) Falar de paz é, de alguma maneira, fácil (...) o difícil é criar um novo mundo, um mundo diferente”
Noam Chomsky ontem, na Venezuela.
Fonte: EFE na ianque e vendida Yahoo Notícias Brasil.
O amor pelo dinheiro não é lindo? Eis aí um homem que entende de negócios, eis aí um homem que sabe como ganhar dinheiro. Por exemplo, e eu admiro esse empreendedor, por que ele não se muda para a Venezuela, pode perguntar um ingênuo leitor. Ora, porque esse homem é um gênio das finanças! O mercado dos Estados Unidos e dos países de língua inglesa é muito maior e mais rico que o mercado venezuelano e de língua espanhola! Há que vender bem em todos os mercados! É verdade que vomitei quando li “novo mundo” e “mundo diferente” em referência à pobre Venezuela. Lembrei de um maravilhoso livro que, em seu capítulo quatro, narra de forma contundente essa paixão doentia da esquerda pelos fascismos. Trata-se de “Pós-Guerra” de Tony Judt, publicado em português no ano passado pela editora Objetiva. É um autor tolinho que não sabe ganhar dinheiro, pois critica tanto a esquerda como a direita. Porém, tirando esse defeito grave, deveria ser leitura obrigatória em todos os jardins de infância e teste para entrada em doutorados de qualquer universidade séria. Mas, alerto já, não é para estômagos sensíveis. Este capítulo narra a paixão dos intelectuais e políticos “de esquerda” ocidentais pela União Soviética de Stálin. É de vomitar o tempo todo. Saí desidratado da leitura. Até ontem. Ontem fui parar no hospital. “Outro mundo possível”, “um dos homens que inspirou essa situação”, “criar um novo mundo”, “um mundo diferente”...desculpem, e, ao contrário de Goethe – estamos em outra época – eu suplico, mais soro, mais soro...