sábado, 20 de fevereiro de 2010

PROSA & POLITICA (CENSURADO) DE ADRIANA VANDONI

Sentença moral já foi dada aos dez magistrados de Mato Grosso

(Adriana Vandoni) Na próxima terça-feira, dia 23, acontecerá um julgamento historio no Conselho Nacional de Justiça – CNJ. Dez magistrados de Mato Grosso serão julgados por suposto esquema de desvio de dinheiro. A penalidade é a aposentadoria compulsória, irrisória quando se pensa que isso é uma punição por terem, segundo o parecer do Ministério Público Federal, montado um esquema de desvio de recursos do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

A situação dos 10 magistrados está cada vez mais complicada. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Filgueiras Cavalcante Júnior, vai fazer uma manifestação oral CNJ. Recém empossado na presidência da OAB, Ophir começou com um discurso de combate à corrupção e intolerância aos corruptos. O mesmo posicionamento não teve a OAB do provinciano MT, que não aceitou assinar um memorial elaborado pelo ONG Moral com todas as informações sobre o caso dos magistrados.

Mas nada mais avassalador para os julgados, que o parecer do procurador geral Roberto Gurgel. Tão avassalador que mesmo que os dez consigam salvar seus cargos, estarão marcados pra sempre pelas palavras do parecer.

Gurgel conclui dizendo que pelas provas apresentadas (incluindo depoimentos e defesas), que “comprovou-se a existência de um verdadeiro esquema de desvio de recursos provenientes do Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso para a entidade maçônica denominada GRANDE ORIENTE DO ESTADO DO MATO GROSSO, arquitetado por membros do Poder Judiciário daquela unidade da Federação ligados direta ou indiretamente com a maçonaria.”

Ao relatar a participação de cada um dos dez no esquema de desvio de recursos, Roberto Gurgel escreve: “os Desembargadores Jose Ferreira Leite, Jose Tadeu Cury e Mariano Alonso Ribeiro Travassos e os Juízes Marcelo Souza de Barros e Marcos Aurélio dos Reis Ferreira (filho de José Ferreira Leite), valendo-se dos altos cargos por eles ocupados na administração da Corte Estadual, receberam de forma privilegiada créditos oriundos do Tribunal de Justiça, bem como determinaram o pagamento de tais verbas aos magistrados Antonio Horacio Da Silva Neto. Irênio Lima Fernandes, Juanita Cruz da Silva Clait Duarte, Graciema Ribeiro de Caravellas e Maria Cristina Oliveira Simões, no intuito de que todos prestassem auxílio financeiro ao Grande Oriente do Estado de Mato Grosso.”

Mesmo que os dez já estejam moralmente sentenciados, é clamor de todo o povo de Mato Grosso, e porque não dizer do Brasil, ver que a impunidade começou a não ser mais a regra no Brasil.