Não sou governista, não sou do PT, não sou "isentista" nem "outro ladista", embora pense ser preciso, sim, ouvir (ou ler) os dois lados, ou mais, para agir de modo justo e não como doutrinador que bate estacas em apenas um lado. Desde bom tempo, quando Serra ainda era campeão absoluto de intenções de votos, notei que a campanha oposicionista estava em péssimos lençóis. Escrevi artigos, dei entrevistas —das quais muitas, feitas por jornalistas de obediência tucana, jamais foram publicadas, o que evidencia censura, sim senhor . Dentre os erros, o pior é a falta de domínio do tempo. E quem pensa um pouco mais rigorosamente, sabe que o tempo é a essência da política. E, ademais, o tempo certo é uma arte que não aceita arrogâncias do tipo "já vencemos", "é barbada", "está no papo" e outras tolices de apedeutas. Só pelo fato de serem tucanos, muitos figurões da república não deixam de ser apedeutas, como os primos petistas, só que sob cobertura de chantili. Não tenho compromisso de vassalagem com Serra ou qualquer outro político brasileiro. Quem diz o contrário, mente e não tem honra, seja na esquerda, seja na direita. Jamais me declarei "gênio" como insinuam os direitistas, nem "o mais conhecido filósofo brasileiro no exterior", como dizem os esquerdistas. Não devo contas a ninguém e continuarei escrevendo, pensando, criticando sem fazer rapapés para esta ou aquela seita, por mais poderosa e dona do mundo.
É o que tenho a dizer sobre o atraso cronológico na campanha da oposição. Salvar aparências é tarefa de sofista. E sofistas são inteligentes mas, na sua imensa maioria, desonestos intelectualmente.
Roberto Romano
É o que tenho a dizer sobre o atraso cronológico na campanha da oposição. Salvar aparências é tarefa de sofista. E sofistas são inteligentes mas, na sua imensa maioria, desonestos intelectualmente.
Roberto Romano