“Médico, cura-te a ti mesmo!”
Publicado em 19.03.2010
“Com esse caso da ministra, eu diria ao redator da cartilha da AGU: ‘médico cura-te a ti mesmo’. Porque essa é uma decisão que pode não ser ilegal, mas que é anti-ética é. Nos últimos governos, incluindo o de FHC, mas sobretudo o de Lula, a AGU tem reduzido seu papel ao de advocacia-geral do governo. Ela deveria se chamar AGG, porque tem avançado na tese jurídica para salvaguardar a tese dos integrantes do Executivo. É o que faz agora”, atesta Romano.
O professor estranha a passividade de juristas e das oposições que segundo ele não têm reagido à concessão da AGU à ministra Dilma, abrindo assim margem para que ela ganhe a dimensão de uma sentença do Supremo Tribunal Federal ou da corte máxima da Justiça Eleitoral, o TSE. “Fica parecendo que a AGU é um órgão máximo do Judiciário que está autorizando a ministra a fazer determinadas coisas. Um parecer da AGU é um parecer. Não tem legitimidade contingente, (aqui, a repórter se enganou, eu disse cogente...) como se diz no Direito, não é obrigatório. A ele cabe perfeitamente parecer contra na Justiça”, lembra o professor.