quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Freedom no longer frees you...
Às vezes acho que o Brasil não existe, devido o surrealismo que aqui impera, creio que não passamos de uma mera projeção mental de uma mente distorcida. Não sou um iludido que espera um rompante de lucidez e moral por parte da população, mas a apatia que toma conta de todas as instituições e das pessoas diante dos desfiles de autoritarismo mostrados pelo PT é aterrador, mesmo para os padrões nacionais. Considero o ser humano uma das piores formas vivas do universo, e dentre eles o ser que vive neste país, o pior.
Não é de hoje que noto uma arrogância e prepotência monstruosas dentre excelentíssimos juízes, desembargadores, procuradores, ministros então nem se fale, advogados, enfim até mesmo recém ingressos nas faculdades de direito possuem esta prematura sensação que a divindade lhes cabe. Existem raras exceções, cada vez mais raras.
Os tais ministros do STF são apadrinhados políticos, não precisa ir muito longe, basta ler a reportagem da revista Veja desta semana onde a própria corregedora do Conselho Nacional de Justiça, Eliana Calmon, afirma o óbvio que juízes trocam favores com políticos e para ascenderem a postos elevados precisam do apadrinhamento, como ela mesma reconheceu que chegou ao cargo graças a padrinhos políticos. Não é a afirmação da corregedora que me espanta, é notícia mais do que velha, mas o descaramento e a hipocrisia de atacar quem tem isto ao mesmo tempo em que se vale do mesmo sistema viciado.
No Brasil não há a meritocracia, isto não existe (nunca existiu). O sistema adotado em toda a sociedade brasileira é o paternalismo puro e simples. São raros os que conseguem algo em suas carreiras apenas por próprio mérito, mesmo assim pagam um preço caro por não comungarem nas igrejinhas que vão desde estagnação na carreira a perseguições de todas as sortes, culminando em demissões e linchamento da honra pelas hordas. Não me refiro apenas às esferas públicas, na esfera privada é assim também, chefes incompetentes perseguem aqueles que não lhes prestam reverência e protegem seus bajuladores ou como se diz em inglês ‘ass kissers’.
Mas este é um mal que vive na raiz de nossa sociedade, desde os primórdios, juntamente com a ‘ultra vires’ que não assola apenas aqueles que posam de donos das leis e de todos os saberes, mas em qualquer lugar há este comportamento de excessos, desde o guarda de trânsito, o policial, enfim.
Este último ato do STF mostra o que sinto faz tempo e discuto com algumas pessoas de meu círculo que temem que entremos em uma era no melhor estilo bolivariano chavista, sempre digo que já estamos vivendo isto, o próximo passo é uma cubanização, ou melhor, a concretização da cubanização que está em curso.
Truth is an offence
O candidato a senador pelo PC do B se saiu com a típica retórica vagabunda ao ser questionado pelo fato de sua ONG falida e uma empresa fantasma em seu nome deverem milhões à União. Disse que a elite branca tem um desconforto racial com sua candidatura.
Se esconder atrás de um grupo é uma covardia. Não importa a causa ou bandeira, sempre uqe alguém se define com uma característica coletiva ou como defensor de A ou B sei que estou diante de uma pessoa fraca, hipócrita, oportunista e com vários complexos. Netinho transporta o seu racismo para outros, a tal empresa fantasma do sujeito começou como uma produtora, cujo mote e ideário era produzir o primeiro canal de TV de negros no Brasil. Em sua produtora apenas negros eram contratados e isto é uma pré-requisito explícito. Em seu pretenso canal, também apenas iriam aparecer negros. Na campanha diz que é para votar no “Negão”, experimente um branco se dirigir assim a este cidadão para ver sua reação. O que Netinho fez e faz é racismo se qualquer empresa abertamente colocar como pré-requisito a contratação apenas de pessoas brancas o escândalo será nacional e a empresa será acusada de racismo, o que é de fato, mas Netinho não teve problemas com isto, pois racismo no Brasil só existe contra negros. Pensar em insinuar que o inverso ocorre é sacrilégio.
Hoje há cotas em empresas, com programas de incentivo de impostos do governo para se contratar uma determinada cota de negros, mas vá dizer para alguém isto é racismo, jamais! Na nova língua chama-se políticas afirmativas. Pelo que sei, determinar em uma seleção a raça, qualquer que ela seja, como característica principal é racismo.
Netinho como todos os que fazem meio de vida se escorar em uma raça, gênero, condição usa isto muito bem. Quando lhe convém ele é o ‘negão’, mas quando é posto na parede por sua falta de caráter (que não escolhe raça, gênero, idade, classe social e etc) é por conta de uma elite branca que o ‘odeia’.
Este discurso já foi ouvido mil vezes, em profusão, em especial no Brasil. Aqui se é perseguido por ser: ex-metalurgico, mulher, evangélico e etc. Todos estes discursos, curiosamente saem das bocas de petistas e ex-petistas (se é que isto existe).
O argumento é tão válido quando dizer que é perseguido por ter pé chato, gostar de tomar coca-cola quente, colecionar selos, ser enólogo e etc. Não estou tentando reduzir o argumento destes bandos ao ‘reductio ad ridiculum’, pois estes argumentos são ridículos mesmo.
Meu respeito por estas minorias vitimadas e perseguidas pela sociedade é zero. Hoje todas as leis e incentivos são para um tipo de minoria. Tanto que o 'clássico opressor' (o que sobra desta equação) é a minoria de fato.