terça-feira, 21 de setembro de 2010
Tired and Bored
Escrevi este texto enorme. Na verdade não passa vários textos sobre estes últimos dias. Confesso que estou cansado. Fisicamente cansado, passei o final de semana todo acompanhando parentes em hospitais, mesmo sendo hospitais que atendem apenas convênios médicos é aterrador o nível de tratamento dispensado por atendentes e médicos aos doentes. A saúde particular no Brasil já se igualou ao SUS. Mentalmente cansado, já desisti disto aqui (Brasil) faz tempo, todas as minhas energias se concentram em sair daqui e levar minha família comigo. Trata-se de uma constatação a tendência é sempre piorar não importa o que acontecer.
O escândalo Erenice – O canto do cisne da semi-democracia brasileira
O mega escândalo de Erenice Guerra no governo petista configura como o mais escabroso entre todos os inúmeros escândalos do governo Lula. Apenas perde, em minha opinião, para o episódio Lulinha/Gamecorp, pois este está ligado diretamente com o presidente da república (todos estão) e termina com o escárnio lulista: “quem não gostaria de ter um Ronaldinho como filho”, dizendo que o ex-monitor de zoológico e dono de uma empresa de fundo de quintal era um fenômeno como administrador, sendo que o pai alterou a lei para que o negócio do “fenômeno” fluísse como o esperado.
O governo do PT (e de Lula) resume-se em uma sucessão de escândalos, corrupção e má administração pública nestes oito anos, escamoteados por uma massiva propaganda oficial e oficiosa. A mentira não é um subterfúgio, mas um método de governo petista. Não vou recorrer à vala comum de que todos os governos mentem, pois isto é um fato, mas nenhum usou a mentira como método de um projeto ambicioso de poder e dominação no Brasil como o governo petista faz.
O governo Lula começou com o escândalo da ministra Benedita da Silva da Secretaria Especial da Assistência e Promoção Social após usar recursos públicos em um evento evangélico na Argentina, desde então seguiu uma espiral interminável de escândalos e de ministros petistas e aliados sendo flagrados e caindo no governo, mas não perdendo poder e nem prestígio dentro do partido e do próprio governo, culminando no mais recente de Erenice Guerra, praticamente colado a violação de sigilos fiscais de adversários políticos, entre eles o próprio candidato José Serra, sua filha Verônica e o presidente do PSDB por militantes petistas infiltrados na Receita Federal para fins de dossiês eleitorais, uma tara antiga petista.
O escândalo de Erenice existia desde que esta era assessora direta de Dilma na Casa Civil, seu próprio filho que era um dos principais lobistas chamava a então ministra Dilma de “tia Dilma”. Não há uma mobilização sequer das autoridades nacionais, ou mesmo de órgãos civis como a OAB em pressionar a candidatura Dilma por esclarecimentos, afinal todos estes órgãos estão aparelhados por militantes petistas. Se o Brasil fosse um país que ao menos posasse de sério a candidatura Dilma Rousseff estaria impugnada, mesmo depois de todas as violações possíveis e imagináveis das leis eleitorais o TSE ficou inerte, mas isto já se trata de crime comum e não eleitoral.
O mal que o petismo e ideologias fazem
Já disse que militonto não se rende ante aos fatos, ele faz o que lhe ensinaram (ou repete as palavras dos líderes) distorce o fato sob sua ótica torta e repete a mentira mil vezes colocando-se no lugar de vitima de uma elite e de uma mídia antagonistas e etc. Mas afinal quem é a elite do país? A nova elite é composta pela cúpula petista, sindicalistas amigos e cooptados do que os petistas chamavam de elite que se deleitam com o lulismo e com petismo. Os tais jornais golpistas eram mais contundentes quando o petismo pautava suas redações com denúncias, hoje os mesmos petistas atuam no papel de censores e colaboram para abrandamento dos fatos de corrupção com abordagens frias e com um suposto devidamente colocado antes de enunciar qualquer crime recheado de documentos, testemunhas e provas físicas.
A relação que este tipo de sujeito cria com o partido e com a figura de seu líder é totalmente patológica. Mesmerizado não cede à realidade e vive apenas dos eternos mitos propagados. O que esperar de alguém que escreve coisas do tipo: “Em matéria de discurso, Lula só tem um rival: Fidel. Mas aí já estamos falando de um mito, embora Lula se encaminhe para isso.” Não contente anda com camisas estampando o rosto de Lula, entretanto usufrui e frui tudo, exatamente tudo, o que a ideologia que estes ‘mitos’ de seus escritos se opõem. Trata-se de alguém que vive em desacordo com a própria realidade e possui uma hipocrisia inimaginável ou que desenvolveu uma patologia alucinante ao ponto de acreditar realmente nestas sandices enquanto desfruta de um modo de vida e tudo que é gerado por ele ao mesmo tempo em que persegue as pregações dos ‘mitos’ e tenta destruir este mesmo modo de vida.
O que realmente me deixa intrigado é que conheci a pessoa do escrito acima, tinha grande amizade e considerava a mesma como sendo uma pessoa de valores morais elevados, racional, até mesmo possuidora de um intelecto bem desenvolvido e dono de uma erudição admirável. Mas tal comportamento e palavras jogam por terra esta impressão. Detalhe: esta mesma pessoa ficava abismada pelo fato de crentes da Igreja Universal & Cia continuarem a seguir Edir Macedo após os vídeos e notícias de denúncia de corrupção na igreja, além de zombar da cegueira causada pelo fanatismo religioso em algumas pessoas e a relação hipócrita que mantinham entre os dogmas e os discursos religiosos e as práticas diárias contraditórias. Também achava a revista Veja fantástica, a Folha ótima e o Estadão maravilhoso no governo FHC, hoje quer ao lado do ‘mito’ “derrotar tais veículos”, apenas não perguntei o que acha atualmente de Edir Macedo, Rede Record e IURD, pois não nos falamos faz um bom tempo e sinceramente é bem melhor assim.
Sempre soube dos males do petismo e sempre achei o comunismo algo abominável, porém retrógado e muito mais uma ‘grife’ para jovens de classe média que queriam passar o ar de ‘politizados cult’, como é o exemplo da pessoa em questão.
Sempre houve uma série de caricaturas comportamentais que seguiam este tipo de pessoas. Entretanto, nos seguidos encontros esporádicos que tinha com este velho amigo, durante o governo Lula, comecei a me preocupar com o efeito desta ideologia nas pessoas, se ele que passava esta impressão cometia este tipo de comportamento bizarro, até então destoante de sua natureza, o que o partido e a ideologia faziam em tipos mais caricatos? Foi quando comecei a estudar realmente o que havia por trás do PT e do socialismo/comunismo e certas coisas começaram a ficar bem mais claras.
Portanto, hoje, não espero qualquer tipo de crise consciência ou mesmo raciocínio claro deste tipo. Ao mesmo tempo em que lamento tal comportamento em pessoas por quem nutria respeito, também repudio veementemente tal comportamento venal. Hoje a decepção inicial com a incoerência de atitudes e pensamentos deu lugar ao mero desprezo, ainda leio algumas das afirmações que este escreve na rede por simples estudo de comportamento.
As velhas táticas sujas
A linguagem dos petistas/comunistas é chata e repetitiva, propositadamente, pois é uma tática para confundir e tentar impor sua dominação. Isto é velho, todas as táticas de guerrilha e guerra psicológica são usadas pela esquerda, especialmente quando o assunto é o discurso e a linguagem. O próprio vocabulário politicamente correto, inventado e imposto pelos ativistas de esquerda americanos é uma forma de dominação e do que a pesquisadora alemã Elisabeth Noelle-Neumann chamou de Espiral do Silêncio na década de 60 após estudar os efeitos dos meios de comunicação de massa durante as campanhas eleitorais de 1965 e 1972 que consistia na mudança de opinião de grande parte do eleitorado que buscava se aproximar das opiniões que julgavam dominantes.
A idéia central desta teoria situa-se na possibilidade de que os agentes sociais possam ser isolados de seus grupos de convívio caso expressem publicamente opiniões diferentes daquelas que o grupo considere como opiniões dominantes. Isso significa dizer que o isolamento das pessoas, de afastamento do convívio social, acaba sendo a mola mestra que aciona o mecanismo do fenômeno da opinião pública, já que os agentes sociais têm aguda percepção do clima de opinião. E é esta alternância cíclica e progressiva que Noelle-Neumann chamou de Espiral do Silêncio
Existe uma tendência de acompanhar a opinião da maioria das pessoas, talvez por medo do fator isolamento, isto pelo fato de, em geral, a sociedade exigir uma certa conformidade com o tema em discussão. Este cenário tem a finalidade de manter-se um mínimo de unidade para garantir coerência.
Lula chama quem não se curva ao seu bando e aos seus golpes de ‘do contra’, ‘antipatriota’ e etc. Nada mais do a teoria da espiral do silêncio posta em prática, os movimentos sociais tidos como minoritários aplicam esta tática desde a década de 1980 criminalizando palavras e atitudes que culminaram no vocabulário e patrulha politicamente correto da década de 1990 que se intensificou e perdura até os dias de hoje.
Lula não poderia estar mais certo no meu caso. Sou contra o petismo e o lulismo, sou totalmente contra o Brasil, principalmente este criado e idealizado por Lula. Na minha ótica sou o maior antipatriota que existe, nunca me indentifiquei com isto aqui que chamamos de país. Este hino nunca me causou comoção alguma, a bandeira muito menos (que por sinal acho ridícula e mentirosa “ordem e progresso”).
Não temo ser apontado como do contra, não escolhi a bandeira, o hino e muito menos a infelicidade de nascer no Brasil. Portanto, eu nunca digo: “tenho vergonha de ser brasileiro”, simplesmente porque não é minha culpa este fato, não me define como pessoa e tão pouco endosso a sacanagem alheia cometida por conterrâneos. Felizmente nunca possui este ufanismo idiota que toma de assalto parte dos brasileiros que se cedem a este tipo de discurso vazio. Antes de ter ataques patrióticos faça o seguinte racicínio: Qual a vantangem o fato de ser brasilerio lhe confere? No que isto o torna especial? O que o Brasil, esta entidade abstrata, fez por você? Em que isto lhe define como pessoa?
Aproveite e faça este mesmo raciocínio sempre que tentarem lhe impor um rótulo ou enquadrar em categorias. Tenho certeza que a resposta honesta é sempre: nada.
Não confie em pessoas que não são honestas com a relação entre seus discursos e seus modos de vida. Não estou tentando dar conselhos eleitorias, pois esta eleição está definida desde o dia em que Lula apontou Dilma como sua sucessora, não pelo fato da capacidade de Lula fazer seu sucessor, mas pela máquina toda estar voltada para este propósito. Afirmo quantas vezes for necessário: A eleição é uma fraude com estas urnas eletrônicas. E não se trata de “não sabe perder, respeitar a vontande do polvo” e etc, mas quem comete o que o petismo comete, fraudar uma urna brasileira é brincadeira de criança.
Não escrevi este texto para salvar ninguém de si mesmo, pois acho tal tarefa abominável, inútil e até despótica. Foi apenas para evidenciar o meu cansaço permanente com a maioria dos seres que chamamos de humanos, principalmente estes que habitam o Brasil.