Doações a candidatos são para evitar 'indisposição política'
Autor(es): Alexandre Rodrigues |
O Estado de S. Paulo - 20/09/2010 |
O empresário Eike Batista cultiva ótima relação com o prefeito e com o governador do Rio, onde tem investimentos em curso de R$ 500 milhões. Para a eleição de Paes, doou R$ 1 milhão. Para a primeira de Cabral, R$ 400 mil. Para reeleição de Lula, R$ 1 milhão. Este ano, diz ter dado dinheiro às campanhas de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), mas sem interesses. No máximo, admite, não quer ver projetos atrasados pela indisposição de políticos. Na última eleição para prefeito de Conceição do Mato Dentro (MG), ponto de partida do mineroduto da MMX, doou R$ 50 mil para cada um dos dois principais candidatos. Ainda na esfera pública, Eike tem contado com o crédito barato do BNDES, que já aprovou pelo menos R$ 5 bilhões em financiamentos para suas empresas desde o ano passado. O último deles, divulgado quase ao mesmo tempo em que Eike comprava o terno de Lula, foi um crédito de R$ 146,5 milhões para a reforma do Hotel Glória, que comprou da família Tapajós e promete abrir com muito luxo em 2011. No programa Roda Viva, Eike também rechaçou qualquer suspeita de favorecimento no banco, que define seus desembolsos por critérios técnicos, e lembrou que o montante emprestado do BNDES (que estimou em R$ 4 bilhões) é muito pequeno diante do tamanho de sua EBX, que deve investir US$ 15 bilhões até 2012. Alega que, como todas as grandes empresas, vai ao BNDES por ser uma fonte atraente disponível no radar de sua engenharia financeira. "É um empréstimo, depois eu tenho que pagar de volta. Não é um presente."
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