quarta-feira, 6 de abril de 2011

Nada de novo sob o Sol.

Tempos atrás a imprensa deu destaque sensacional (ista...) ao fato de pilotos de corrida terem sido obrigados, por suas empresas, a ceder a passagem para outros pilotos, tendo em vista os interesses de marketing e outros interesses. A prática é antiga no automobilismo "esportivo". No livro que citei em post anterior, sobre a vida mundana sob o nazismo, encontramos o seguinte na página 211:

Em 1933...no Nürburgring, durante o Grande Prêmio da Alemanha de automobilismo, "as regulagens necessárias foram efetuadas. Os motores Mercedes dão toda sua força. Os dois pilotos da firma, Brauschitsch e Luigi Fagioli, saem na frente. Fagioli tem vantagem. O diretor da equipe, Alfred Neubauer, lhe ordena dar a vantagem a Brauchitsch, para que um alemão ganhe a prova. O fogoso italiano escuta, mas, não digerindo a ordem, deixa passar um adversário da Auto União". Fabrice d´Almeida, La vie mondaine sous le nazisme.

Duas conclusões possíveis: práticas nazistas ainda imperam nas corridas automobilísticas "esportivas". Naquela era, o interesse foi o de acentuar a propaganda nojenta sobre a superioridade ariana. Graças aos deuses do esporte, o piloto italiano ainda tinha um tanto de vergonha na face, enfrentou os donos do poder/pinóquio. Hoje, os pilotos acatam as ordens, e os interesses são muito próximos aos dos tempos de Hitler: dar fama e dinheiro para as equipes, levantando as glórias nacionais. As diferenças não são em demasia. Estou errado? Me corrijam, por favor.

Segunda conclusão: as massas, naquele tempo e agora, são apenas espectadoras passivas, para elas segue a mensagem: os deusinhos do automóvel carregam a glória "nacional". Naqueles dias, era "nacional-socialista" a figura. Hoje, nacional-financista. E assim roda o mundo...

RR


Fichier:L Fagioli.jpg
Luigi Fagioli, estátua. Foto da Wikipédia.