quarta-feira, 4 de julho de 2012

Marta Bellini.

Machismo aqui, ali e acolá... Braziu!


DAQUIhttp://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-07-03/desembargador-goiano-acusado-de-assedio-sexual-e-aposentado-pelo-cnj

Desembargador goiano acusado de assédio sexual é aposentado pelo CNJ

03/07/2012 - 18h53
Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O desembargador Hélio Maurício de Amorim, do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), foi aposentado compulsoriamente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) nesta terça-feira (3). Ele recebeu a máxima punição administrativa para juízes por ter assediado uma mulher que era parte de processo sob sua responsabilidade.
Segundo a denúncia, o desembargador – que então era juiz de uma vara de família de Goiânia - encaminhava processo de dissolução de união estável da vítima quando começou a procurá-la, por telefone e pessoalmente. A mulher informou que Amorim tentou agarrá-la na cozinha da casa dela e que a chamou para “tomar uma cervejinha e um vinhozinho”.
A defesa do desembargador não nega os telefonemas nem a visita, mas credita as atitudes à movimentação que Amorim fazia para encaixar a filha da denunciante - desempregada e recém-formada em direito - em um cargo no tribunal.
A denúncia foi arquivada no TJGO em março de 2009, o que levou a vítima a acionar o CNJ para fugir de um possível corporativismo. Em julho do mesmo ano, Amorim foi promovido a desembargador do TJGO. O CNJ decidiu abrir processo administrativo contra o desembargador em agosto de 2010.
Depois de ter colhido mais informações sobre o caso, o CNJ voltou a analisar o processo nesta tarde. Os conselheiros concluíram, por unanimidade, que a atitude do magistrado foi reprovável e feriu “a honra, a dignidade e o decoro exigidos pela magistratura”, pois mesmo que o assédio não tenha ocorrido, um juiz não pode procurar partes de processo sob sua responsabilidade.
O desembargador tem 65 anos e seria aposentado compulsoriamente daqui a cinco anos. Ele receberá vencimentos proporcionais ao tempo de serviço.
Edição: Fábio Massalli

Braziu, Rio de Janeiro!


por Carlos Tautz - 3.7.12  -  Fonte blog do Noblat

Enviado pelo amigo virtual, Grozny Arruda

Grata
Baía de Guanabara: patrimônio natural, palco da execução de pescadores
Dramático sintoma do tipo economia que o Brasil e o Estado do Rio escolheram: imediatamente após a Rio+20, dois pescadores artesanais são executados e seus corpos aparecem nas praias de Magé e São Gonçalo.
Embora a imprensa resuma o extermínio a uma suposta disputa por áreas de pesca, o motivo real do assassinato foi a defesa da pesca artesanal contra a implantação de megaprojetos econômicos e o desrespeito ao direito humano básico à vida.
Ela emoldura o título carioca de patrimônio da paisagem natural, mas serve de palco para o assassinato frio de pais de família.
Os crimes mostram um profissionalismo que há muito já deveria ter sido identificado e anulado pela Secretaria Estadual de Segurança Pública do Rio de Janeiro. Esta, contudo, mal garante a segurança de outro pescador, Alexandre Anderson, presidente da Associação Homens e Mulheres do Mar (AHOMAR), vítima de pelo menos seis tentativas de homicídio e que integra o sistema federal de proteção a defensores de direitos humanos.
Agora, foram executados Almir Nogueira de Amorim e João Luiz Telles Penetra, membros da AHOMAR, que resistiam à tentativa de fatiar a Baía em projetos como o Comperj, o complexo petroquímico que a Petrobras, o BNDES e o Grupo Braskem constroem ali.
Em 2009, Paulo Santos Souza, ex-tesoureiro da AHOMAR, foi espancando em frente à sua família e assassinado com cinco tiros.
Em 2010, outro fundador da AHOMAR, Márcio Amaro, também foi assassinado em casa, em frente a sua mãe e esposa. A secretaria de segurança, que semeia UPPs em áreas cobiçadas pela especulação imobiliária, não esclareceu os crimes.
Desde o final de 2011, a AHOMAR voltou a denunciar os impactos do COMPERJ, que, com o apoio do INEA, órgão ambiental do estado, quer transformar o Rio Guaxindiba, na APA de Guapimirim, em hidrovia para transporte de equipamentos do Complexo petroquímico.
Não por coincidência, em fevereiro de 2012 o Destacamento de Policiamento da Praia de Mauá, sede da AHOMAR, foi desativado e outras três lideranças dos pescadores, ameaçadas de morte.
A situação verificada na Baía repete um padrão: abundante dinheiro do Estado para projetos de sentido social duvidoso, licenças ambientais controversas e sistemática violação de direitos humanos.
Várias outras obras de igual porte e qualidade continuam a ser implementadas por todo o País, em um prenúncio de que outras violências estão, infelizmente, prestes a acontecer.
____________________________________________ 
Carlos Tautz, jornalista, coordenador do Instituto Mais Democracia 
Transparência e controle cidadão sobre governos e empresas