Machismo aqui, ali e acolá... Braziu!
DAQUI: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-07-03/desembargador-goiano-acusado-de-assedio-sexual-e-aposentado-pelo-cnj
Desembargador goiano acusado de assédio sexual é aposentado pelo CNJ
03/07/2012 - 18h53
Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O desembargador Hélio Maurício de Amorim, do Tribunal de
Justiça de Goiás (TJGO), foi aposentado compulsoriamente pelo Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) nesta terça-feira (3). Ele recebeu a máxima
punição administrativa para juízes por ter assediado uma mulher que era
parte de processo sob sua responsabilidade.
Segundo a denúncia, o desembargador – que então era juiz de uma vara de
família de Goiânia - encaminhava processo de dissolução de união estável
da vítima quando começou a procurá-la, por telefone e pessoalmente. A
mulher informou que Amorim tentou agarrá-la na cozinha da casa dela e
que a chamou para “tomar uma cervejinha e um vinhozinho”.
A defesa do desembargador não nega os telefonemas nem a visita, mas
credita as atitudes à movimentação que Amorim fazia para encaixar a
filha da denunciante - desempregada e recém-formada em direito - em um
cargo no tribunal.
A denúncia foi arquivada no TJGO em março de 2009, o que levou a vítima a
acionar o CNJ para fugir de um possível corporativismo. Em julho do
mesmo ano, Amorim foi promovido a desembargador do TJGO. O CNJ decidiu
abrir processo administrativo contra o desembargador em agosto de 2010.
Depois de ter colhido mais informações sobre o caso, o CNJ voltou a
analisar o processo nesta tarde. Os conselheiros concluíram, por
unanimidade, que a atitude do magistrado foi reprovável e feriu “a
honra, a dignidade e o decoro exigidos pela magistratura”, pois mesmo
que o assédio não tenha ocorrido, um juiz não pode procurar partes de
processo sob sua responsabilidade.
O desembargador tem 65 anos e seria aposentado compulsoriamente daqui a
cinco anos. Ele receberá vencimentos proporcionais ao tempo de serviço.
Edição: Fábio Massalli
Braziu, Rio de Janeiro!
por
Carlos Tautz - 3.7.12 - Fonte blog do Noblat
Enviado pelo amigo virtual, Grozny Arruda
Grata
Baía
de Guanabara: patrimônio natural, palco da execução de pescadores
Dramático
sintoma do tipo economia que o Brasil e o Estado do Rio escolheram:
imediatamente após a Rio+20, dois pescadores artesanais são executados e seus
corpos aparecem nas praias de Magé e São Gonçalo.
Embora
a imprensa resuma o extermínio a uma suposta disputa por áreas de pesca, o
motivo real do assassinato foi a defesa da pesca artesanal contra a implantação
de megaprojetos econômicos e o desrespeito ao direito humano básico à vida.
Ela
emoldura o título carioca de patrimônio da paisagem natural, mas serve de palco
para o assassinato frio de pais de família.
Os
crimes mostram um profissionalismo que há muito já deveria ter sido
identificado e anulado pela Secretaria Estadual de Segurança Pública do Rio de
Janeiro. Esta, contudo, mal garante a segurança de outro pescador, Alexandre
Anderson, presidente da Associação Homens e Mulheres do Mar (AHOMAR), vítima de
pelo menos seis tentativas de homicídio e que integra o sistema federal de
proteção a defensores de direitos humanos.
Agora,
foram executados Almir Nogueira de Amorim e João Luiz Telles Penetra, membros
da AHOMAR, que resistiam à tentativa de fatiar a Baía em projetos como o
Comperj, o complexo petroquímico que a Petrobras, o BNDES e o Grupo Braskem
constroem ali.
Em
2009, Paulo Santos Souza, ex-tesoureiro da AHOMAR, foi espancando em frente à
sua família e assassinado com cinco tiros.
Em
2010, outro fundador da AHOMAR, Márcio Amaro, também foi assassinado em casa,
em frente a sua mãe e esposa. A secretaria de segurança, que semeia UPPs em
áreas cobiçadas pela especulação imobiliária, não esclareceu os crimes.
Desde
o final de 2011, a AHOMAR voltou a denunciar os impactos do COMPERJ, que, com o
apoio do INEA, órgão ambiental do estado, quer transformar o Rio Guaxindiba, na
APA de Guapimirim, em hidrovia para transporte de equipamentos do Complexo
petroquímico.
Não
por coincidência, em fevereiro de 2012 o Destacamento de Policiamento da Praia
de Mauá, sede da AHOMAR, foi desativado e outras três lideranças dos
pescadores, ameaçadas de morte.
A
situação verificada na Baía repete um padrão: abundante dinheiro do Estado para
projetos de sentido social duvidoso, licenças ambientais controversas e
sistemática violação de direitos humanos.
Várias
outras obras de igual porte e qualidade continuam a ser implementadas por todo
o País, em um prenúncio de que outras violências estão, infelizmente, prestes a
acontecer.
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Carlos
Tautz, jornalista, coordenador do Instituto Mais Democracia
Transparência
e controle cidadão sobre governos e empresas