segunda-feira, 5 de maio de 2014

Correio Braziliense...a claque paga, a paga claque, e o Brasil seguindo para o fascismo. As SA eram pagas por banqueiros, industriais, políticos.


Investigação sobre vale-claque na Câmara será iniciada nesta terça-feira Representantes da sociedade civil cobram apuração dos fatos e esperam respostas da Câmara


Andre Shalders - Correio Braziliense

Publicação: 05/05/2014 07:47 Atualização:
 

Nelson Marquezelli: diferentes versões sobre pagamento à claque ( Leonardo Prado/CB/D.A Press)
Nelson Marquezelli: diferentes versões sobre pagamento à claque


Parlamentares, especialistas e ativistas da sociedade civil cobram que a Câmara dos Deputados investigue o pagamento de uma claque para aplaudir a votação de um projeto que altera jornada de trabalho dos caminhoneiros, ocorrido na noite da última terça-feira. A distribuição de dinheiro foi flagrada pelo Correio.

O líder do PSol na Câmara, deputado Ivan Valente (SP), disse que o primeiro passo na apuração do ocorrido é identificar claramente os responsáveis pelo pagamento. “Vamos tentar avançar nessa apuração a partir de amanhã. É preciso primeiro determinar claramente quem foi que organizou aquele pagamento, quem são aquelas pessoas e se são ligadas a algum parlamentar”, disse o paulista.

Na edição do último sábado, o Correio mostrou que parte dos supostos caminhoneiros era na verdade funcionários terceirizados dos setores de limpeza e segurança, que atuam na casa. Na edição de ontem, o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e o Corregedor Átila Lins (PSD-AM) se disseram favoráveis à apuração do ocorrido, o que só deve ocorrer à partir de amanhã.

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Para o professor de ética e filosofia da Unicamp Roberto Romano, o flagrante do vale-claque evidencia a fragilidade das instituições brasileira, mesmo após quase 30 anos da redemocratização do país. “É uma situação que mostra até que ponto as instituições democráticas estão se tornando vazias, como aparelhos que giram sobre si mesmas, descoladas de suas bases sociais. É uma desmoralização institucional gravíssima para o parlamento, e é também uma perversão da própria cidadania”, comentou ele.