PM é acusada de racismo por cartaz colocado em ônibus de Ribeirão
Cartazes fixados em ônibus do transporte coletivo de Ribeirão Preto (313
km de São Paulo) com dicas de segurança são alvo de crítica de uma
entidade, que aponta que o material incentiva o racismo.
A publicação traz uma mulher branca observada por um homem escondido
atrás de um poste e ilustrado com a cor preta. A ideia do desenho é que o
homem está prestes a assaltá-la. Os materiais fazem parte de campanha
da Polícia Militar e da Acirp (associação comercial).
O cartaz traz ainda um desenho que representa uma policial militar branca atuando no atendimento do 190.
Camila Turtelli/Folhapress | |||
Cartaz com ilustração supostamente racista em ônibus de Ribeirão Preto |
Segundo a Unegro (União de Negros pela Igualdade), ele incentiva o racismo.
A Polícia Militar nega a acusação e a Acirp disse que não foi
responsável pela elaboração do cartaz, embora seja parceira na campanha.
A presidente regional da Unegro, Ana Almeida, afirmou que o cartaz
reforça o estereótipo de que "negro é bandido". "Quem deveria nos
proteger está praticando um crime racista", disse, sobre a PM.
Ana, também vice-presidente geral da Unegro, disse que a denúncia será
levada ao Ministério Público na segunda-feira. "Estamos em plena
campanha contra o genocídio da população negra jovem e temos que nos
deparar com isso", afirmou.
Em nota, a Acirp disse que considera o racismo, além de crime, conduta
abominável que não condiz com o perfil democrático e de livre iniciativa
defendido pela entidade.
A PM afirmou que lamenta a percepção equivocada e exagerada do cartaz.
Em nota, disse que "o 'criminoso' é representado pela caracterização de
uma 'silhueta', por estar na penumbra, observando a sua vítima à
espreita atrás de um poste, usando, para tanto, da sombra existente no
local".