Comentário: as notas de Gaspari explicam, de maneira sutil mas clara, a causa de tanta prudência de boa parte das hostes tucanas. Nestas últimas manifestações incluo o comentário do Ombudsman da Folha, em sua coluna de hoje. Nela, são acusados de " histerismo" os que não usaram palavras "corretas" para questionar os procedimentos do Blog da empresa brasileira de petróleo.
Conheço indivíduos e grupos, em todas as aglomerações políticas, religiosas, econômicas, ideológicas, que se pautam pela retidão e pelo destemor. Entre os tucanos, reconheço pessoas de altíssimo valor intelectual e também ético. Jamais deixarei de me indignar com a manifestação selvagem, incentivada por dirigentes petistas, contra o honesto Mario Covas, submetido, em plena doença e final de vida, a pedradas de militantes ensandecidos na Praça da República. Dentre os tucanos, nomes como Alvaro Dias (que lidera o pedido de instalação da CPI-Petrobras) merecem respeito. Conheço no governo federal pessoas das quais discordo, mas respeito, como é o caso do Dr. Jorge Hage, da CGU. Lamento que seus dons não possam ser movidos por uma estrutura estatal mais republicana. Seu trabalho na CGU merece encômios, apesar do diminuto pessoal que o ajuda.
Sei discriminar os que seguem a ortodoxia ética, em todos os setores, e os que usam slogans ("ética na política", "transparência", etc) para disfarçar atentados contra a moral e a lei. Minhas narinas foram treinadas para perceber o fedor da hipocrisia, em todas as salas e espaços públicos. Alguns imaculados de plantão, logo deixam exalar o que lhes vai na alma, ou na consciência. Basta que os cargos e as verbas apareçam no horizonte, para que sumam suas proclamações de santidade e, em troca, apareça o mais cínico "realismo político", as "negociações", etc. Afinal, a norma do mundo está inscrita na lei suprema: "é dando, que se recebe", não é mesmo? Quando o profeta desta famosa codificação moveu um processo contra mim, a maioria dos que hoje me acusam de radicalismo inconveniente me apoiou. Naqueles tempos, o poder ainda estava longe dos que hoje adoecem de maquiavelismo "bon marché".
Por outro lado, existem, nos partidos, pessoas que se julgam acima do bem e do mal, e que se dão ao luxo de tentar jogar o desprezo sobre quem luta sem quartel em prol da vida pública democrática. Muitos tucanos, por exemplo, me recordam um filme extraordinário: O Jardim dos Finzi- Contini. Alí, os elegantes (ou supostos elegantes) vivem no paraíso, no mesmo passo em que o inferno toma conta do mundo que os envolve e devora, pouco a pouco. Enquanto os que lutam são tidos por eles como "pessoas de péssimo gosto", (" histéricas"...) os militantes fascistas arruinam o cosmos com fragmentos cada vez mais horrendos de um sujo caos. Uma diferença: os Finzi-Contini percebem o perigo, quando quase nada mais poderia ser feito. E acolhem os "deselegantes" em sua mansão. Isto deixará de ocorrer com os tucanos a que me refiro. Quando eles perceberem, não haverá mansão, nem lugar para falas "realistas" e "prudentes". Naquele instante, com seus primos petistas triunfantes ( a sua "luta" para acabar com a imprensa burguesa será levada ao triunfo), nenhum prédio na Barão de Limeira poderá servir de refúgio.
RR
Conheço indivíduos e grupos, em todas as aglomerações políticas, religiosas, econômicas, ideológicas, que se pautam pela retidão e pelo destemor. Entre os tucanos, reconheço pessoas de altíssimo valor intelectual e também ético. Jamais deixarei de me indignar com a manifestação selvagem, incentivada por dirigentes petistas, contra o honesto Mario Covas, submetido, em plena doença e final de vida, a pedradas de militantes ensandecidos na Praça da República. Dentre os tucanos, nomes como Alvaro Dias (que lidera o pedido de instalação da CPI-Petrobras) merecem respeito. Conheço no governo federal pessoas das quais discordo, mas respeito, como é o caso do Dr. Jorge Hage, da CGU. Lamento que seus dons não possam ser movidos por uma estrutura estatal mais republicana. Seu trabalho na CGU merece encômios, apesar do diminuto pessoal que o ajuda.
Sei discriminar os que seguem a ortodoxia ética, em todos os setores, e os que usam slogans ("ética na política", "transparência", etc) para disfarçar atentados contra a moral e a lei. Minhas narinas foram treinadas para perceber o fedor da hipocrisia, em todas as salas e espaços públicos. Alguns imaculados de plantão, logo deixam exalar o que lhes vai na alma, ou na consciência. Basta que os cargos e as verbas apareçam no horizonte, para que sumam suas proclamações de santidade e, em troca, apareça o mais cínico "realismo político", as "negociações", etc. Afinal, a norma do mundo está inscrita na lei suprema: "é dando, que se recebe", não é mesmo? Quando o profeta desta famosa codificação moveu um processo contra mim, a maioria dos que hoje me acusam de radicalismo inconveniente me apoiou. Naqueles tempos, o poder ainda estava longe dos que hoje adoecem de maquiavelismo "bon marché".
Por outro lado, existem, nos partidos, pessoas que se julgam acima do bem e do mal, e que se dão ao luxo de tentar jogar o desprezo sobre quem luta sem quartel em prol da vida pública democrática. Muitos tucanos, por exemplo, me recordam um filme extraordinário: O Jardim dos Finzi- Contini. Alí, os elegantes (ou supostos elegantes) vivem no paraíso, no mesmo passo em que o inferno toma conta do mundo que os envolve e devora, pouco a pouco. Enquanto os que lutam são tidos por eles como "pessoas de péssimo gosto", (" histéricas"...) os militantes fascistas arruinam o cosmos com fragmentos cada vez mais horrendos de um sujo caos. Uma diferença: os Finzi-Contini percebem o perigo, quando quase nada mais poderia ser feito. E acolhem os "deselegantes" em sua mansão. Isto deixará de ocorrer com os tucanos a que me refiro. Quando eles perceberem, não haverá mansão, nem lugar para falas "realistas" e "prudentes". Naquele instante, com seus primos petistas triunfantes ( a sua "luta" para acabar com a imprensa burguesa será levada ao triunfo), nenhum prédio na Barão de Limeira poderá servir de refúgio.
RR
BANESTADO 2.0
Pelo andar da carruagem, com os petrotecas tucanos mapeando a blindagem dos fornecedores da administração do comissário Sergio Gabrielli, a Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras será uma versão 2.0 da CPI do Banestado. De triste memória, a CPI do Banestado foi instalada em 2003, sob a fanfarra da busca de US$ 30 bilhões lavados no sistema financeiro. Não se pode dizer que tenha dado em nada, pois remanejou uma parte do mercado de doleiros e sacramentou o romance do PT com uma banda da banca. Nela alguns curiosos seguiram boas pistas, acharam o que buscavam e juntaram o que não deviam.
PETROCHAVE
As patrulhas parlamentares petistas têm um calmante para baixar o tom de tucanos e demos. Basta incluir duas palavras, somando nove letras, no meio de qualquer frase: "Joel Rennó". Rennó presidiu a Petrobras durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, com o ativo beneplácito do então PFL.
PRIVATARIA DO PT
A melhora dos serviços públicos de energia e comunicação foi a joia da coroa da privataria tucana. Na teoria, as empresas comprariam o patrimônio da Viúva e seriam submetidas à fiscalização das agências reguladoras. Passou o tempo e veio a privataria das agências petistas. Em São Paulo, a Telefônica tornou-se um exemplo de excesso de oferta de panes e escassez de explicações. Quanto ao fornecimento de eletricidade, os apagões da Eletropaulo já criaram um mercado de geradores a gás para prédios da região da avenida Paulista.