Crise no Senado
Depois de confrontos chega hora do acordo
11 de agosto de 2009
O governo e os principais líderes aliados e da oposição já trabalham abertamente em favor de um "acordão" entre o PMDB e o PSDB para resolver a crise no Senado. Mesmo considerada difícil, a saída política para o impasse começou a ser construída na segunda-feira por interlocutores de peso dos dois partidos, na tentativa de salvar tanto o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), como o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM).
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"Essa guerra de representações não serve a ninguém, muito menos à instituição", disse Sérgio Guerra, presidente do PSDB. "O PMDB entende que essa batalha não ajuda na solução do processo. Só agrava", emendou o líder peemedebista, Renan Calheiros (AL). Os principais articuladores da negociação são os líderes do governo, Romero Jucá (PMDB-RR); do PMDB, Renan Calheiros (AL); do PT, Aloizio Mercadante (SP), e o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).
Até o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso entrou na negociação e falou longamente ontem com Virgílio, por telefone. FHC sugeriu a ele "moderação, moderação e moderação". Para o governo, o PSDB "queimou pontes" e precisa fazer um recuo estratégico para evitar que a disputa com o PMDB se torne sangrenta. Um auxiliar de Lula disse que, se isso não ocorrer, "a coisa terminará mal" porque "vai sobrar para todo mundo".
Os recursos impetrados na segunda no Conselho de Ética por Virgílio e pelo líder do PSOL, José Nery (PA), com o intuito de reabrir as representações contra Sarney, já estavam previstos. Na prática, entretanto, a oposição não tem votos para aprová-los, a não ser com a ajuda do PT. O governo apoia José Sarney e é improvável que os senadores petistas votem pela reabertura das representações, arquivadas por decisão do presidente do Conselho, o peemedebista Paulo Duque.
(Com Agência Estado)