Leiam a fala abaixo, um deboche a mais no triste Brasil. Não, senhor político, não é na USP, ou em outra universidade honesta e digna do nome, que patrimonialismo é debate interessante: é no mundo honesto, fruto da revolução democrática moderna. O senador não sabe, porque é intencionalmente ignaro, que patrimonialismo é falta do mais elementar decoro, numa democracia séria. Quem mete a mão nos bens públicos, falta com o decoro básico da ordem, no direito público. Quando diz que "patrimonialismo" é diferente de ausência de decoro, o mesmo parlamentar exibe sumo indecoro. Fossem outros os seus pares, ele deveria responder por isto num Conselho de Ética. Como a entidade que ostenta aquele nome, no Senado, é a Casa da Mãe Joana (ou do pai Duque), tudo é deglutido. Mas não será assim que o Senado conquistará o respeito dos contribuintes que, estes, não roubam do patrimônio público, seja ele material ou espiritual. RR
São Paulo, segunda-feira, 03 de agosto de 2009 |
Próximo Texto | Índice Painel VERA MAGALHÃES (interina) - painel@uol.com.br Usos e costumes Provável defensor de José Sarney (PMDB-AP) no Conselho de Ética do Senado, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, analisou as representações contra o presidente da Casa e diz que defenderá o "arquivamento liminar" de todas elas. "Infelizmente, acho que nem vou chegar a advogar", provoca. A tese que será adotada é que não há nenhum ato de ofício ligando Sarney a atos secretos. "Ele pode até ter conversado sobre a situação do namorado da neta, mas onde se diz que ele pactuou que a nomeação seria por ato secreto?", antecipa Kakay. E ele continua: "A discussão sobre o patrimonialismo brasileiro pode ser interessante para a USP. Uma representação no Senado exige que se caracterize ato contra o decoro." |