Leiam, por favor, a notícia abaixo. Darei um testemunho pessoal. Ontem, dia 14 de outubro de 2009, por volta de 7:30 AM, eu viajava, na rodovia dos Bandeirantes, rumo a Campinas, para a palestra postada abaixo sobre o Silêncio. Quando cheguei ao km 30 aproximadamente, me surpreendi com dois ônibus de turismo, novos em folha, que não obedeciam nenhuma lei de trânsito e nenhuma prudência. Os dois veículos cortavam os próximos, saiam da pista da direita e seguiam diretamente à da esquerda, em desabalada carreira. O exercício delirante (talvez para "ganhar tempo") seguiu até o primeiro pedágio (sentido São Paulo/Campinas). Quando me preparava para o Sem Parar, um deles se aproximou da traseira de meu carro, quase nele colando. Fiz sinal para o motorista do ônibus, pedindo-lhe que fosse mais devagar. Como resposta, ele abriu os imensos faróis e não diminuiu a velocidade, acrescentando gesticulação obscena. Quase fui tolhido pelo imenso veículo. Nota: nenhum funcionário da concessionária estava no local, para as devidas reclamações. Fui até a Unicamp sem encontrar um só policial rodoviário. No retorno, havia um comando na beira da estrada, composto de carros da polícia com policiais ao lado. Parei e tentei falar com um deles. Passei-lhe a chapa do ônibus (a pessoa que estava comigo anotou uma das placas) e não percebi maior interesse no caso, da sua parte. Insisti sobre o perigo da coisa e disse que, inclusive, poderia deixar o número de meu RG com ele, caso fosse preciso confirmação de minha parte. Ele anotou o número do RG e da placa. Tentei conversar com os demais vigilantes rodoviários e a face de enfado que mostraram foi tão evidente que me despedi (sem ouvir retorno do cumprimento).
Isso me faz recordar que a corporação dos policiais rodoviários paulistas tinha certa marca de atenção à cidadania, urbanidade e, mesmo gentileza. Além da sua presença em muitos pontos das estradas de São Paulo. Hoje, com as maquinetas de arrecadar impostos extorquidos, batizadas de radar, não temos presença de pessoas que cuidam dos motoristas (para lhes aplicar sanções positivas ou negativas, quem estranhar o termo, leia Norberto Bobbio). E motoristas com potencial assassino voam com seus carros, caminhões, ônibus e quejandos, o que gera o morticínio noticiado abaixo.
Se entre os leitores deste Blog existir algum polícial rodoviário, parente ou amigo dele, peço que transmita o número da chapa do ônibus cujo motorista se imagina um Ayrton Senna : o número é KOJ 55 64.
Também peço que este post seja repassado, pelo menos aos que usam a Rodovia dos Bandeirantes. Nesta via, uma beleza técnica e estética, a moda última é os motoristas saírem, com seus carros por volta de 150 km a hora, da pista da extrema direita, cortando os carros da pista do meio, para chegar à extrema esquerda, para de lá retornar, se por acaso "um chato" na pista da extrema esquerda estiver rodando com "apenas" 120 km a hora.
Na semana que vem, dedicarei a minha coluna do Correio Popular ao assunto, com direito inclusive ao número da placa do ônibus.
Fica o alerta: os assassinos do trânsito (não só os que voam com seus Mercedes ou Audis, mas também os que voam com seus modestos carros, de mais modesta tecnologia, além dos caminhões e ônibus) estão à solta. E os policiais, quando não ausentes (a maioria do tempo) nas estradas, ficam entediados com as denúncias.
Como bem diz Tracy Chapman : "The police, always come late, if they come att all...".
Roberto Romano
São Paulo, quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Isso me faz recordar que a corporação dos policiais rodoviários paulistas tinha certa marca de atenção à cidadania, urbanidade e, mesmo gentileza. Além da sua presença em muitos pontos das estradas de São Paulo. Hoje, com as maquinetas de arrecadar impostos extorquidos, batizadas de radar, não temos presença de pessoas que cuidam dos motoristas (para lhes aplicar sanções positivas ou negativas, quem estranhar o termo, leia Norberto Bobbio). E motoristas com potencial assassino voam com seus carros, caminhões, ônibus e quejandos, o que gera o morticínio noticiado abaixo.
Se entre os leitores deste Blog existir algum polícial rodoviário, parente ou amigo dele, peço que transmita o número da chapa do ônibus cujo motorista se imagina um Ayrton Senna : o número é KOJ 55 64.
Também peço que este post seja repassado, pelo menos aos que usam a Rodovia dos Bandeirantes. Nesta via, uma beleza técnica e estética, a moda última é os motoristas saírem, com seus carros por volta de 150 km a hora, da pista da extrema direita, cortando os carros da pista do meio, para chegar à extrema esquerda, para de lá retornar, se por acaso "um chato" na pista da extrema esquerda estiver rodando com "apenas" 120 km a hora.
Na semana que vem, dedicarei a minha coluna do Correio Popular ao assunto, com direito inclusive ao número da placa do ônibus.
Fica o alerta: os assassinos do trânsito (não só os que voam com seus Mercedes ou Audis, mas também os que voam com seus modestos carros, de mais modesta tecnologia, além dos caminhões e ônibus) estão à solta. E os policiais, quando não ausentes (a maioria do tempo) nas estradas, ficam entediados com as denúncias.
Como bem diz Tracy Chapman : "The police, always come late, if they come att all...".
Roberto Romano
São Paulo, quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice Mortes sobem nas principais estradas de SP Índices pioraram nas rodovias Bandeirantes, Anhanguera, Anchieta, Imigrantes, Raposo Tavares e Castello Branco -todas privatizadas JOSÉ ERNESTO CREDENDIO O índice de mortes por acidentes cresceu nas seis principais estradas estaduais de São Paulo -Bandeirantes, Anhanguera, Anchieta, Imigrantes, Raposo Tavares e Castello Branco- entre 2001, três anos após as concessões, e 2008. No sistema Anchieta-Imigrantes, o índice detectado é pior do que os padrões internacionais. Os dados são da Artesp, a agência estadual responsável pelos contratos das rodovias concedidas à iniciativa privada. O aumento atinge, por exemplo, as concessionárias AutoBan (Anhanguera-Bandeirantes, onde o índice passou de 1,83 para 2,32), Ecovias (Anchieta-Imigrantes, de 2,45 para 3,24) e ViaOeste (parte da Castello Branco e da Raposo Tavares, de 0,89 para 2,35). Esse índice é resultado de uma fórmula internacional que considera a relação entre o número de vítimas, o fluxo de tráfego e a extensão da rodovia. A piora ocorre apesar da expansão da fiscalização eletrônica e da lei seca (que está em vigor desde 2008). Na média geral, no entanto, a violência nas rodovias privatizadas em São Paulo apresentou redução, de 4,12 para 3,32 -ou seja, a melhoria foi concentrada nas estradas que não passam pela capital paulista. A Artesp considera seguro, com base em padrões internacionais, estradas que obtenham média inferior a 2,5, valor a que a agência pretende chegar em todas as rodovias sob concessão até 2020. As concessionárias, porém, não podem sofrer nenhum tipo de sanção por conta da piora dos índices, pois não há previsão em contrato.
O gerente de Segurança da Artesp, Carlos Campos, responsável pelo levantamento, afirma que as causas mais prováveis são o aumento do tráfego, principalmente de motocicletas, crescimento de cidades ao lado das estradas e a melhoria das condições das rodovias - ele diz que os motoristas tendem a correr mais em estradas que têm bom asfaltamento. Campos diz que a principal causa das mortes está ligada ao aumento do tráfego de motos -de 2000 a 2008, as mortes de motociclistas cresceram 36%. Segundo o professor Coca Ferraz, coordenador do Núcleo de Estudos de Segurança no Trânsito da USP de São Carlos, o número de mortes é maior do que o apontado no estudo da Artesp -por estarem contabilizados, de acordo com ele, os feridos em acidentes que acabam morrendo nos hospitais. "Estudo do Ipea [Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas] aponta que o número real é 65% maior que as mortes ocorridas no local", diz. Engenheiro e professor da UnB (Universidade de Brasília), David Duarte Lima avalia que aumento do tráfego e da velocidade não são motivo suficiente para explicar o aumento no índice de mortes nas rodovias terceirizadas. "Sempre há o que fazer, como aumentar fiscalização, adaptar pistas, realizar campanhas entre usuários." Na opinião de Lima, metas de redução da violência deveriam constar nos contratos. "Foi um erro da concessão." |