Vamos ver. Sou serrista? Não sou. Não obstante, alguém tem motivos para duvidar do meu voto? Só se for idiota. Mais uma indagação: são iguais? Não são mesmo! Serra pode ser de centro-esquerda ou de esquerda, mas desconheço ação sua que tenha contribuído para o estado perdulário ou irresponsável que caracteriza essa gente. Foi o principal responsável pela existência da Lei de Responsabilidade Fiscal, peça essencial na quase revolução havida nas finanças públicas no país. E é simplesmente patético comparar a formação intelectual e a experiência administrativa dos dois oponentes. Mas deixo para outra hora esse cotejamento. A eleição está longe. Não faltará oportunidade.
Como lembrei em texto anterior, Serra foi um duplo exilado, primeiro do Brasil e depois do Chile. Se pleiteasse, teria direito a uma gorda indenização da tal Comissão de Anistia — ou melhor, distribuída por ela; quem paga somos nós. Ele enviou, sim, uma carta à comissão, mas abrindo mão de qualquer compensação financeira. E me parece que isso diz um tanto de quem ele é. Teve de sair do Brasil para não ser preso ou morrer. Estudou e deu aula no Chile; depois, nos EUA. No que respeita à vida privada, recorrendo à linguagem popular, fez limonada com o limão. Lula certamente teria reivindicado a grana. Como sei? Porque ele reivindicou o levou. Recebe quase R$ 6 mil como “perseguido do regime”. Dilma também recebeu indenização de três Estados: São Paulo, Rio e Minas.
As diferenças, reitero, são muitas. Nesse momento, essa me parece ser uma distinção importante.
Reinaldo Azevedo