Unicamp e Petrobras assinam protocolo de intenções para pesquisas voltadas ao pré-sal
[9/2/2010] Unicamp e Petrobras firmaram na manhã desta terça-feira (9) um protocolo de intenções para a criação de um Sistema de Capacitação, Ciência e Tecnologia em Carbonatos. O objetivo da iniciativa, que envolve outras quatro universidades brasileiras, é gerar conhecimentos que proporcionem a exploração comercial do petróleo armazenado nas rochas carbonáticas, localizadas na camada pré-sal. De acordo com o diretor de Exploração e Produção da estatal, Guilherme de Oliveira Estrella, o país produz hoje apenas 30 mil barris por dia a partir das reservas contidas na camada pré-sal. “Com a colaboração da Unicamp e das demais universidades, esperamos chegar a 1 milhão de barris em 2017”, projetou. Também participam do esforço para a constituição do novo centro de referência nessa área de petróleo a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp).
A assinatura do protocolo de intenções ocorreu na sala do Conselho Universitário (Consu). Participaram da cerimônia, além do diretor de Exploração e Produção da Petrobras e do reitor Fernando Costa, os pró-reitores Ronaldo Aloise Pilli (Pesquisa), Mohamed Habib (Extensão Universitária), Euclides de Mesquista Neto (Pós-Graduação) e Paulo Eduardo Moreira Rodrigues da Silva (Desenvolvimento Universitário). O diretor do Centro de Estudos de Petróleo (Cepetro), Osvair Vidal Trevisan, e o vice-reitor da UENF, Antonio Abel Gonzalez Carrasquilla, também integraram a mesa de autoridades.
De acordo com o diretor do Cepetro, Unicamp e Petrobras têm uma longa tradição de cooperação. As parcerias, lembrou Trevisan, tiveram início há 22 anos, quando o país carecia de um curso de pós-graduação para qualificar pessoal em Engenharia de Petróleo. “De lá para cá, nós formamos 350 mestres e 22 doutores em Engenharia de Petróleo e Geoengenharia. Da mesma forma que fomos chamados a colaborar com a empresa naquela época e em outras oportunidades, estamos sendo convocados novamente, desta feita para ajudar a gerar conhecimento e tecnologia na área de carbonatos. A única resposta que poderíamos dar é sim. Estou convencido de que quando a Petrobras e a Unicamp querem algo, o sonho se torna realidade”, disse.
O diretor de Exploração e Produção da Petrobras explicou que a iniciativa de propor parcerias com as universidades brasileiras decorre da necessidade da companhia de desenvolver no país conhecimentos e tecnologias que possibilitem a produção comercial dos grandes volumes de petróleo identificados na camada pré-sal. Estrella lembrou que as rochas carbonáticas são pouco conhecidas no mundo inteiro. “Os primeiros trabalhos científicos em torno delas datam de 2006. Ou seja, faz pouquíssimo tempo que a indústria petrolífera se deu conta de que essas rochas são importantes, principalmente porque estão localizadas na última fronteira exploratória do planeta. Identificar as características desse mineral e a melhor forma de extrair petróleo dele vai exigir um grande esforço em pesquisa e desenvolvimento, e é por isso que estamos assinando esse protocolo de intenções com esse grupo de universidades. Estou certo de que, juntos, teremos competência para superar esse desafio”.
O reitor Fernando Costa também mencionou o histórico bem-sucedido de parcerias entre a Unicamp e a Petrobras. Segundo ele, várias unidades de ensino, centros e núcleos da Universidade desenvolvem estudos científicos relacionados ao combustível. O reitor considerou a assinatura do protocolo de intenções como uma iniciativa associada à reafirmação da soberania nacional, dado que se propõe a criar condições para que universidades e centros de pesquisas nacionais desenvolvam conhecimento e tecnologia para a exploração de um recurso que trará benefícios à sociedade brasileira. “A Unicamp possui alunos, professores e pesquisadores com capacidade para enfrentar e superar esse desafio”, assegurou.
A partir da assinatura do protocolo de intenções, Unicamp e Petrobras deverão formalizar contratos e convênios para a realização de pesquisas relacionadas à exploração do petróleo da camada pré-sal. Conforme o diretor do Cepetro, o objetivo da estatal de atingir a marca de 1 milhão de barris em 2017 é exequível. “De nossa parte, vamos trabalhar para que a meta seja atingida. Nossa ideia é direcionar parte das nossas pesquisas para esse novo ambiente exploratório e agregar novos pesquisadores a esse esforço. Também queremos formular algumas colaborações com grupos internacionais, de modo a estabelecer intercâmbios que sejam importantes para a geração de conhecimento nessa área”, antecipou.