quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Jornal da Unicamp.

Unicamp e Petrobras assinam protocolo de intenções para pesquisas voltadas ao pré-sal

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Everaldo Luís Silva

Guilherme Estrella, da Petrobras

[9/2/2010] Unicamp e Petrobras firmaram na manhã desta terça-feira (9) um protocolo de intenções para a criação de um Sistema de Capacitação, Ciência e Tecnologia em Carbonatos. O objetivo da iniciativa, que envolve outras quatro universidades brasileiras, é gerar conhecimentos que proporcionem a exploração comercial do petróleo armazenado nas rochas carbonáticas, localizadas na camada pré-sal. De acordo com o diretor de Exploração e Produção da estatal, Guilherme de Oliveira Estrella, o país produz hoje apenas 30 mil barris por dia a partir das reservas contidas na camada pré-sal. “Com a colaboração da Unicamp e das demais universidades, esperamos chegar a 1 milhão de barris em 2017”, projetou. Também participam do esforço para a constituição do novo centro de referência nessa área de petróleo a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp).

Reitor Fernando CostaA assinatura do protocolo de intenções ocorreu na sala do Conselho Universitário (Consu). Participaram da cerimônia, além do diretor de Exploração e Produção da Petrobras e do reitor Fernando Costa, os pró-reitores Ronaldo Aloise Pilli (Pesquisa), Mohamed Habib (Extensão Universitária), Euclides de Mesquista Neto (Pós-Graduação) e Paulo Eduardo Moreira Rodrigues da Silva (Desenvolvimento Universitário). O diretor do Centro de Estudos de Petróleo (Cepetro), Osvair Vidal Trevisan, e o vice-reitor da UENF, Antonio Abel Gonzalez Carrasquilla, também integraram a mesa de autoridades.

petrobras_trevisan_09022010_290x240_.jpgDe acordo com o diretor do Cepetro, Unicamp e Petrobras têm uma longa tradição de cooperação. As parcerias, lembrou Trevisan, tiveram início há 22 anos, quando o país carecia de um curso de pós-graduação para qualificar pessoal em Engenharia de Petróleo. “De lá para cá, nós formamos 350 mestres e 22 doutores em Engenharia de Petróleo e Geoengenharia. Da mesma forma que fomos chamados a colaborar com a empresa naquela época e em outras oportunidades, estamos sendo convocados novamente, desta feita para ajudar a gerar conhecimento e tecnologia na área de carbonatos. A única resposta que poderíamos dar é sim. Estou convencido de que quando a Petrobras e a Unicamp querem algo, o sonho se torna realidade”, disse.

O diretor de Exploração e Produção da Petrobras explicou que a iniciativa de propor parcerias com as universidades brasileiras decorre da necessidade da companhia de desenvolver no país conhecimentos e tecnologias que possibilitem a produção comercial dos grandes volumes de petróleo identificados na camada pré-sal. Estrella lembrou que as rochas carbonáticas são pouco conhecidas no mundo inteiro. “Os primeiros trabalhos científicos em torno delas datam de 2006. Ou seja, faz pouquíssimo tempo que a indústria petrolífera se deu conta de que essas rochas são importantes, principalmente porque estão localizadas na última fronteira exploratória do planeta. Identificar as características desse mineral e a melhor forma de extrair petróleo dele vai exigir um grande esforço em pesquisa e desenvolvimento, e é por isso que estamos assinando esse protocolo de intenções com esse grupo de universidades. Estou certo de que, juntos, teremos competência para superar esse desafio”.

O reitor Fernando Costa também mencionou o histórico bem-sucedido de parcerias entre a Unicamp e a Petrobras. Segundo ele, várias unidades de ensino, centros e núcleos da Universidade desenvolvem estudos científicos relacionados ao combustível. O reitor considerou a assinatura do protocolo de intenções como uma iniciativa associada à reafirmação da soberania nacional, dado que se propõe a criar condições para que universidades e centros de pesquisas nacionais desenvolvam conhecimento e tecnologia para a exploração de um recurso que trará benefícios à sociedade brasileira. “A Unicamp possui alunos, professores e pesquisadores com capacidade para enfrentar e superar esse desafio”, assegurou.

A partir da assinatura do protocolo de intenções, Unicamp e Petrobras deverão formalizar contratos e convênios para a realização de pesquisas relacionadas à exploração do petróleo da camada pré-sal. Conforme o diretor do Cepetro, o objetivo da estatal de atingir a marca de 1 milhão de barris em 2017 é exequível. “De nossa parte, vamos trabalhar para que a meta seja atingida. Nossa ideia é direcionar parte das nossas pesquisas para esse novo ambiente exploratório e agregar novos pesquisadores a esse esforço. Também queremos formular algumas colaborações com grupos internacionais, de modo a estabelecer intercâmbios que sejam importantes para a geração de conhecimento nessa área”, antecipou.