sábado, 6 de fevereiro de 2010
Passou do ponto
Dizem que o Brasil é o país da piada pronta. Em alguns casos, isto é verdade o que deve tanto facilitar quanto dificultar a vida dos humoristas. A piada do momento é a participação de Dilma Rousseff no programa horroroso de Luciana Gimenez. Não assisto a este programa, na realidade não assisto a TV aberta. Se até mesmo a TV paga está intragável, o que dizer da TV aberta brasileira.
Tomei ciência disto pela revista Veja desta semana:
“A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, candidata do presidente Lula na sucessão presidencial, participou na semana passada do programa Superpop, da Rede TV!, apresentado pela magnética Luciana Gimenez. O ponto alto foi televisionado de uma cozinha improvisada nos bastidores, onde a ministra se propôs a fazer uma omelete. “Se não der certo, você ajeita”, disse a ministra. Não deu. Saiu um prato de ovos mexidos. Dilma colocou a culpa na panela. “Tem que ter Tefal”, disse ela, referindo-se ao revestimento antiaderente, marca registrada da empresa francesa SEB. A conversa continuou no palco, diante da audiência predominantemente feminina do programa. Daquele momento em diante, Dilma fez omeletes sem quebrar ovos, prato típico do político com cargo no Executivo e que não pode perder uma chance daquelas de fazer campanha fingindo não estar pedindo votos. Foi um show de culinária política. Jornalistas amestrados eram chamados no monitor com o objetivo de levantar a bola para a ministra cortar. Ela aproveitou todas as deixas. Saiu aplaudida e feliz de ter tido a oportunidade de se mostrar “gente como a gente”, nas próprias palavras dela.”
O primeiro ponto é: Participar do medonho programa de Luciana Gimenez não é uma vantagem para a eleição. Mesmo que se diga que a classe “X” a faixa etária “Y” e o público “Z” assistam tal programa, convenhamos é uma tremenda roubada, mesmo porque a audiência da Rede TV! é muito baixa. A direção da campanha de Dilma está metendo os pés pelas mãos, ou seja, é o PT voltando ao seu estado natural de “entendemos o povo melhor do que ninguém”.
O segundo ponto é: Dilma não cola, não é simpática e não será a “cachinhos dourados” que Lula, a equipe de marketing político e os coordenadores da campanha teimam em transformá-la. Veja a arrogância típica: ao errar o prato colocou a culpa na panela, se fosse mais maleável e graciosa acharia graça do erro e sairia com um: “meu forte nunca foi cozinhar!”, por exemplo.
O terceiro ponto é: Há uma articulação para que Dilma apareça em vários programas, no ano passado uma nota na Folha de S. Paulo falava sobre um jantar oferecido por Marta Suplicy para apresentar Dilma como candidata a presidência da República à “mulheres poderosas da mídia” e entre elas citava a presença de Luciana Gimenez.
Se isto não é campanha antecipada eu não sei o que é. Mas não espere nada do TSE, na realidade nunca espere nada da justiça brasileira neste momento ela está completamente aparelhada com apadrinhados políticos.
Se tivermos sorte, o futuro de Dilma será um programa de culinária na TV, nos moldes do Ratinho, ou seja, soltando seu destempero nas panelas e produção a cada prato que saia errado.