Falta de conhecimento e demagogia emperram trabalhos na Câmara
Com as sucessivas sessões marcadas pela falta de aprovação de projetos e discussões relevantes, a falta de produtividade vem à tona. O álibi dos parlamentares é a inconstitucionalidade. Os pares não podem apresentar projetos que onerem os cofres da prefeitura. Em tese, toda ação de relevância acarreta investimento.
Porém, a argumentação não serve de esconderijo para a improdutividade. Antes de eleitos, os parlamentares sabem ,ou deveriam saber, das limitações do mandato. Empossado, o vereador andreense tem a disposição até 12 assessores para o gabinete e a própria assessoria jurídica da Casa.Sendo assim, a falta de conhecimento não serve como desculpa. A não ser que a apresentação de uma iniciativa inconstitucional seja permeada por segundas intenções, isto é, utilizar a retirada do projeto como moeda de troca.
O professor de Ética da Unicamp, Roberto Romano, afirma que a apresentação de matérias inconstitucionais marca a demagogia do eleito. “Eles precisam jogar para a platéia. Mesmo sabendo que é inconstitucional, eles fazem (o projeto) para ser uma espécie de resposta ao eleitorado e dizer que apresentou”, disse. “Isso também é fruto da ignorância, que pode ser real ou simulada. Neste caso, ele quer facilidade, pois retira o projeto se conseguir algo em troca”, sustenta.Paulinho Serra (PSDB) destaca que o problema é a lentidão na deliberação da iniciativa dos pares. “Eu não colocaria como falta de produtividade. O que a gente demorou muito para ajustar foi o funcionamento do protocolo na elaboração da ordem do dia para viabilizar a aprovação de projetos, principalmente dos vereadores”.
O oposicionista Cláudio Malatesta (PT) admite que falta conhecimento aos vereadores. “Eu acho que falta mesmo esclarecimento aos novos e também aos antigos que acabaram entrando no embalo”.Na sessão da próxima terça-feira (16) deverão ser votados itens importantes como os benefícios fiscais para atração de empresas para o município, tendo em vista o Parque Tecnológico e a criação do Código de Ética.