Publiquei, dias atrás, um artigo com o título singelo de "Jornalistas". Nele me queixava de várias atitudes ridículas, autoritárias, apedeutas de certos profissionais da imprensa. Hoje tive o máximo, o ponto de não retorno em meu relacionamento com importante revista semanal brasileira. Uma das coisas que mais detesto em "jornalistas" é eles desejarem arrancar a pauta da boca do suposto entrevistado. Explico: o idiota manda chuva da redação assume determinada tese no campo da política, dos costumes, da educação, da economia etc. Aí, como ele mesmo não tem títulos e legitimidade para impor aos leitores idiotizados aquelas, digamos, idéias, marcam meia duzia de acadêmicos, intelectuais ou quejandos ("especialistas"...) para sancionar, dar lustro e veracidade às tolices, perigosas ou não, do onipotente dentro das paredes redacionais. Quando o imbecil "jornalista" telefona, e conta a maravilhosa descoberta (quase sempre vazia de sentido lógico e factual) até o som do outro lado insinua: "diga o que meu chefe mandou!". Hoje tive o desprazer e azia de atender a alguém assim, de famosa revista. Fora um ou dois profissionais daquele orgão da imprensa, a maioria dos que nele operam (não digo trabalham, porque a incultura é tão grande quanto em qualquer sede de partido petista, a preguiça de estudar idem), são palhaços que desejam fazer dos "entrevistados" palhaços similares. Da próxima vez que soar a telefone e alguém disser "Sou X da revista Y", ou mandarei para o inferno (pobre Diabo! Ele é muito cultivado e esperto) ou direi que só atendo, do semanário, os individuos Alfa ou Beta, que sei honrarem a sua profissão, não lambendo botas de tiranetes de redação. Tais "jornalistas" sequer disfarçam o intento grosseiro de pautar o entrevistado e o público leitor.
Defendo a liberdade de imprensa, mas não suporto autoritarismo e servilismo dos que se dizem seus representantes.
Roberto Romano
Defendo a liberdade de imprensa, mas não suporto autoritarismo e servilismo dos que se dizem seus representantes.
Roberto Romano