quarta-feira, 15 de setembro de 2010
A falácia da economia maravilhosa
Here we go, again and again and again...
O mito da economia fantástica é o maior engodo do petismo. Existe a fantasia da fantástica classe ‘C’ que consome como louca e sustenta a economia que está ótima, o brasileiro nunca esteve tão rico.
Vou começar pelo básico, por exemplo, pegue quanto custava algo simples em 2006 e compare o preço do mesmo item hoje: uma garrafa de Coca-Cola de 2 litros custava R$ 2,50, hoje custa R$ 4,50; uma pizza ficava em torno de R$ 18,00 e 20,00 reais, hoje está entre R$ 25,00 e 30,00 reais. Tudo subiu vertiginosamente, todas as taxas tiveram reajuste: conta de luz, água, impostos e etc. Mas estamos ótimos, nunca antes na história deste país... comprou-se tanto à crédito e produtos roubados, contrabandeados e falsificados na dita “economia informal”, mais conhecida como camelôs.
Experimente então pegar produtos que são vendidos em países que tiveram uma marolinha e venceram a crise (o Brasil, segundo o governo) e países ‘acabados’ pela crise. Quando a crise chegou aos Estados Unidos à cena explorada por nove entre dez reportagens das televisões americanas para ilustrar o estado da crise era a de famílias inteiras fazendo suas refeições em lanchonetes do McDonalds, antes destinada como fonte principal de alimento para imigrantes com pouco dinheiro e pessoas pobres, quando digo pobres me refiro a moradores de rua. Isto devido ao conhecido baixo preço dos lanches. Por exemplo, antes da crise um Big Mac custava entre US$ 1,75 a 2,25 dólares, no auge da crise o Big Mac chegou a US$ 3,15, no Brasil o mesmo lanche custa R$ 9,65, mesmo antes da crise.
Um carro popular, na época do 'demônio' Fernando Henrique Cardoso, custava entre 9 mil e 11 mil reais, hoje não sai por menos de 28 e 30 mil reais. A qualidade do veículo fabricado aumentou para justificar tamanho aumento? Não, continuam as mesmas carroças e armadilhas de sempre. Não possuem estabilidade para andarem a 70 km/h e no entanto chegam até 180 km/h, não possuem air bags embora amassem como papel e se retraiam completamente em direção aos passageiros em batidas.
O que acontece? É a carga absurda de impostos e taxas recolhidas no Brasil que estouram no consumidor final. É o mercado ganancioso percebendo que pouco se compra a vista, então aproveita-se para elevar o preço, principalmente de automóveis afinal quando sujeito entra em uma concessionária ele não pensa nos 30 mil que virarão 40 ou 50 mil lá no final, mas apenas nos 300 e poucos e 400 poucos pagos nos longuíssimos meses que virão, quando seu veículo estiver quitado valerá nem a metade dos 30 mil. Para se ter uma idéia da brutalidade da carga tributária só o IPI corresponde em média a 60% do valor do veículo.
A vida do maravilhoso consumidor da classe “C” (e “B” e até “A” também) é inteira financiada. O carro é comprado em 80 vezes, a casa financiada em 200 vezes, os eletros e eletrônicos também, geralmente marcas inferiores que devido ao número de parcelas superam em preço as melhores marcas e até mesmo aparelhos similares de gerações mais recentes. Por exemplo, uma televisão de Plasma ou LCD (a nova coqueluche do consumo da classe que sustenta o Brasil, comemorada pelos mentirosos) acaba mais cara do que uma TV de Led ou 3D. A gasolina para abastecer o carro é paga também no crédito com cartões que os bancos fizeram especialmente para este público alvo e até os postos já fazem este tipo de cartão, o supermercado também pago à crédito com os cartões de crédito para compras que os próprios hipermercados criaram para este público alvo e se mesmo assim apertar é só pegar um empréstimo em das muitas financeiras espalhadas nas esquinas do Brasil. Mas este "detalhe" todo mundo se esquece na hora de cantar em verso e prosa a maravilhosa economia brasileira.
Faças as contas:
Os bancos têm lucrado como nunca no governo Lula, logo ele e os seus que ficavam histéricos ao mencionar a palavra banqueiro. Nada de errado em bancos obterem lucros, afinal é para isto que negócio existe. O que é indecente nesta história é a taxa de juros mantida pelo governo federal. (Aviso aos banqueiros: Lula e o PT ainda querem ‘expropriar’ – eufemismo para roubar – o seu negócio e entregá-lo as mãos generosas dos companheiros e do Estado, abram os olhos, a farra acabará em breve).
Exemplo: Se você pegar 100,00 reais e aplicá-los em fundos de investimentos ou na tradicional caderneta de poupança terá um rendimento mensal entre 0,5706 % (no caso da caderneta de poupança) ou de até 1% em fundos de investimentos. Se por acaso, você por um descuido estourar o limite de sua conta em 100 reais e entrar no famigerado cheque especial (cada vez mais os bancos, generosos como são, mandam cartas comunicando que seu limite no cheque especial foi aumentado em tantos reais) você pagará no próximo mês (já devidamente descontado em sua conta) entre 8,34% até 12,00% dependendo da instituição financeira. Então você terá uma dívida automática de 8,34 ou de 12 reais, enquanto aqueles 100 reais aplicados resultarão em lucro de 0,57 centavos ou de 1 real dependendo do tipo de investimento (claro que ignorando as taxas bancárias em todo este processo), ou seja: para ter um rendimento que recupere aquela dívida do cheque especial, aplicação precisará de 14 meses ou de 21 meses dependendo a relação entre aplicação e juros de cheque especial, ou seja, entre um ano meio e dois para equiparar o dinheiro investido com dinheiro devido na mesma instituição.
Como uma economia que vive à base de créditos concedidos a uma população que vive de baixos salários e sufocada por esta política de juros manterá este ‘milagre econômico’? Realmente alguém acredita que isto durará muito tempo ou a inadimplência (que já é altíssima no Brasil) ficará insustentável e teremos nosso próprio crack muito pior (amplie umas duzentas vezes) do que foi o do setor imobiliário americano no ano passado, pelo mesmo problema, só que com uma diferença básica: não somos os Estados Unidos e não possuímos o poder de reação econômico americano.
A outra parte desta classe média já não consome assim faz tempo, pois esta arca com os impostos e já está sufocada faz tempo. Ainda assim são chamados de “burgueses” pelos próprios exploradores que cobram pedágio de empresas, mudam a lei para o filho ficar bilionário e aparelha o Estado gerando mais gastos e por consequência mais impostos. O governo do PT tem como meta, após uma eventual (a programação para fraudar a urna pode dar pau) vitória de Dilma ressuscitar a CPMF entre outras coisas piores que seguirão, muito piores.