sábado, 11 de setembro de 2010
I told so...
A vigarice intelectual de certas pessoas não conhece limites. Ontem quando comentei o me culpa cínico de Fidel, disse que logo diriam que as palavras foram distorcidas. Pois não passou nem um dia, mas esqueci da arrogância destas pessoas que ensinam como se deve ler e interpretar uma fala, ontem, claro haviam almas caridosas e abnegadas petistas e comunistas ensinando a nós, pobres mortais, como entender as declarações do deus cubano. Estas pessoas acreditam que fazem parte de elite cultural (de onde não sei) e possuem uma arrogância ímpar típica de quem gosta de brigar com a realidade.
Hoje Fidel, como reza o manual do bom canalha, disse que suas falas sobre a falência do modelo cubano, sobre o episódio entre a crise dos mísseis entre Estados Unidos e União Soviética e sobre Ahmadinejad foram mal interpretadas. Ou seja, a culpa não é dele, mas do resto do mundo em entender o que ele mesmo disse. A única coisa que invejo no povo cubano (se é que dá para invejar algo naqueles pobres coitados) é o fato de usarem os discursos, livros e fotos de Fidel como papel higiênico (pois não existe tal artigo na ilha, uma das muitas regalias do sistema fantástico que não está falido) lugar onde Fidel e suas idéias pertencem de fato. Fidel não precisa desmentir o que ele mesmo reconheceu em um rompante típico de quem encara os fantasmas do passado no final da vida, o mundo reconhece a falência do sistema. Típico de uma pessoa do nível de Fidel Castro não sustentar aquilo que fala, afinal seus seguidores na América afora fazem o mesmo, creio que seja algum tipo de pré-requisito para ser um comunista ou socialista. O comportamento cinicamente patológico destes indivíduos os tornam aborrecidamente previsíveis, portanto nenhum mérito em suspeitar que isto ocorreria. Portanto, quando for necessário fazer algum tipo de negócio ou acordo com os seguidores de Fidel & Cia (coisa que não recomendo jamais, sequer comprar um pendrive usado) não se fie na palavra, pois esta não vale de absolutamente nada para eles.
Outro exemplo de vigarice intelectual é o embate travado nos Estados Unidos tanto pelo fato do pastor piromaníaco Terry Jones que teima ainda em queimar cópias do livro sagrado para os muçulmanos tanto pela idéia igualmente cretina de se construir uma mesquita próxima ao ground zero em Nova Iorque. Os defensores de ambas as idéias se apóiam na primeira emenda constitucional americana que preza pela liberdade de expressão. Em ambos os casos tal argumento não se aplica. No caso da mesquita não é proibido erguer mesquitas ou professar a fé islâmica nos Estados Unidos, ninguém é perseguido por isto lá (diferente do ocorre nos países islâmicos onde professar a fé judaica ou cristã resulta em perseguição pelo governo e morte) o problema é realizar tal provocação. Não aceito o argumento de que a fé islâmica não teve nada com os atentados, teve sim e muito. Construir uma mesquita perto do local onde ficavam as torres gêmeas me cheira a provocação barata e baixa e não tem nada com tolerância a religião ou direito de expressão. O mesmo ocorre para idéia imbecil de Terry Jones, queimar livros ou qualquer objeto não se trata de liberdade de expressão, mas de uma provocação igualmente baixa e barata. Invejo muitas coisas na democracia americana, entre elas está a primeira emenda, mas utilizar-se deste artifício para apoiar idéias idiotas não tem nada com defender a liberdade de expressão, mas com exercitar sua vigarice intelectual.