quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Heavy Bullshit!
Regulador: "Não podemos dar boa TV só a quem pode pagar"
Dayanne Sousa
"A qualidade e diversidade de canais não pode ser reservada apenas para aqueles que pagam serviço a cabo", pregou o comissário do Conselho Superior de Audiovisual da França (CSA - Conseil Supérieur de l'Audiovisuel), Emmanuel Gabla. Ele defendeu a regra que existe no país europeu pela qual canais de TV tem a obrigação de veicular programas sobre cultura nacional e europeia durante o Seminário Internacional das Comunicações Eletrônicas e Convergência de Mídias em Brasília.
Um dia antes, o pesquisador da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), Toby Mendel, defendeu uma ideia parecida. "Não se pode deixar o mercado fazer o que bem entender", disse. "Devemos fazer com que interesse geral seja o motor de novos serviços de mídia", insistiu Gabla.
Gabla diferenciou a situação da França da brasileira atualmente. No país europeu, cerca de 93% da população já tem acesso a TV digital. O objetivo do governo, segundo Gabla, é extinguir a TV analógica até 2011.
A regra sobre conteúdo na TV ganhou destaque com a tecnologia digital, principalmente porque aumenta a disponibilidade de canais. Gabla destacou o papel do órgão público CSA para a seleção de novos canais que, segundo ele, priorizou o aspecto social
- O conselho ofereceu novas frequências para trabalho social. Canais temáticos, para jovens, por exemplo. Os novos canais também deram nova perspectiva à produção audiovisual e cinematográfica francesa - concluiu.
Esta conversinha aparentemente liberal (não sentido econômico) esconde os desejos ultranaciolistas e ditatoriais. Este discurso é uma forma “simpática” de pegar o apoio de nacionalistas bobos e desavisados de plantão para o controle de conteúdo (eufemismo tosco para censura) dos meios de comunicação.
O mercado não faz o que bem entende como diz Gabla (nunca fez isto, desafio a qualquer um mostrar onde o ‘mercado ditou regras’ sem o aval e apoio do Estado), só por este discursinho batido já é possível perceber que se trata de um dos convidados de Franklin em seu plano de censura.
Não vou nem comentar sobre a TV paga ter qualidade. É evidente que ele nunca assinou Tv paga no Brasil (até porque é um francês de passagem). Quem é assinante aqui sabe.