domingo, 21 de novembro de 2010
Buraco Negro civilizatório
Comentei nesta semana aqui neste blog uma reportagem da Revista Veja sobre assassinos nacionais, onde constavam quase 100 depoimentos de criminosos e em todos estes depoimentos o arrependimento ou remorso por matar não encontrava espaço. O que havia era culpar a própria vítima pelo crime e uma espécie de “ossos do ofício” ou “acidente de trabalho” a vítima não permitiu o bandido profissional fazer o seu trabalho. Disse que em qualquer país civilizado estes criminosos seriam considerados como psicopatas sem condição de recuperação. A leniência do judiciário nacional com estes monstros é reflexo de uma sociedade igualmente leniente com o crime, fruto de uma distorção bizarra do perdão cristão com teorias libertárias fundidas neste processo.
Neste número da mesma Revista Veja há este comentário nas cartas dos leitores:
“Chamar de ‘bandido’ quem matou por motivos passionais é muito! É preciso mais cuidado”.
- Psicanalista –
Não vou divulgar o nome do sujeito, mas aposto que é um destes bem caricatos com o cavanhaque Freud. Não sei o que me causa mais espanto o argumento ou o tom de censura e ameaça da frase. Não tenho mais nomes para classificar o Brasil o que me resta agora é classificar isto aqui como um buraco negro da civilização. Talvez esta figura possa expressar mais fielmente o que penso desta sociedade distorcida e doente.
PS: O sujeito deve cobrar uns 200 ou 300 reais a hora para aconselhar pessoas com sérios problemas. Tendo em vista os seus argumentos dá para imaginar a qualidade do serviço prestado.