quarta-feira, 17 de novembro de 2010
O legado real ou a verdadeira herança maldita
O mandato de Lula está terminando (na teoria ao menos) e o legado real petista nestes oito anos de muita propaganda, muita bajulação, muita subserviência e culto a personalidade pode ser medido analisando a própria sociedade e como o Brasil figura nos rankings internacionais. Sempre que algo negativo é medido o país figura entre os cinco primeiros, ficando bem a frente de países africanos ou outros países da America Latina. Quando um índice de desenvolvimento ou qualitativo é medido o país figura nas últimas posições atrás de outros países da América Latina e África.
Os Rankings:
O Brasil ocupa a 83ª posição, num ranking de 121 países, no Índice de Paz Global (Global Peace Index - GPI). Trata-se do primeiro estudo que classifica países de acordo com seu “grau de paz". Um dos fatores que mais pesou negativamente sobre o Brasil foi seu elevado grau de violência urbana. Por exemplo, o Brasil possui em média 50 mil homicídios por ano, são praticamente duas guerras do Iraque. A violência urbana nacional registra mais de 500 mil ocorrências anuais entre homicídios, latrocínios, roubos, furtos, sequestros e agressões. O país também ocupa o 4º lugar do ranking mundial de acidentes de trânsito
Nos rankings que medem sucesso econômico e eficiência (a tão falada economia mágica brasileira) a situação também é péssima, segundo o Índice de Liberdade Economica da Heritage Fundation ocupa a posição 113 atrás de Zâmbia, Quênia e Butão.
Já no ranking tecnológico mundial continua despencando. Em uma classificação feita pelo Fórum Econômico Mundial, o país aparece apenas na posição 59º entre as economias que mais conseguem tirar proveito das novas tecnologias para incrementar sua produtividade. O Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef), colocou o Brasil em 86º lugar em mortalidade infantil, entre 190 países (sendo 190º o melhor colocado). Os estrangeiros levam 166 dias para abrir uma empresa no Brasil, segundo estudo do Banco Mundial (Bird) em 87 países. No rol dos países mais burocráticos, o Brasil fica em quarto lugar, perdendo apenas para Angola (263 dias), Haiti (212 dias) e Venezuela (179 dias). No fim da lista estão Canadá (seis dias), Ruanda e Geórgia (quatro dias). A média dos países pesquisados é de 42 dias de espera para concretizar a abertura de um negócio. Quanto ao tempo de retorno (quando o negócio começa a dar lucro realmente), o país também é um dos piores, o tempo varia entre 8 e 17 meses colocando o Brasil na 78º posição, esta demora para o retorno é explicada pela alta carga tributária nacional. Falando e carga tributária o Brasil é o 11º entre os que possuem a maior carga tributária mundial à frente do Reino Unido (15º), EUA (26º) e Japão (27º). Brasil e México (19º) são os únicos países latino americanos que aparecem entre os 30 primeiros do ranking.
Carga Tributaria Mundial (a frente aparece a porcentagem da carga tributária no país)
1º Suécia-51,1/ 2º Dinamarca-50,6/3º Finlândia-46,2/ 4º França-46,0/5º Bélgica-45,4/6º Áustria-44,3/ 7º Itália-43,0/ 8º Luxemburgo-42,1/ 9º Noruega-41,8 /10 º Alemanha-40,1/ 11º Brasil-38,1.
O Brasil é o 72º colocado no ranking anual sobre corrupção elaborado pela organização não-governamental Transparência Internacional. O país registrou nota 3,5 em uma classificação que vai de 10 (para países menos corruptos) até zero (países mais corruptos). Brasil ocupa 28º lugar no ranking mundial de patentes e tecnologia e engatinha na inovação tecnológica e 52º no ranking mundial de recursos tecnológicos em um ranking que envolve 70 países em estudo realizado também pelo Bird em 2009. No ranking do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) o Brasil é o 73º; atrás do Chile, 38º; Uruguai, 43º, Costa Rica, 48ª e Cuba, 50ª. (onde as pessoas usam jornal como papel higiênico). Os testes realizados, em 57 países, pelo PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) colocaram o Brasil em 54º. Logo, ou seja a Educação brasileira também é um desastre. O país coupa 53ª posição em matemática (entre 57 países) e na 48ª em leitura (entre 56) na 52ª posição em ciências. Há 10 anos os estudantes do Canadá, Finlândia e Coreia do Sul estão no topo do Programa para Avaliação Internacional de Estudantes (PISA). Países como Costa Rica, Colômbia, Jordânia, Tailândia e Índia estão melhores colocados que o Brasil. Num Ranking que mede o índice das melhores universidades do mundo a USP aparece na 210º posição, sendo a universidade nacional melhor colocada a Unicamp aparece logo depois na posição 218º.
Se apenas em um dentre estes vários rankings o país apresentasse desempenho miserável poderia haver alguma discussão, mas em todos os rankings o Brasil figura entre os países mais pobres da América Latina, África e Ásia. Os índices são uma vergonha, o país só figura entre as nações mais ricas da Europa e América do Norte no que se refere à carga tributária. Roberto Campos já dizia na década 80 que o Brasil possuía uma carga tributária escandinava e oferecia serviços públicos africanos. Três décadas passadas, uma delas inteira a cargo do homem que “fez” a nação, e as palavras de Roberto Campos são mais verdadeiras que nunca, não dá para dizer que nada mudou, pois o país despencou em todos os indicadores desde o governo Lula.
Você precisa ser um militante muito engajado, um idiota útil, um puxa saco compulsivo ou na melhor das hipóteses um alienado dos mais abjetos para defender este governo ou para declamar as ditas glórias e as maravilhas do tal governo Lula.
Não precisa de uma visão aguda ou de um raciocínio muito aguçado para perceber o que é o Brasil: uma nação subdesenvolvida atolada em problemas sérios que se arrastarão e se agravarão por décadas. Que vive de uma ilusão criada por uma propaganda massiva do governo, pela repetição destas propagandas na mídia que analisa economia e repete os índices inflados do governo e de uma mistificação internacional desta economia maravilhosa pelo Financial Times, um jornal que não entende patavinas de realidade brasileira. O Brasil é um país que briga e disputa tudo com os países pobres da África, América Latina e Ásia. Veja os rankings e analise quem acompanha o Brasil em todos eles (exceto no que mede a carga tributária).
O Brasil é um país onde a economia vive de crédito e isto não durará por muito tempo, ninguém comentou a coisa como se devia: Silvio Santos, um dos homens mais ricos do Brasil, faliu seu conglomerado e sua fortuna por conta de uma de suas empresas: o Banco Panamericano que possuía uma das estratégias mais agressivas do mercado oferecendo crédito para qualquer pessoa sem nenhuma garantia em troca. O rombo no banco e fraude na auditoria foi exatamente o lançamento de títulos a receber vendidos durante a crise para outras financeiras que contavam ainda no passivo da empresa. Títulos estes que não foram resgatados (ou seja, pagos). Nenhuma tecnologia é produzida no país e nenhum incentivo é feito a fomentação de produção tecnológica nas universidades nacionais. O mínimo de tecnologia produzida no Brasil é feita por multinacionais que montam produtos. Aliás, quantas multinacionais se instalaram no país desde o governo Lula? Os melhores empregos e salários estão no setor público. As maiores empresas nacionais são do Governo Federal.
A cultura é algo tão grave que muitos municípios nacionais não possuem livrarias. Não estou falando de municípios no interior do norte/nordeste, mas na própria região de Campinas 6 municipios não possuem uma livraria. Falando em livrarias as que existem vendem basicamente livros de autoajuda, exotérico, livros técnicos e livros que se transformaram em blockbuster no cinema. Os livros no Brasil são caríssimos, não à toa segundo um levantamento realizado em 2005 pelo OCDE um operário americano, em média, lê mais livros que um professor brasileiro. O “mesmo” operário americano compreende a leitura de um texto com maior facilidade do que um brasileiro que cursa o último ano do ensino médio em bons colégios (particulares). Mais um ranking em que o Brasil ficou em último lugar, no ranking de interpretação de texto realizado pelo Organization for Economic Co-operation and Development neste ranking participaram os 20 países mais ricos do mundo e 5 economias emergentes: China, Brasil, Índia, Rússia e Coréia do Sul. Nem entrei no mérito de bibliotecas e museus, porque se em uma cidade como Campinas não existe nenhum museu (o que tenta se parecer com um ficam dentro de um Bosque e é ridículo) o que pensar do resto? Livrarias existem quatro: da prefeitura (com um acervo em péssimo estado), Unicamp, Pucc e a biblioteca Monteiro Lobato no Bosque dos Jequitibás. Carlos Gomes nasceu na cidade e viveu sua infância em Campinas, não tem uma sala sequer na cidade que preserve sua memória, por exemplo.
Some a tudo isto as medidas elásticas de avaliação em índices internos nacionais (por exemplo, quem ganha de 1 a 3 salários mínimos é considerado classe média de acordo com os padrões nacionais), todos os conceitos são subjetivos, é algo institucionalizado. Desde a grande mídia aos órgãos governamentais, a próprio sistema judiciário nacional é subjetivo, uma sentença depende muito mais da interpretação do juiz do que a lei propriamente dita.
Resumindo de uma maneira bem simples e bem direta: O Brasil é um dos países que abriga uma das sociedades mais assassinas, corruptas, ineficientes, burocráticas, com uma das piores qualidades de ensino em todos os níveis, pouco afeita à leitura, onde a alta cultura inexiste faz tempo, que dificulta o desenvolvimento e onde Estado controla quase todos os setores da vida nacional. Diante de tudo isto abro: Folha de S. Paulo, Estadão, Globo, UOL, Veja & Cia e leio que somos futura potência e quase primeiro mundo.
Um amigo de longa data, durante a campanha que resultou na primeira eleição de Lula, me disse: “O que você reclama, o Lula é a cara do Brasil”. Ele não era e nunca foi petista, mas me disse isto. Na época discuti com ele e não concordei. Faz tempo que reconheci a verdade nas palavras dele, mas só neste fim de texto faço pública a minha concordância com as palavras e minhas desculpas por duvidar das mesmas. O Lula e o PT são a cara do Brasil. O país é a imagem e a semelhança de seu mandatário: semi-analfabeto, corrupto, pervertido, completamente avesso a leitura e cultura. Megalomaníaco e auto laudatório cultua a própria ilusão de ser um dos melhores quando na realidade disputa com os piores, sempre leniente e flertando com a criminalidade e culpando o mundo todo por problemas antigos que ele mesmo cria e agrava por sua inércia.