Marco Feliciano usa mandato em benefício de suas empresas e igreja
Marco Feliciano utiliza a cota parlamentar em atividades ligadas às suas empresas e emprega pastores da congregação dele
Helena Mader
Publicação: 09/03/2013 06:09 Atualização:
O deputado e pastor Marco Feliciano
(PSC-SP), que esta semana assumiu a presidência da Comissão de Direitos
Humanos e Minorias (CDHM) em meio a uma saraivada de críticas, usou o
mandato parlamentar em benefício de suas empresas e das atividades de
sua igreja. Além de destinar verbas públicas para seus negócios
particulares, ele paga salário a um funcionário fantasma, que na verdade
trabalha em um escritório de advocacia de Guarulhos. Essa firma recebeu
R$ 35 mil da cota parlamentar do deputado desde que ele tomou posse.
Feliciano também repassou recursos públicos ao escritório de outro
advogado, que o defendeu em um processo eleitoral às vésperas do pleito.
O gabinete 254, no Anexo 4 da Câmara, é quase uma filial da Assembleia
de Deus Catedral do Avivamento: o presidente da Comissão de Direitos
Humanos e Minorias emprega cinco pastores da congregação que ele
preside, e ainda cantores de música gospel que trabalharam na gravação
de seu CD. Além de deputado, pastor e empresário, Feliciano também é
músico.
Personalidade de sucesso no mundo gospel, e requisitado
para palestras e pregações em todo o país, o parlamentar é dono de dois
negócios: a Marco Feliciano Empreendimentos Culturais e Eventos Ltda. e a
Tempo de Avivamento Empreendimentos Ltda. Em 2008, a primeira empresa
foi contratada pela Nettus Criação de Eventos, uma firma gaúcha, para
que o pastor se apresentasse em São Gabriel, no Rio Grande do Sul. Ele
seria a grande estrela da festa, que reuniu ainda cantores e outros
pastores evangélicos. A empresa contratante repassou o dinheiro a
Feliciano, mas ele não compareceu. Os representantes da Nettus
recorreram à Justiça e o processo se arrasta até hoje na 2ª Vara Cível
da Comarca de São Gabriel. Os donos da empresa lesada pedem R$ 950 mil
de indenização.