Texto de Rodrigo Matos Amaral. Com uma pequena dúvida minha, em termos de digitação apenas.
Prove-me o contrário, eu imploro!
Interessante como as redes sociais costumam ser grandes murais de
heróis que lutam pela desigualdade (SIC, Roberto Romano, talvez o autor tenha querido dizer "pelo fim da desigualdade"). pelo fim da corrupção e pela paz
mundial. Porém, mais interessante ainda é perceber que essas lutas só
ocorrem quando viram "modinhas" midiáticas. Recentemente vi uma
inundação de participação política nestas redes a favor da saída de
Renan Calheiros da presidência do senado, mas sinceramente duvido que 5%
destes tenha mandado algum e-mail pedindo a aceleração de seus
processos ao STF, mostrado sua indginação ao próprio Renan ou ao seu
senador eleito.
Temos que perceber que estas redes sociais são
simplesmente um reflexo da sociedade das ruas: máscaras e casulos que
escondem medos, fragilidades, falta personalidade e hipocrisia.
Para os
que ainda não se informaram, a última da política brasileira é a eleição
da presidência da Comissão dos Direitos Humanos e das Minorias. O
provável "eleito" será o Deputado e Pastor Marco Feliciano, integrante
do PSC, que chegará ao cargo pelo simples jogo de poder partidário. Este
tal Marco Feliciano afirma que o problema da África é "espiritual",
pois os africanos sofrem uma maldição de um ancestral comum deferida por
Noé, justificando assim a escravidão dos negros, em uma interpretação
totalmente parcial e tola da Bìblia. Ele ainda quer criminalizar o
candomblé, denominou a AIDS como "câncer gay" e ainda assim se compara a
Martin Luther King. Recentemente seu partido fez campanha excluindo da
definição de Família, como instituição social, os gays, lésbicas,
famílias monoparentais e famílias com filhos adotivos. E apesar disso
tudo, não vi nenhuma manifestação de indignação ou levante contra mais
esta prova de falência moral da nossa política.
Portanto, você, usuário
das redes sociais e da "sociedade das ruas", saia da zona de conforto,
passe a modular informações e a emitir uma opinião realmente própria.
Tente alienar-se menos, leia mais, critique os outros e, principalmente,
critique-se a si mesmo. Não siga a moda simplesmente por que está na
moda, não seja mais um pseudo-intelectual de teclado e passe a usar suas
ferramentas realmente ao seu favor.
As redes sociais se bem usadas
podem virar meios de informação construtivos e ótimas ferramentas para o
começo de mudança social, mas só para começo. Unanimidades são sempre
burras, então, não faça parte dessa unanimidade, não seja cego. Saia do
seu casulo, tire sua máscara, não tenha medo de errar, mostre suas
fragilidades, molde sua personalidade e seja honesto consigo mesmo.
Sempre acreditei que a sociedade e suas instituições são apenas reflexo
da unidade morfo-funcional desta: o homem. E, sinceramente, ainda não
acredito que a humanidade seja tão suja assim, mas preciso que as
pessoas me ajudem a provar isto.