Comissão de Direitos Humanos elege pastor polêmico como presidente
Do UOL, em Brasília
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Gustavo Lima - 26.out.2011/Agência CâmaraPastor Marco Feliciano (PSC-SP) foi eleito presidente da CDH após uma série de polêmicas
Após ser eleito hoje, Feliciano chegou a dizer que sua mãe é de "matriz africana", apesar de não ter o "matiz de pele" negro.
A eleição do presidente é feita pelos membros da comissão, que, em geral, seguem a indicação partidária. A bancada do PSC, composta por 17 parlamentares, confirmou na terça-feira o nome do pastor para ocupar o cargo. Como vice, a indicação foi para a deputada Antonia Lúcia.
Até então, o PT da presidente Dilma Rousseff comandava a CDHM, sob a direção do deputado Domingos Dutra (MA), mas o partido preferiu assumir as comissões de Constituição e Justiça e Cidadania; de Seguridade Social e Família e de Relações Exteriores e Defesa Nacional.
Dutra se recusou a comandar a eleição sem a participação dos movimentos sociais, que foram impedidos de entrar na sala da comissão.
Nesta quarta, a comissão deveria ter realizado a eleição, mas, devido a bate-boca e tumulto, a sessão foi cancelada e convocada novamente para esta quinta, desta vez, sem a presença de manifestantes e "torcida".
Aos 40 anos e pastor da Igreja Assembleia de Deus há 14, Feliciano é formado em Teologia.
Polêmicas
Desde a semana passada, antes mesmo de ser indicado pelo PSC para o posto, a possibilidade de Feliciano como presidente da CDH gerou protestos de ativistas de direitos humanos, porque o deputado tem um discurso que pode ser considerado polêmico.Em 2011, ele usou o Twitter para dizer que os descendentes de africanos seriam amaldiçoados. "A maldição que Noé lança sobre seu neto, Canaã, respinga sobre o continente africano, daí a fome, pestes, doenças, guerras étnicas!", escreveu.
Em outra ocasião, o pastor postou na rede social que "a podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime e à rejeição". No ano passado, o pastor defendeu em debate no plenário os tratamentos de "cura gay".
Ele nega as acusações de racismo e homofobia. Ontem, ele negou ser homofóbico. "Não sou contra os gays, sou contra o ato e o casamento homossexual. Quero o lugar para poder justamente discutir isso. Vai ser debate. Vou ouvir e vou falar", afirmou.
Disputa na web
Quando foi anunciado que o PSC ficaria com a presidência da comissão, vários abaixo-assinados começaram a se espalhar pela internet, contra e a favor da indicação de Feliciano para o cargo.Na semana passada, uma petição no site Avaaz pedia que ele fosse deposto da comissão. Em seguida, o próprio deputado criou uma petição em seu site defendendo sua indicação.
Agora, uma petição no site Change.org assinada por um grupo de religioso diz que nem todos os evangélicos apoiam Feliciano.
Manifestantes chamam deputado federal Marco Feliciano de racista
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Mensagem que foi postada no Twitter do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) e depois apagada