Martírio
"a arrecadação via Catarse vai financiar a compra de 06 kits de produção
de vídeo para equipar os Kaiowá que vivem em áreas sob ameaça. As
oficinas serão realizadas em parceria com a UFMG, num processo de
imersão e formação contínua aos moldes do Vídeo nas Aldeias. Essa
formação prevê um módulo de mídia livre e redes sociais que será
realizado em parceria com a Universidade Federal da Grande Dourados
(UFGD)."
Abandono da Universidade....Nem um professor a menos, mais reitor, menos governador...
De Rafael Crozatti
NA UNIVERSIDAD4E ESTADUAL DE MARINGÁ. Sobram lacunas, prédios sem
terminar, prédios velhos caindo, faltam professores/as...sobra Richa.
"O DDP apóia a luta pelos professores colaboradores, e já encaminhou recurso contra a Resolução n. 171/2013-CAD"
Professora Gisele Mendes - Chefe do Departamento...
Segunda-feira temos nova reunião
Evento: http://goo.gl/CxQ0myVer mais
"O DDP apóia a luta pelos professores colaboradores, e já encaminhou recurso contra a Resolução n. 171/2013-CAD"
Professora Gisele Mendes - Chefe do Departamento...
Segunda-feira temos nova reunião
Evento: http://goo.gl/CxQ0myVer mais
No ano de 2013, a Gestão Fortalecer através das reuniões ampliadas
buscou dar ciência a todos os acadêmicos do grave problema do corte de
professores temporário...
bem como iniciou a campanha Nem 1 Professor a Menos. Diante da
mobilização de nosso curso e demais cursos da UEM, os contratos dos
professores temporários que se encerrariam no meio do ano letivo foram
prorrogados até o final deste ano. Apesar da importante vitória, uma
nova resolução, n. 171 do Conselho de Administração (CAD), impede a
contratação de TODOS os professores temporários da Universidade Estadual
de Maringá para o ano letivo de 2014. A atual gestão do CAHRF já está
se informando e se preparando para defender nossos estudantes e lutar
contra a precarização de nosso ensino! E essa será também a postura da
Gestão Expandir! Dia 20/11/13 vote chapa 01!
Universidade Estadual de Maringá: esgarçada e esquecida
"Bloco 04 (ao lado da Cantina Central da UEM): Além de vários
laboratórios, incluindo o de História das Ciências, História das
Religiões e o PET do Curso de Pedagogia, este bloco, diariamente, atende
dezenas de crianças que necessitam de algum reforço escolar, através do
Programa Multidisciplinar de Pesquisa e Apoio às Pessoas com
Deficiência e Necessidades Educativas Especiais (Propae). ...
Como se não bastassem os sérios problemas elétricos, o bloco 04 sofre com inúmeras goteiras, piso e paredes com rachaduras e buracos.
Infelizmente, tenho de admitir que este bloco, da Universidade Estadual de Maringá, tem todos os ingredientes que são encontrados em tragédias anunciadas.
É a ironia sinistra de um Estado que fiscaliza boates, mas abandona centros de pesquisa e ensino à própria sorte"
Segunda-feira temos nova reunião
Evento: http://goo.gl/CxQ0myVer mais
Como se não bastassem os sérios problemas elétricos, o bloco 04 sofre com inúmeras goteiras, piso e paredes com rachaduras e buracos.
Infelizmente, tenho de admitir que este bloco, da Universidade Estadual de Maringá, tem todos os ingredientes que são encontrados em tragédias anunciadas.
É a ironia sinistra de um Estado que fiscaliza boates, mas abandona centros de pesquisa e ensino à própria sorte"
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sábado, 9 de novembro de 2013
VANDANA SHIVA
DO BLOG DE ROBERTO ROMANO
IHU/Unisinos
Sábado, 24 de agosto de 2013
Grandes corporações promovem uma ditadura do alimento
Considerada a inimiga número um da indústria de transgênicos, a física e ativista indiana Vandana Shiva
afirma que há uma ditadura do alimento, onde poucas e grandes
corporações controlam toda a cadeia produtiva. E dá nome aos bois: Nestlé, Cargil, Monsanto, Pepsico e Walmart.
"Essas empresas querem se apropriar da alimentação humana e da evolução
das sementes, que são um patrimônio da humanidade e resultado de
milhões de anos de evolução das espécies", diz.
Crítica feroz à biopirataria, Shiva ressalta que a
única maneira de combater o controle sobre a alimentação é o ativismo
individual na hora de consumir produtos mais saudáveis e de melhor
qualidade.
A entrevista é de Tatiane Ribeiro e Toni Sciarretta e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 24-08-2013.
Eis a entrevista.
É possível alimentar o planeta sem usar transgênicos?
O único modo de alimentar o mundo é livrando-se das sementes
transgênicas. Essas sementes não produzem alimentos, mas produtos
industrializados. Como isso poderia ser a solução para fome? Só estão
criando mais controle sobre as sementes. Desde 1995, quando as
corporações obtiveram o direito de controlar as sementes, 284 mil
fazendeiros cometeram suicídio na Índia. Nós perdemos 15 milhões de
agricultores por causa de um design de produção agrária criado para
acabar com a agricultura familiar.
Como mudar a alimentação do modelo agroindustrial para outro baseado na produção familiar e na distribuição local?
As pequenas fazendas produzem 80% dos alimentos comidos no mundo. As
indústrias produzem commodities. Apenas 10% dos grãos de milho e soja
são comidos por pessoas; o resto é 'comido' pelos carros, como
biocombustíveis, e por animais. É possível elevar esses 80% para 100%
protegendo a biodiversidade, a terra, os fazendeiros e a saúde pública. É
apenas por meio da agroecologia que a produtividade agrícola pode
aumentar.
Como as grandes corporações dominam a cadeia mundial de alimentos?
Se você olha para as quatro faces que determinam nossa comida, são
todas controladas por grandes corporações. As sementes são controladas
pela Monsanto por meio dos transgênicos; o comércio
internacional é controlado por cinco empresas gigantes; o processamento é
controlado por outras cinco, como a Nestlé e a PepsiCo; e o varejo está nas mãos de gigantes como o Walmart,
que gosta de tirar o varejo dos pequenos comércios comunitários e com
conexões muito diretas entre os produtores de comida e os consumidores.
São correntes longas e invisíveis, onde 50% dos alimentos são perdidos.
Temos sim uma ditadura do alimento. A razão que eu viajei todo esse
caminho até o Brasil é porque eu sou totalmente a favor da liberdade
alimentícia, porque uma ditadura do alimento não é só uma ditadura. É o
fim da vida.
Como as corporações chegaram a esse domínio?
Infelizmente, o chamado livre comércio trouxe a liberdade para as
corporações, mas não para as pessoas. As corporações estão escrevendo as
regras e se tornando os governantes.
Os direitos intelectuais acordados entre as organizações mundiais foram escritos pela Monsanto.
Para eles, o problema era que os fazendeiros estavam guardando as
sementes. E a solução que ofereceram foi dizer que guardar as sementes
agora é um crime de propriedade intelectual. É isso o que dizem as
regras da OMC. A Índia, o Brasil, a América Latina e a
África deveriam dizer: 'Você não pode patentear a vida porque a vida
não foi inventada. Pare com a biopirataria'.
Até agora, a revisão dessas regras não foi permitida, o que mostra que
essas corporações ditam as regras. E não é apenas na OMC. A Monsanto escreveu o ato de proteção para o orçamento nos EUA.
O vice-presidente da Cargill foi designado para escrever a lei de comércio e agricultura dos EUA.
É possível modificar esse cenário?
A única maneira de reverter essa situação é cada pessoa fazer seu papel
de recuperar a liberdade e a democracia do alimento. Afinal, cada um
de nós come duas ou três vezes ao dia. E o que nós comemos decide quem
somos, se nosso cérebro está funcionando corretamente, ou nosso
metabolismo está saudável ou, se por conta de micronutrientes, estamos
nos tornando obesos. Isso afeta todo mundo: os mais pobres porque lhes
foi negado o direito à comida; mas até os que podem comer porque não
estão comendo comida. Chamo isso de anticomida, porque a comida deveria
nos nutrir. A comida mortal que as corporações estão trazendo para nós
destrói a capacidade da comida de nos nutrir e no lugar disso está nos
causando doenças.
Cada um de nós deve se tornar um forte ativista da liberdade da comida e
das sementes no nosso dia a dia. O que significa que temos que apoiar
mais os fazendeiros e a agroecologia. Devemos ser comprometidos com a
alimentação saudável.
Qual a importância do Brasil nesse jogo?
O Brasil tem um papel muito importante. De um lado, está uma
agricultura altamente destrutiva e irresponsável, mantida pelas
corporações, levando transgênicos, produtos químicos e piorando a fome.
Do outro lado, está o modelo agroecológico, caracterizado pela
diversidade, conhecimento popular, o melhor da ciência, e levando
efetivamente comida às pessoas. Essa disputa está ocorrendo justamente
aqui, no Brasil.
Provavelmente, o Brasil tem a maior proporção de
diversidade de alimentos em sua agricultura. No entanto, a maior parte
não é usada para a alimentação humana. Por exemplo, as plantações de
cana-de-açúcar e soja vão para a alimentação de animais e para
fabricação de combustíveis.
O Brasil é parte do que eles chamam de Brics. Eu não gosto de
'tijolos'. Eu prefiro plantas. Mas é um forte jogador na cena global, e
os jogadores vão decidir como os outros jogam.
Qual o papel da sociedade urbana em relação à agricultura familiar?
É muito feliz. Não porque eu acredito que as áreas urbanas têm mais
riqueza e mais poder, mas porque, por terem mais riqueza, têm mais
responsabilidade. E porque eles controlam a tomada de decisões, tanto em
termos de governamentais como a sua própria atitude em termos de
consumo. Se eles mudassem sua postura de consumo para longe das
corporações, comprando, sim, alimentos dos pequenos produtores, eles
ajudariam não apenas o agricultor familiar, mas também ajudariam a Terra
e seus próprios corpos.
Recentemente o presidente da Nestlé afirmou que é necessário
privatizar o fornecimento da água. Quais as consequências desse
processo?
Tudo que é essencial à vida desde o começo da história, em todas as
culturas, tem sido reconhecido como pertencente à sociedade. E isso
inclui a semente, porque a semente é a base da comida, inclui a água
porque água é vida. E são esses recursos que essas corporações gigantes
querem enclausurar. Essas são as novas inclusões comerciais. Assim como
na Inglaterra, eles enclausuraram a terra, e a tiraram dos camponeses para terem a revolução industrial.
Hoje, as corporações gigantes estão assumindo os bens comuns que são as sementes, a biodiversidade, a água. Quando a Nestlé
diz que é necessário privatizar a água, eles estão, obviamente,
pensando na necessidade de aumentar os lucros deles. Eles não estão
pensando na necessidade dos aquíferos de serem sustentados e
recarregados, porque corporações somente podem construir uma economia
extrativa. Se eles privatizam a água, eles vão somente tirar a água para
eles, o que significa que as comunidades locais são deixadas sem água.
Então é um assalto.
As Nações Unidas têm de reconhecer que o direito à água é um direito humano. A Coca-Cola agora quer entrar no meu vale, um vale lindo no Himalaia, chamado Dune Valey.
Em maio nós iniciamos uma campanha porque a privatização da água por
essas empresas de engarrafamento significa, primeiro, que o direito
universal à água é destruído. O aquífero, que pertence a todos, está
agora engarrafado numa garrafa de 10 rupis que pode é acessível só aos
ricos. Os pobres bebem apenas água contaminada.
A segunda coisa é que ela destrói água, e eu não sei por quanto tempo
essa mineração poderá aguentar. A terceira é que ela polui. Sobram
poucas fontes de águas puras, e, se eles realmente se importassem,
deveriam limpar o pouco que sobra, ao invés de roubar o que resta limpo.
Isto é roubo de água e, portanto, um crime contra a humanidade.
Essa dependência da Coca-Cola é um dos vícios da vida moderna. Nós temos muito mais bebidas saudáveis.
Na Índia, começamos uma campanha para as avós ensinassem aos seus netos as bebidas geladas que elas costumavam fazer. Somos um país tropical, sabemos como transformar qualquer fruta em uma bebida saborosa: um suco de manga crua, que é ótimo para prevenir insolação, uma mistura maravilhosa de sete grãos, que é como uma refeição completa e, se tomada no café da manhã, você não precisa de mais nada. As bebidas venenosas que são vendidas pela Nestlé e pela Coca-Cola roubam o nosso dinheiro, a nossa água e a nossa cultura.
Qual é a forma alternativa à globalização?
Originalmente, o livre comércio deveria reconhecer a liberdade de todas
as espécies e por isso não destruiria nenhuma espécie nem ecossistema.
Originalmente, o livre comércio reconheceria os direitos dos
camponeses e dos povos indígenas e, por isso, não iria cortar as
raízes. Reconheceria também os direitos dos pequenos agricultores
familiares e iria cuidar para que existam preços justos, ao invés de
tentar debilitar o preço por meio de dumping e jogando fora os produtos.
Um verdadeiro livre comércio seria a liberdade para as pessoas e não a
liberdade para as corporações. O que nós temos agora é uma
corporatização global com uma negligência total, uma destruição
negligente e desatenta. O que precisamos é uma consciência livre que
esteja profundamente ciente de nossa interconexão com outras espécies,
outras culturas e com toda a humanidade. Temos que ser conscientes do
dano que fazemos aos outros. Dessa forma, não vamos incrementar o
tamanho de nossa pisada ecológica, mas vamos a reduzi-la.
E, na alimentação, a única forma em que você pode reduzir sua pisada é
de mudar de agroindústria para agroecologia, mudar da distribuição
global para distribuição local, mudar de um sistema violento, que
depende do governo corporativo, para um sistema pacífico, que depende da
comunidade e da solidariedade. No momento em que mudamos para isso, a
pisada se reduz. Podemos ir do industrial e global para ecológico e
local.
Como acelerar o processo de alinhamento entre os vários movimentos para um estilo de vida mais sustentável?
Agroecologistas, camponeses e agricultores familiares são, na minha
opinião, os maiores, protetores do planeta. É o momento de os movimentos
ecológicos perceberem que os verdadeiros ambientalistas são os
agricultores, que realmente reconstroem o solo, que fazem o cultivo de
uma forma que os besouros não sejam mortos, que protegem a água.
E o movimento pela saúde tem que perceber que os agricultores são os
médicos, que fazer crescer comida saudável é a melhor contribuição que
podemos fazer. No momento em que fazemos essas conexões, existe uma nova
vida, porque a vida cresce por meio de inter-relações.