Eis a obra prima da direita FASCISTA !
ONU adverte França por racismo de extremistas contra ministra negra
Christiane Taubira sofre ataques mais intensos desde que um programa de TV revelou o racismo de uma militante da Frente Nacional
16 de novembro de 2013 | 8h 00
Andrei Netto, correspondente em Paris
PARIS - O Alto Comissariado de Direitos Humanos das
Nações Unidas lançou na sexta-feira 15 uma advertência contra o aumento
do racismo na França. A condenação foi uma reprovação aos ataques
racistas sofridos pela ministra da Justiça, Christiane Taubira. As
ofensas se intensificaram desde outubro, quando uma candidata da Frente
Nacional, de Marine Le Pen, postou no Facebook fotos comparando a
ministra, negra, a macacos.
"Nós condenamos os ataques racistas que atingem há várias semanas a
ministra da Justiça, Christiane Taubira", afirmou a nota do Alto
Comissariado. O órgão faz referência específica "à capa da revista
semanal de extrema direita Minute, publicada na quarta-feira com a foto
da ministra". A revista chocou a opinião pública com a manchete
"Malandra como um macaco, Taubira reencontra a banana". O caso resultou
na abertura de uma investigação no Ministério Público de Paris por
injúria racial, e revelou a ofensiva da extrema direita, que já não
esconde seu ódio de Christiane Taubira.
Além de ser negra e de origem martinicana, a ministra é socialista e
liderou o projeto de lei que legalizou o casamento entre pessoas de
mesmo sexo na França, em março. As ofensas, até há pouco restritas aos
meios extremistas e à internet, ganharam a mídia há três semanas, depois
que a emissora France Télévision mostrou que Anne-Sophie Leclere, uma
candidata do partido extremista Frente Nacional a eleições municipais na
cidade de Rethel, a 190 quilômetros de Paris, havia associado a imagem
de Taubira à de um macaco em seu perfil do Facebook.
Questionada pela reportagem, Anne-Sophie disse não ser racista, mas
reiterou: "Eu prefiro vê-la agarrada a galhos de uma árvore a vê-la no
governo". Afastada dos quadros do partido, a militante é alvo de uma
investigação do Ministério Público, mas recebeu apoios de extremista,
enquanto a ministra virou alvo de ataques.
"São manifestações claras do aumento do racismo, da xenofobia e da
intolerância ao encontro de minorias étnicas ou religiosas e de
imigrantes em vários países da Europa", afirmou o Alto Comissariado da
ONU, lembrando também os ataques sofridos pela ministra da Integração da
Itália, Cécile Kyenge, também negra.
As ofensas racistas lançaram a extrema direita francesa e sua líder,
Marine Le Pen, em um momento de instabilidade política, depois de vários
meses de crescimento em pesquisas de opinião. No dia 30 de novembro,
uma marcha contra o racismo será realizada em Paris por organizações
não-governamentais de luta contra o racismo e a discriminação.