quinta-feira, 10 de Julho de 2014
FENPROF DENUNCIA ASFIXIA FINANCEIRA DE METADE DOS CENTROS DE INVESTIGAÇÃO
No domínio da Ciência, o processo de redução brutal do investimento e
das bolsas de investigação a que o presidente da FCT apelidou de "poda"
da investigação em Portugal, tem agora mais uma componente: o corte de
metade dos centros, e com uma justificação nada clara nem transparente. A
juntar à redução para um 1/3 dos contratos e bolsas para
investigadores, esta morte anunciada de metade dos centros significará
uma quebra fatal na investigação científica em Portugal, pelo menos nos
termos em que a conhecemos nos últimos 20 anos.
Com a divulgação dos resultados da 1ª fase da avaliação dos cerca de 300
centros de investigação portugueses (que têm sido sucessivamente
avaliados desde há cerca de 17 anos) foi "decretada" a morte de metade
desses centros, 22% imediatamente!, pois ficam já sem nenhum
financiamento, e os outros 26% que receberão apenas uma verba residual
de cerca de 500€ por investigador, o que praticamente só custeará o
apoio administrativo e os condenará no curto prazo, pois perdem de facto
o acesso aos programas de investigação ou às bolsas para os seus
investigadores. Quanto aos restantes centros, não é garantido que tenham
um financiamento razoável, embora passem à fase seguinte de avaliação.
Recorde-se que centros, que anteriormente (em 2010) tinham sido
avaliados por painéis internacionais com "muito bom" ou mesmo
"excelente”, foram agora excluídos sem sequer serem objecto de visita
presencial pelos avaliadores, e com um processo avaliativo que não tem
nada de transparente
A FENPROF, juntamente com as outras associações sindicais do sector,
associações de bolseiros e investigadores, irá contestar este processo
nebuloso que provocará um retrocesso civilizacional, neste domínio, de
décadas, e promoverá a denúncia na opinião pública, bem como nos meios
científicos e sindicais internacionais, da situação que o Governo e a
FCT estão a provocar.
O Secretariado Nacional