terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

O ventriloquo enraivecido.

Não. Ele, o Sr. Luis Inácio da Silva (Lula é truque de marketing eficaz) tenta fazer da imprensa um simples boneco para seu ventriloquismo, como todos os seus antecessores no poder mundial, à semelhança dos domesticadores e donos da URSS, (o jornal deles se chamava Pravda, o periódico mais mentiroso da História), da Alemanha totalitária, da Itália e, na triste América, Peron, Vargas, Pinochet, Stroessner. Hoje neste continente desgraçado pelo populismo rasteiro, existem os Chavez e seus amigos, que controlam a imprensa com segurança. Se não controlam, prendem e arrebentam.

É notável o infalível egocentrismo presidencial. A acreditar na sua arenga mole, ele, e só ele, trouxe "democracia a este país". Pois bem, fiquei mais tempo em fábrica (na Industria Sasasaki de Marília) do que ele e mais tempo na cadeia (no Cenimar, no Dops, no presidio Tiradentes) do que ele. E jamais me passaria pela cabeça proclamar, pois seria ridículo, que a democracia deve algo sobretudo à minha pessoa. Milhares e milhares de pessoas, muitas hoje em partidos contrários ao PT, lutaram, com danos à sua existência, carreiras, vida afetiva. Sem Mario Covas, por exemplo, o Sr. Da Silva estaria fazendo plantão nas portas de fábrica, bebericando no final do expediente. E Covas recebeu pedradas do PT, como agradecimento, na Praça da República. Citei Covas porque foi o mais caluniado pela seita petista, e Covas estava no final de uma vida feita de coragem e defesa dos valores democráticos. Mas recordo Evandro Lins e Silva, Hermes Lima, Helder Câmara, João Cruz Costa, e todo um exército de pessoas retas que se levantaram contra as duas ditaduras do século 20. Monopolizar, assim enganando, quem ignora a História ( e os rebentos presidenciais saberiam maior número de fatos históricos se não se dedicassem às estrepolias no Palácio, com direito a jato da FAB) é um rapto da memória coletiva. Não muito diferente de outros raptos dirigidos pelos mais altos escalões petistas, denunciados pelo Pprcurador da República e merecedores de um processo no STF (isto porque, tão éticos, sempre apoiaram e se apoiaram na excrecência jurídica do foro privilegiado dos políticos).

O delírio e a paranóia são apanágio dos poderosos, diz Elias Canetti. E no caso em pauta, haja paranóia ! O que me estranha é a subserviência da imprensa diante do Planalto. Podem apostar: amanhã o destaque será dado, inteiramente, ao palavrório presidencial de hoje. E vários "jornalistas"e colunistas dirão que ele não deixa de ter razão. Talvez seja o preço do papel, talvez as taxas, talvez as concessões de rádio e tv, ou tudo reunido e algo mais. Se a imprensa sai um pouco do script de João Santana, e ousa apresentar alguma crítica ao Benefactor, temos o espetáculo descrito. E seja ressaltada também a bajulação dos prefeitos, sempre com a corda no pescoço devido à super concentração de impostos no poder central. Ontem foram os reitores que beijaram as botas do candidato a presidente, hoje os alcaides repetem as zumbaias e rapapés costumeiros no Palácio.

Deus se esqueceu do Brasil.

RR


Irritado, Lula diz a prefeitos que imprensa pensa que povo é marionete


Por Renata Giraldi, na Folha On Line. Comento no post seguinte:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desafiou nesta terça-feira seu sucessor a manter a mesma relação que construiu com os prefeitos e prefeitas do país.Indignado, o presidente reclamou da imprensa ao divulgar que ele lançaria um "pacote de bondades" ao invés de avaliar que era um conjunto de medidas pertinentes. Também afirmou que "nunca" foi eleito por causa da ajuda da imprensa, mas sim porque "gastou suor" para ser vitorioso nas eleições.

"[Ao ler os jornais hoje] fiquei triste porque estão abusando da minha inteligência porque ainda tem gente que pensa que o povo é marionete", afirmou Lula durante a abertura do encontro nacional de prefeitos e prefeitas, acompanhado por mais de 30 ministros, incluindo a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) --apontada como sua eventual sucessora na presidência da República. "[Os jornais] disseram que eu fazia o pacote de bondades. Como é fácil condenar as pessoas", disse ele.

Em tom emocional, o presidente afirmou que a imprensa também julga a atuação dos prefeitos, mesmo daqueles estão iniciando suas gestões. "Não [estão] dando sequer uma oportunidade para vocês provarem que não são os ladrões porque [deram a entender] que vocês são. Não é possível que a gente tenha de se calar diante de tamanha ofensa", afirmou.

Aplaudido pelos prefeitos, Lula conseguiu ainda mais apoio quando disse que jamais teve apoio da imprensa para conquistar as urnas. "Nunca fui eleito porque a imprensa me ajudou. Fui eleito porque gastei gota de suor para enfrentar o ódio dos de cima contra os de baixo. Eu posso perder a minha postura, mas não perco o meu caráter nem a minha vergonha", disse.

Desafio
Lula disse que as medidas anunciadas hoje, que incluem o refinanciamento de dívidas com o INSS e a liberação de financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), são meios para enfrentar a burocracia. "Tudo é papelada", disse ele. "É muito difícil fazer as mudanças em curto espaço de tempo", afirmou.

O presidente desafiou seu sucessor a manter as medidas lançadas nesta terça-feira e a relação com os prefeitos. "Que nenhum governo que venha depois de nós tenha coragem de desmontar essa relação sadia e democrática [que nós construímos]", disse.

Segundo o presidente, o esforço do governo é para facilitar a vida dos prefeitos e prefeitas. "Essa reunião tem o objetivo para que o prefeito possa por meio da internet acessar qualquer programa, sem precisar tomar dinheiro emprestado para vir a Brasília e esperar para ser atendido", afirmou Lula.

História
Lula disse ainda que a história da democracia brasileira, incluindo as relações entre a União, os Estados e municípios, deve ser conhecida. Ele lamentou que parte da sua história pessoal seja desconhecida de seus filhos.

"Meus filhos não sabem a quantidade de porrada que tomei para conquistar um pouco de democracia. Quantas vezes, meu caro Paulo [Ziulkoski, presidente da Confederação Nacional dos Municípios], você tentou falar com um presidente da República e o máximo que ouviu foi 'não'. Quanto desrespeito", afirmou ele.

O presidente apelou pela contribuição dos prefeitos para todos enfrentem os impactos gerados pela crise financeira internacional. Segundo ele, é fundamental gerar emprego e renda. Lula afastou a possibilidade de suspender obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)."O que mais importa para nós é gerar trabalho e renda."

Mais de 30 ministros estão presentes ao encontro nacional de prefeitos, além do presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), e os governadores do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), e do Piauí, Wellington Dias (PT), e do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM).De acordo com a organização do evento, cerca de 3.500 prefeitos participam do encontro em Brasília.