terça-feira, 5 de maio de 2009

No reino encantado da marolinha, supostamente governado por El Gran Marolero...tudo vai bem, tudo vai bem, tudo vai bem, tudo vai bem, tudo vai bem...

05/05/2009 - 11h15
Investimento na indústria despenca após 22 altas trimestrais consecutivas


CIRILO JUNIOR
da Folha Online, no Rio
O investimento na indústria, medido pela produção de bens de capital, despencou no primeiro trimestre e, após 22 altas trimestrais consecutivas, registrou queda de 20,8%. Foi a redução mais significativa desta categoria --que abrange a produção de máquinas e equipamentos-- desde o primeiro trimestre de 1996, quando o tombo chegara a 29,7%, informou nesta terça-feira o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

No acumulado dos últimos dois trimestres, desde o agravamento da crise econômica, a produção de bens de capital também foi a mais afetada, com redução de 26,9%, acima das quedas observadas entre os bens de consumo duráveis (-24,2%), bens intermediários (-17,6%) e bens de consumo semi e não-duráveis (-5,2%).

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"A queda na produção de bens de capital vem se acentuando, porque é um segmento que reflete diretamente a decisão de adiamento dos investimentos em função da crise econômica. No início desse período ruim, era o segmento que menos sentia, só que os efeitos estão chegando depois", afirmou o coordenador da Pesquisa Industrial Mensal, Silvio Sales.

Em relação ao quarto trimestre de 2008, a produção de bens de capital caiu 19,3%. O movimento foi bem mais intenso do que os de outros setores, como o de bens intermediários (-8%) e bens de consumo semi e não-duráveis (-2,1%).

Os bens de consumo duráveis registraram alta de 0,7% na produção, na comparação o trimestre imediatamente anterior. Essa reação foi puxada pela produção de veículos automotores, que inclui a produção de automóveis e autopeças. Desde dezembro, a produção dessa linha subiu 56,7%. Esse movimento, no entanto, não foi suficiente para recuperar o nível da produção anterior à crise. Em relação ao primeiro trimestre do ano passado, a retração é de 27,2%.

"A produção de veículos automotores vem liderando a reação entre os bens duráveis. Esse resultado é consequência do mercado interno. Isso pode ser resultado de uma conjugação de fatores, como a manutenção da renda e a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)", observou Sales, lembrando que os setores mais dependentes do mercado externo continuam em baixa.