Em notas, tesoureiro do PT e cooperativa ligada ao partido negam irregularidades
MP pediu quebra de sigilo de petista e bloqueio de contas da Bancoop
Segundo o promotor José Carlos Blat, Vaccari teria participado, quando era presidente da cooperativa, de um esquema de desvio de verbas para um suposto caixa dois do PT. Ele será o responsável pelas contas da campanha da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência da República.
Veja a íntegra da nota de Vaccari
A respeito de matéria publicada pela revista Veja desta semana, esclareço:
1. Presidi a Bancoop de 2005 até a semana passada, quando me desliguei da cooperativa para assumir minhas funções como Secretário de Finanças e Planejamento do PT;
2. Nunca houve nenhum tipo de acusação contra mim e não respondo a nenhum processo, civil ou criminal
3. Em relação à investigação envolvendo a Bancoop, sempre nos colocamos à disposição das autoridades, agindo com total transparência, disponibilizando documentos e fazendo os esclarecimentos necessários à Promotoria e aos cooperados.
4. Repudio o tipo de jornalismo antiético praticado por Veja, que diz ter passado seis meses “investigando” o caso e em nenhum momento procurou ouvir a mim ou a Bancoop.
Veja a íntegra da nota da Bancoop
1. A BANCOOP (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo) não foi ouvida em momento algum pelos jornalistas responsáveis pela matéria da revista “VEJA”, em clara violação a princípio elementar de ética jornalística.
2. A matéria tem nítida finalidade política, já que não agrega praticamente nenhuma novidade às acusações que foram efetuadas no passado e devidamente rebatidas pela BANCOOP. Sua publicação com grande destaque se explica pela previsão de instalação dentro dos próximos dias de CPI sobre a BANCOOP na Assembléia Legislativa de São Paulo, requerida ainda em 2008 pela bancada de deputados do PSDB.
3. No que se refere à conduta do Ministério Público de São Paulo relativamente à BANCOOP, é preciso esclarecer que a BANCOOP celebrou com o Ministério Público em 2008 Acordo Judicial em Ação Civil Pública, no qual foram estabelecidos compromissos voltados ao aprimoramento da gestão da cooperativa, de modo a se gerar maior segurança aos cooperados. Vários desses compromissos correspondem a condutas que já vinham sendo adotadas pela cooperativa, como, por exemplo, a realização de auditoria contábil por empresa independente (o que vem sendo promovido pela empresa de auditoria Terco Grant Thornton desde as contas a partir de 2005).
4. Quanto à esfera penal, foi instaurado em 2007 Inquérito Criminal (1º DP da Capital de São Paulo), que continua em andamento, sem que, até o presente momento, tenha sido promovida pelo Ministério Público qualquer medida judicial. Contraditoriamente, o Promotor José Carlos Blat procura sistemática a imprensa com o objetivo de fazer acusações políticas à cooperativa, como a de que “A BANCOOP é hoje uma organização criminosa cuja função principal é captar recursos para o caixa dois do PT e que ajudou a financiar inclusive a campanha de Lula à Presidência em 2002”.
5. A matéria é extremamente fantasiosa quanto aos fatos, como demonstra a informação de que teriam sido emitidos, para saque em dinheiro, cheques nominais à própria BANCOOP em valor total superior a R$ 31 milhões. Na verdade, há uma intensa movimentação bancária entre contas da própria BANCOOP, já que cada empreendimento da cooperativa, por força inclusive do Acordo Judicial celebrado com o Ministério Publico, tem conta bancária específica, sendo necessária a transferência de recursos utilizados para o custeio das respectivas obras.
6. A BANCOOP, apesar de ter vivido dificuldades administrativas em 2003 e 2004, tem sido extremamente bem sucedida na disponibilização de imóveis a preço de custo destinado a moradia. Trata-se de alternativa no âmbito do mercado imobiliário que procura facilitar o acesso de trabalhadores à casa própria. Seguem alguns dados que refletem o desempenho da BANCOOP desde sua criação, em 1996, até dezembro de 2009: a) Total de empreendimentos já concluídos ou em construção: 34. b) Empreendimentos com todas as unidades entregues: 24. c) Empreendimentos em construção: 10. d) Empreendimentos que foram descontinuados por falta de interesse dos cooperados: 19. e) Total de unidades já entregues ou em construção: 6.358 f) Total de unidades entregues: 5.337 (84% do total), sendo 4.152 em empreendimentos já concluídos e 1.185 em empreendimentos em construção. g) Total de unidades em construção: 1021, sendo que, desse total, 502 pertencem a cooperados que aguardam a conclusão e o restante integra um estoque de unidades disponíveis. h) Total de unidades com escritura liberada: 3.406.
7. A BANCOOP sempre esteve à disposição dos cooperados, das autoridades competentes e da imprensa para prestar informações sobre as atividades da cooperativa.
“O que chama a atenção é que na época que ele [Vaccari] era presidente da Bancoop, com dificuldades terríveis para pagar construtoras e cumprir as obras, foi entregue um cheque no valor de R$ 1,5 milhão a uma empresa de segurança. Também foram sacados R$ 31 milhões em cheques nominais à própria Bancoop na boca do caixa. A prática do saque é feita para dificultar o controle da conta corrente das empresas. É prática muito primária, mas é conhecida quando se quer ocultar”, disse o promotor ao G1.
Em sua nota, Vaccari afirma que no período em que foi presidente da Bancoop, de 2005 até a semana passada, nunca foi acusado de cometer irregularidades. “Nunca houve nenhum tipo de acusação contra mim e não respondo a nenhum processo, civil ou criminal”, diz o texto.
O tesoureiro do PT também diz que no período em que presida a cooperativa, sempre se colocou “à disposição das autoridades, agindo com total transparência, disponibilizando documentos e fazendo os esclarecimentos necessários à Promotoria e aos cooperados”.
A Bancoop, por sua vez, diz em sua nota que “a matéria tem nítida finalidade política, já que não agrega praticamente nenhuma novidade às acusações que foram efetuadas no passado e devidamente rebatidas pela Bancoop”. Segundo a nota, a “publicação com grande destaque se explica pela previsão de instalação dentro dos próximos dias de CPI sobre a Bancoop na Assembleia Legislativa de São Paulo, requerida ainda em 2008 pela bancada de deputados do PSDB”.
A diretoria da cooperativa informa ainda que já havia adotado uma série de compromissos firmados com Ministério Público em 2008 em um Acordo Judicial em Ação Civil Pública com o objetivo de aprimorar a gestão. Entre os compromissos estavam “a realização de auditoria contábil por empresa independente”, que, segundo a nota, vem sendo realizada desde 2005.
A Bancoop informa ainda que inquérito criminal instaurado em 2007 para apurar eventuais irregularidades “continua em andamento, sem que, até o presente momento, tenha sido promovida pelo Ministério Público qualquer medida judicial” e diz que o promotor José Carlos Blat buscou a imprensa “com o objetivo de fazer acusações políticas à cooperativa, como a de que ‘a Bancoop é hoje uma organização criminosa cuja função principal é captar recursos para o caixa dois do PT e que ajudou a financiar inclusive a campanha de Lula à Presidência em 2002”.