CORRUPÇÃO DA DOUTRINA
«O maior corruptor da sã doutrina apostólica na atualidade e o senhor Edir Macedo».
Marcos Garcia Soares, Pastor da Igreja Batista, Getsêmani – Brasília – DF
Não podemos em momento algum esquecer da grande profecia do apóstolo São Pedro sobre os ensinamentos dos falsos pastores, profetas, evangelista, missionários, bispos e apóstolos. O texto a seguir será sempre atual e ortodoxo para igreja que segue a sã doutrina dos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo.
“E também houve entre o povo falso profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que também, que introduzirão encobertamente heresias de perdição e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmo repentina perdição. E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade. Mas estes, como animais irracionais, que seguem a natureza, feitos para serem presos e mortos, blasfemando do que não entendem, perecerão na sua corrupção. Prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção” (2 Pd 2,1.2.12.19).
Se corrompe a doutrina de Cristo por interesse de poder religioso, político e econômico. Passa a pregar outro evangelho, outro espírito, outro Cristo e outra igreja. Tais pregadores perderam o temor de Deus, se desviaram da verdade, da fé, da graça e do amor. Por que optaram por esse caminho corrupto? São Pedro responde: “Tais homens tem prazer nos deleites cotidianos, deleitando-se em seus enganos, tendo os olhos cheios de adultérios e não cessando de pecar e tendo o coração exercitado na avareza, filhos de maldição” (2 Pd 2,13.14).
Para São Paulo Apóstolo, esses homens tem a consciência cauterizada. Não chagam ao conhecimento da verdade. São corruptos de entendimento e réprobos quando a fé (1 Tm 4,1.2; 2 Tm 3,7.8). Quem segue conscientemente esses filhotes da maldição, torna-se maldito (Ap 18,4). Esses líderes que pregam a teologia da prosperidade, a “visão apostólica celular” e o pentecostalismo triunfalista, são doentes da mente e da alma. Pela sua megalomania busca o glamour, pelo seu exibicionismo busca status de celebridade e pela massificação (ato de influenciar o individuo por meio da comunicação de massa) o culto a personalidade. Torna-se religioso da idolatria da imagem eletrônica.
SEITA PARA-PROTESTANTE
O sociólogo Lisias Nogueira Negrão, professor da USP, estabelece a diferença entre igrejas e seitas. “Igreja são grupos estabelecidos, vinculados a sociedade”, define. “Já as seitas são movimentos emergentes que apresentam restrição ou desconforto em relação à regra teológica e apresentam contestações aos valores sociais estabelecidos. A partir do momento em que se acomodam, deixam de ser uma seita para se tornar uma nova igreja”. A Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), hoje se alto denomina uma igreja, mas, dentro dessa visão sociológica, é ainda uma seita, pois contesta os valores vigentes. “A palavra seita, alias, vem de sectarismo, que significa romper, separar”, completa Negrão (1).
Washington Franco, em sua dissertação de mestrado na Universidade Federal de Alagoas, quando classificou o fenômeno representado pela (IURD) de pseudo-pentecostalismo: algo que não é para o bispo anglicano dom Robinson Cavalcanti. “Podemos denominar a Igreja Universal e congêneres de seitas para–protestantes. Chamar o bispo Macedo de protestante é de fazer tremer o muro da Reforma, em Genebra, e os ossos de Lutero e Calvino em seus túmulos”, escreve dom Cavalcanti (2).
A mídia propaga Edir Macedo como fundador da IURD, mas na verdade, foi o seu cunhado R. R. Soares quem a fundou em 1977. Macedo era assistente de Soares. Foi Soares quem o ordenou pastor (3). Houve desentendimento, Soares deixa a IURD com Macedo e vai funda a Igreja Internacional da Graça de Deus em 1980 (4).
MACEDO E A IURD
“Edir Macedo é um gênio, muito mais como empresário do que como bispo. Para falar a verdade nua e crua ele parece se encaixar perfeitamente bem entre aqueles que “embora preservem as formas da religiosidade, renegam seus efeitos” (2 Tm 3.5, BP)(5). O Líder religioso que usa o nome santo de Deus, a Bíblia Sagrada, a igreja como supermercado, e o povo como negócio, a fim de ganhar dinheiro, poder político e religioso, faz tudo isso por avareza, diz São Pedro apóstolo (2 Pd 2,3). Para São Paulo apostolo, a avareza é idolatria (Cl 3,5). Só um líder religioso idolatra é capaz de corromper o Santo Evangelho de Cristo. A idolatria leva o ser humano a ser falso com Deus, enganador do seu semelhante e ao caminho da perdição eterna.
O ex-fiel, ex-deputado estadual em São Paulo, que foi eleito em 1998, com apoio da IURD e desfrutava de prestigio junto à cúpula da igreja, o empresário paulistano Waldemar Alves Faria Jr. Disse: “A Igreja Universal é um negócio. O Deus deles é o dinheiro. Lá, tudo é o dinheiro. A Universal está para a Record, assim como a Tele-sena e Baú estão para o SBT” (6). O prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia disse: “A Igreja Universal é um caça-níquel” (7).
Para o cientista político Roberto Romano, professor de ética na Unicamp: “é próprio do Edir Macedo usar terminologia de administração e marketing; ele usa isso na igreja dele, assim como a teologia sincrética. Essa teologia da prosperidade. Não me surpreende que esteja transformando essa bem-sucedida empresa em partido, base política” (8).
O pastor batista Marco Garcia Soares parabeniza a revista Ultimato pela ousadia da edição de julho /agosto de 2008, por denuncia o engodo e a estratégia de Satanás em contaminar o rebanho cristão, de forma sutil, com as deturpações doutrinarias traduzidos pela teologia da prosperidade, principalmente por intermédio de muitos líderes neopentecostais, entre eles o maior corruptor da sã doutrina apostólica na atualidade, o senhor Edir Macedo (9).
CONCLUSÃO
Vivemos a era da demolição da doutrina Cristã. Cismas e heresias são protagonistas do cristianismo pós-moderno. A ideologia pós-religiosa é o prazer sem limites e a eliminação dos dogmas morais e cristãos, e sim ao pluralismo religioso. Capitaneada pela política neoliberal e pelo capitalismo, muitas igrejas e religiões tornaram-se supermercado das coisas sagradas. O mundo recebeu uma doutrinação da reencarnação e de muitos deuses do hinduísmo, o antropocentrismo e a não existência de deuses do budismo, a feitiçaria e a magia do animismo, o fundamentalismo e sacrifícios do islamismo xiita, o capitalismo teológico do protestantismo, as crenças populares do catolicismo, da auto-ajuda ao satanismo da Nova Era. Tudo isso faz do Brasil e o mundo ser tremendamente místico, espiritualista e idólatra. Tudo que é religioso faz sucesso em nossa nação. O mercado é lucrativo para todos, principalmente aos charlatões e estelionatários. É aqui que entra o corruptor da sã doutrina, sabe ele que ser fiel à ortodoxia cristã não obtém a trilogia do poder terreno – religioso, econômico e político – e que a boçalidade religiosa do povo brasileiro é um banquete para seu projeto materialista de império religioso.
Rev. José do Vale, Th. D,
Professor de História da Igreja na Faculdade de Teologia de Volta Redonda,
Pesquisador de Seitas e Heresias
e-mail: rev.josedovale@itelefonica.com.br
NOTAS:
- (1) – Istoé, 16/04/1997, p.95.
- (2) – Ultimato, Setembro-Outubro, 2008 pp. 36 e 37.
- (3) – Veja, 01/10/2003, p. 15.
- (4) – Graça – Show da Fé, Nº 69, p. 49.
- (5) – Ultimato, Novembro-Dezembro, 2007, p. 60.
- (6) – Eclésia, Maio de 2004, p. 35.
- (7) – O Globo, 20/07/2008, p. 9.
- (8) – O Globo, 21/09/2008, p. 16.
- (9) – Ultimato, Setembro- Outubro, 2008, p. 8.