sexta-feira, 10 de setembro de 2010
A mea culpa cínica do Coronel
Costuma-se dizer que quando uma pessoa vai chegando próxima ao seu fim, ou pensa que está perto do fim, começa a ter rompantes de consciência e a fazer mea culpa sobre seus pecados. Fidel tem dado uma série de entrevistas ao jornalista americano Jeffrey Goldberg e entre algumas coisas que disse admitiu que o modelo econômico de Cuba não funciona mais. Ele precisou de cinquenta anos para descobrir isto sozinho? Será que a fuga em massa de cubanos em balsas improvisadas, como carros reformados, ou mesmo nas tentativas a nado até os Estados Unidos não eram uma boa pista? Fidel completou o raciocínio com mais obviedades gritantes e disse o que todos já sabiam: a ilha prisão vive de mesada, primeiro dos soviéticos e agora da Venezuela.
Muita cara de pau deste sujeito reconhecer isto agora, afinal de quantos mortos, presos e torturados ele precisou para concluir tal raciocínio? Ele libertou alguém depois da entrevista? Saiu do governo e levou seu irmãozinho junto?
Ainda na mesma entrevista condenou Ahmadinejad por sua campanha antissemita. Mas cortou o vínculo com a Venezuela, a maior apoiadora de Ahmadinejad?
O sujeito é mais pusilânime e canalha do que se pode imaginar, então ele possui a exata consciência de seus atos o tempo todo e ainda continua praticando ou permitindo a prática. O que existe entre estas pessoas que defendem e praticam o comunismo ou qualquer tipo de ditadura ou regime autoritário e quem condena isto não é uma mera divergência ideológica, mas um abismo moral. Não é um embate no campo das idéias, mas no campo da moral que se resume assim: ou você possui valores morais elevados e os põe em prática ou não e este “detalhe” diferencia um assassino, um ladrão ou uma pessoa sem quaisquer escrúpulos dos outros.
Ainda vamos encontrar aos montes quem defenda Fidel, mesmo este reconhecendo, cinicamente, a falência do sistema que defende e que esteve errado em todos estes anos. Dirão que é coisa da mídia americana, que as palavras do comandante foram distorcidas e toda aquela conversa de quem é mal intencionado sabe fazer.
O mais aterrorizante é que ainda existe quem defenda uma imitação do modelo cubano em todos os aspectos, o Itamaraty está repleto de gente assim, a presidência da República é ocupada por um sujeito deste gabarito e a candidata fantoche dele tentou impor este modelo no Brasil na base da bala.